Direção: Thom Eberhardt
Roteiro: Tom Eberhardt
Produção: Wayne Crawford e Andrew Lane, Nancy Israel e Sandra
Scheik (Produtores Associados), Thomas Coleman e Michael Rosenblatt (Produtores
Executivos)
Elenco: Robert Beltran, Catherine Mary Stewart, Kelli
Maroney, Sharon Farrell, Mary Woronov
Amigos e amigas, que filmeco chato! Eu nem sei por
que eu decidi colocar A Noite do Cometa nesta lista. Na verdade eu
sei sim. Só para ter o prazer de achincalhá-lo com gosto. Tá bom que ele tem um
valor nostálgico indiscutível já que vomita os anos 80 em cada frame (figurino,
cabelos, luzes de neon, músicas pop), mas eu juro que preferia meus 95 minutos
de vida de volta. Naqueles idos dos anos 80 havia uma “febre do cometa”
rolando. O filme aqui citado é de 1984 e todo munda estava na expectativa da
passagem do famoso cometa Halley em 1986, que frustrou uma cambada de gente que
saiu na rua para ver o corpo celestial a olho nu e não viu porcaria nenhuma.
Claro que isso serviu de pano de fundo para despertar a criatividade de
Hollywood e explorar o fato para criar histórias de ficção científica. O diretor
e roteirista Thom Eberhardt surfou na cauda do cometa (tá, foi infame) e lançou
esse insosso thriller zumbi/ sci-fi/
apocalíptico que tem um potencial maravilhoso, mas que virou um filme
burocrático, nada inspirado e símbolo da cafonalha oitentista. Para começo de
conversa, não espere um filme zumbi gore ou
splatter. Acho que se não me engano, quatro ou cinco zumbis aparecem durante
TODO o longa. A pegada aqui é mais uma cópia deslavada de A Última Esperança da Terra (aquele do Charlton Helston baseado no livro
famoso Eu Sou a Lenda de Richard Matheson). Um cometa passa pela terra, deixa o
céu laranja como em um crepúsculo perpétuo e dizima praticamente toda a
população mundial por conta da radiação transformando-os em pó. Claro que
alguns resistem e são transformados em zumbis. Assim como duas adolescentes,
Regina (Catherine Mary Stewart) e sua irmã mais nova, Samantha (Kelli Maroney)
que devem viver naquele mundo deserto em busca de outros sobreviventes. Nesse
meio tempo elas encontram Hector (Robert Beltran) que rapidamente se transforma
na paixonte de Regina dentro da estação de rádio local. Enquanto ele precisa
voltar para San Diego para checar se sua família sobrevivera, as duas moças, ao
melhor estilo Despertar dos Mortos, vão para o shopping center
deixar transbordar seu espírito consumista e se veem as voltas com um bando
de punks que tomaram
o local para eles e começam a caçá-las. Nesse ínterim também descobrimos que
uma agência governamental de cientistas sobreviveu ao incidente e
desesperadamente procuram por uma cura para a infecção radioativa, usando até
sobreviventes como cobaias humanas (nisso inclui criancinhas) e extraindo seu
sangue para estudos. Você lendo essa resenha deve pensar: Filmaço. Tinha tudo
para tal. Mas a direção preguiçosa e o roteiro raso de Eberhardt, que erra
tanto na ficção, quanto no uso dos zumbis, quanto na velha mensagem de que “os
humanos são o maior perigo”, quanto nos diálogos primários, transforma A Noite do Cometa num marasmo que
demorou três dias para terminar de ser visto por mim, dormindo todas as
tentativas um um sono dos justos. Fora o quanto é piegas e as soluções da
trama são infantilóides, aquele finalzinho coroa tudo de ruim que o filme
apresentou. Sou obrigado a cornetar então lá vai o
ALERTA DE SPOILER (pule
para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco).
Depois de todos os mocinhos se darem bem, cinco
zumbis terem aparecido durante todo esse tempo e não representar absolutamente
nenhum perigo de verdade e eles terem se safado dos cientistas malvados, eis
que Regina, Hector e duas crianças resgatadas começam a viver como uma família
com o “peso da humanidade recaindo sobre seus ombros” e Sam está entendiada,
sozinha, emburrecida, quando um playboyzinho yuppie também sobrevivente aparece em seu conversível
(!!!!) e a chama para dar uma volta. Sobe o crédito com uma música cafona
típica daquela década: “Learn to love again” de Chris Farrer. O filme ainda
quase foi chamado de Teenage Mutant Horror Comet Zombies. Aí sim seria digno!
Que por mais que tenha pitadas de comédia, crítica social, militar e política e
algum humor negro, nada disso se sustenta e para mim, ele se leva a sério
demais. Sei lá, há quem ache A
Noite do Cometa um clássico, subestimado, retrato de uma década e
um bom filme. Eu acho um porre. E tenho dito!
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/07/26/486-a-noite-do-cometa-1984/
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