quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

#474 1983 A MANSÃO DA MEIA-NOITE (House of the Long Shadows, Reino Unido)


Direção: Pete Walker
Roteiro: Michael Armstrong (baseado no livro de George M. Cohan e na peça de Earl Derr Biggers)
Produção: Yoram Globus e Menahem Golan, Jenny Craven (Produtor Associado)
Elenco: Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing, Desi Arnaz Jr., John Carradine, Sheila Keith

Saudosismo define A Mansão da Meia-Noite. E obviamente porque aqui você encontra pela primeira vez na história, talvez os três maiores nomes do terror (sem desmerecer Lugosi e Karloff), atuando juntos: Christopher Lee, Vincent Price e Peter Cushing. Aí você vai me pentelhar: “mas Marcos, eles estão no elenco de Grite, Grite Outra Vez”. E eu respondo, ó nobre fã do horror: “sim, eles estão. Mas não atuam juntos”. E de quebra, A Mansão da Meia-Noite ainda tem outro veterano do horror, John Carradine e quase contou com Elsa “A Noiva de Frankenstein” Lanchester, mas que não pôde viajar para Londres por estar doente. Não preciso dizer que A Mansão da Meia-Noite é uma homenagem ao cinema gótico de terror imortalizado por essa santíssima trindade durante o final dos anos 50, todos os anos 60 e começo dos anos 70, emulando certo “estilo Hammer”, importantíssimo estúdio inglês eternizado por Lee e Cushing. Inclusive este é o último filme que os dois atuam juntos (Cushing já estava com a saúde agravada por conta da idade e Lee continua aí vivendo o Sauron na trilogia O Hobbit e gravando discos de heavy metal firme e forte). Produzida pela lendária Cannon de Golan e Globus e dirigido por Peter Walker (e também seu último longa), a trama baseada na peça da Broadway “Seven Keys to Baldplate” de George M. Cohan, é focada na maldição da família Grisbaine. Um arrogante escritor de sucesso, Kenneth Magee (Desi Anraz Jr.) faz uma aposta de 20 mil dólares com seu editor, Sam Allyson (Richard Todd) que consegue escrever uma novela cafonalha estilo O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Bronte em 24 horas, durante uma noite e um dia. Para tal, o editor oferece a estada em uma mansão vitoriana no interior do País de Gales, a Mansão Baldplate, para tal. Claro que com a mansão vem junto todo aquele aparato gótico tradicional: mobília antiga, teias de aranha, castiçais, cortinas pesadas, quadros envelhecidos, tudo mais, para casar certinho com uma noite de tempestade. Só que a tarefa não será nada fácil, pois Magee será atrapalhado diversas vezes, tanto pela loirinha Mary Norton (Julie Peasgood) – assistente de Allyson – quanto por um casal em viagem que está em pé de guerra tentando salvar o casamento, pelo atual dono da propriedade, Corrigan (Lee) e pela enigmática família Grisbane que morou há tempos naquele casarão e guarda um terrível segredo. Lorde Elijah Grisbane (John Carradine) é pai dos irmãos Lionel (Price), Sebastian (Cushing) e Victoria (Sheila) que voltaram ao local para cumprir uma promessa de mais de 40 anos, de libertar seu irmão mais novo, Roderick, encarcerado durante todo esse tempo em um quarto após ter assassinado uma jovem de 14 anos. Ao abrir o aposento, descobrem que o irmão, transformado em uma criatura irracional, inumana e com longas unhas, conseguiu fugir e está sedento por vingança. Daí sinceramente o filme desanda. Já é meio chato assistir a um filme assim em pleno ano de 1983 vindo de uma maratona extensa como a que tenho feito, assistindo quase todos os filmes com essa mesma fórmula gótica durante quase três décadas. Mas beleza, você releva porque está vendo os três ícones do gênero juntos e cada um com a persona que foi consagrado durante esses anos: Cushing o bonzinho inocente, Lee o perverso sacana e Price o irônico ácido. E claro há atualizações pertinentes à década por conta de algumas cenas mais violentas como da garota que é atacada com ácido. Mas fica muito naquele clima de história da Agatha Christie até sua primeira reviravolta final, previsível, mas interessante. Mas ao final do terceiro ato, quando acontece a segunda reviravolta (mais previsível ainda) realmente a fita fica uma babaquice, e sem querer entrar em um ALERTA DE SPOILER, aquela conclusão canalha e faceira consegue estragar tudo, infelizmente. A Mansão da Meia-Noite vale pela importância histórica por vermos esses lendários atores juntos pela primeira e última vez. Price viria a falecer nove dez depois (ainda emprestaria sua voz e risada a música Thriller no mesmo ano e estaria em Edwards Mão de Tesoura) e Cushing em 1994 (entre os poucos filmes que fez até lá está uma ponta na sensacional comédia Top Secret: Super Confidencial). Carradine viria a falecer pouco antes, em 1988  e ainda apareceria em filmes de terror até lá, como O Culto do Demônio,  A Maldição da Tumba, A Semente do Mal e até O Monstro do Armário da Troma.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/10/474-a-mansao-da-meia-noite-1983/

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