quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

#486 1984 A NOITE DO COMETA (Night of the Comet, EUA)


Direção: Thom Eberhardt
Roteiro: Tom Eberhardt
Produção: Wayne Crawford e Andrew Lane, Nancy Israel e Sandra Scheik (Produtores Associados), Thomas Coleman e Michael Rosenblatt (Produtores Executivos)
Elenco: Robert Beltran, Catherine Mary Stewart, Kelli Maroney, Sharon Farrell, Mary Woronov

Amigos e amigas, que filmeco chato! Eu nem sei por que eu decidi colocar A Noite do Cometa nesta lista. Na verdade eu sei sim. Só para ter o prazer de achincalhá-lo com gosto. Tá bom que ele tem um valor nostálgico indiscutível já que vomita os anos 80 em cada frame (figurino, cabelos, luzes de neon, músicas pop), mas eu juro que preferia meus 95 minutos de vida de volta. Naqueles idos dos anos 80 havia uma “febre do cometa” rolando. O filme aqui citado é de 1984 e todo munda estava na expectativa da passagem do famoso cometa Halley em 1986, que frustrou uma cambada de gente que saiu na rua para ver o corpo celestial a olho nu e não viu porcaria nenhuma. Claro que isso serviu de pano de fundo para despertar a criatividade de Hollywood e explorar o fato para criar histórias de ficção científica. O diretor e roteirista Thom Eberhardt surfou na cauda do cometa (tá, foi infame) e lançou esse insosso thriller zumbi/ sci-fi/ apocalíptico que tem um potencial maravilhoso, mas que virou um filme burocrático, nada inspirado e símbolo da cafonalha oitentista. Para começo de conversa, não espere um filme zumbi gore ou splatter. Acho que se não me engano, quatro ou cinco zumbis aparecem durante TODO o longa. A pegada aqui é mais uma cópia deslavada de A Última Esperança da Terra (aquele do Charlton Helston baseado no livro famoso Eu Sou a Lenda de Richard Matheson). Um cometa passa pela terra, deixa o céu laranja como em um crepúsculo perpétuo e dizima praticamente toda a população mundial por conta da radiação transformando-os em pó. Claro que alguns resistem e são transformados em zumbis. Assim como duas adolescentes, Regina (Catherine Mary Stewart) e sua irmã mais nova, Samantha (Kelli Maroney) que devem viver naquele mundo deserto em busca de outros sobreviventes. Nesse meio tempo elas encontram Hector (Robert Beltran) que rapidamente se transforma na paixonte de Regina dentro da estação de rádio local. Enquanto ele precisa voltar para San Diego para checar se sua família sobrevivera, as duas moças, ao melhor estilo Despertar dos Mortos, vão para o shopping center deixar transbordar seu espírito consumista e se veem as voltas com um bando de punks que tomaram o local para eles e começam a caçá-las. Nesse ínterim também descobrimos que uma agência governamental de cientistas sobreviveu ao incidente e desesperadamente procuram por uma cura para a infecção radioativa, usando até sobreviventes como cobaias humanas (nisso inclui criancinhas) e extraindo seu sangue para estudos. Você lendo essa resenha deve pensar: Filmaço. Tinha tudo para tal. Mas a direção preguiçosa e o roteiro raso de Eberhardt, que erra tanto na ficção, quanto no uso dos zumbis, quanto na velha mensagem de que “os humanos são o maior perigo”, quanto nos diálogos primários, transforma A Noite do Cometa num marasmo que demorou três dias para terminar de ser visto por mim, dormindo todas as tentativas um um sono dos justos. Fora o quanto é piegas e as soluções da trama são infantilóides, aquele finalzinho coroa tudo de ruim que o filme apresentou. Sou obrigado a cornetar então lá vai o 
ALERTA DE SPOILER (pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco).
Depois de todos os mocinhos se darem bem, cinco zumbis terem aparecido durante todo esse tempo e não representar absolutamente nenhum perigo de verdade e eles terem se safado dos cientistas malvados, eis que Regina, Hector e duas crianças resgatadas começam a viver como uma família com o “peso da humanidade recaindo sobre seus ombros” e Sam está entendiada, sozinha, emburrecida, quando um playboyzinho yuppie também sobrevivente aparece em seu conversível (!!!!) e a chama para dar uma volta. Sobe o crédito com uma música cafona típica daquela década: “Learn to love again” de Chris Farrer. O filme ainda quase foi chamado de Teenage Mutant Horror Comet Zombies. Aí sim seria digno! Que por mais que tenha pitadas de comédia, crítica social, militar e política e algum humor negro, nada disso se sustenta e para mim, ele se leva a sério demais. Sei lá, há quem ache A Noite do Cometa um clássico, subestimado, retrato de uma década e um bom filme. Eu acho um porre. E tenho dito!
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/26/486-a-noite-do-cometa-1984/

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