Direção: Pete Walker
Roteiro: Michael Armstrong
(baseado no livro de George M. Cohan e na peça de Earl Derr Biggers)
Produção: Yoram Globus e Menahem
Golan, Jenny Craven (Produtor Associado)
Elenco: Vincent
Price, Christopher Lee, Peter Cushing, Desi Arnaz Jr., John Carradine, Sheila
Keith
Saudosismo define A Mansão da Meia-Noite. E obviamente porque aqui você encontra pela primeira
vez na história, talvez os três maiores nomes do terror (sem desmerecer Lugosi
e Karloff), atuando juntos: Christopher Lee, Vincent Price e Peter Cushing. Aí
você vai me pentelhar: “mas Marcos, eles estão no elenco de Grite, Grite Outra Vez”. E eu respondo, ó nobre fã do horror: “sim, eles estão.
Mas não atuam juntos”. E de quebra, A Mansão da Meia-Noite ainda tem
outro veterano do horror, John Carradine e quase contou com Elsa “A Noiva de Frankenstein” Lanchester, mas que não pôde viajar para Londres por
estar doente. Não preciso dizer que A Mansão da Meia-Noite é uma
homenagem ao cinema gótico de terror imortalizado por essa santíssima trindade
durante o final dos anos 50, todos os anos 60 e começo dos anos 70, emulando
certo “estilo Hammer”, importantíssimo estúdio inglês eternizado por Lee e
Cushing. Inclusive este é o último filme que os dois atuam juntos (Cushing já
estava com a saúde agravada por conta da idade e Lee continua aí vivendo o
Sauron na trilogia O Hobbit e gravando discos de heavy metal firme e
forte). Produzida pela lendária Cannon de Golan e Globus e dirigido por Peter
Walker (e também seu último longa), a trama baseada na peça da Broadway “Seven
Keys to Baldplate” de George M. Cohan, é focada na maldição da família
Grisbaine. Um arrogante escritor de sucesso, Kenneth Magee (Desi Anraz Jr.) faz
uma aposta de 20 mil dólares com seu editor, Sam Allyson (Richard Todd) que
consegue escrever uma novela cafonalha estilo O Morro dos Ventos Uivantes de
Emily Bronte em 24 horas, durante uma noite e um dia. Para tal, o editor
oferece a estada em uma mansão vitoriana no interior do País de Gales, a Mansão
Baldplate, para tal. Claro que com a mansão vem junto todo aquele aparato
gótico tradicional: mobília antiga, teias de aranha, castiçais, cortinas
pesadas, quadros envelhecidos, tudo mais, para casar certinho com uma noite de
tempestade. Só que a tarefa não será nada fácil, pois Magee será atrapalhado
diversas vezes, tanto pela loirinha Mary Norton (Julie Peasgood) – assistente
de Allyson – quanto por um casal em viagem que está em pé de guerra tentando
salvar o casamento, pelo atual dono da propriedade, Corrigan (Lee) e pela
enigmática família Grisbane que morou há tempos naquele casarão e guarda um
terrível segredo. Lorde Elijah Grisbane (John Carradine) é pai dos irmãos
Lionel (Price), Sebastian (Cushing) e Victoria (Sheila) que voltaram ao local
para cumprir uma promessa de mais de 40 anos, de libertar seu irmão mais novo,
Roderick, encarcerado durante todo esse tempo em um quarto após ter assassinado
uma jovem de 14 anos. Ao abrir o aposento, descobrem que o irmão, transformado
em uma criatura irracional, inumana e com longas unhas, conseguiu fugir e está
sedento por vingança. Daí sinceramente o filme desanda. Já é meio chato
assistir a um filme assim em pleno ano de 1983 vindo de uma maratona extensa
como a que tenho feito, assistindo quase todos os filmes com essa mesma fórmula
gótica durante quase três décadas. Mas beleza, você releva porque está vendo os
três ícones do gênero juntos e cada um com a persona que foi consagrado durante
esses anos: Cushing o bonzinho inocente, Lee o perverso sacana e Price o
irônico ácido. E claro há atualizações pertinentes à década por conta de
algumas cenas mais violentas como da garota que é atacada com ácido. Mas fica
muito naquele clima de história da Agatha Christie até sua primeira reviravolta
final, previsível, mas interessante. Mas ao final do terceiro ato, quando
acontece a segunda reviravolta (mais previsível ainda) realmente a fita fica
uma babaquice, e sem querer entrar em um ALERTA DE SPOILER, aquela conclusão canalha e faceira consegue
estragar tudo, infelizmente. A Mansão da Meia-Noite vale pela importância
histórica por vermos esses lendários atores juntos pela primeira e última vez.
Price viria a falecer nove dez depois (ainda emprestaria sua voz e risada
a música Thriller no mesmo ano e estaria em Edwards Mão de Tesoura) e
Cushing em 1994 (entre os poucos filmes que fez até lá está uma ponta na
sensacional comédia Top Secret: Super Confidencial). Carradine viria a
falecer pouco antes, em 1988 e ainda apareceria em filmes de terror até
lá, como O Culto do Demônio, A Maldição da Tumba, A
Semente do Mal e até O Monstro do Armário da Troma.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/10/474-a-mansao-da-meia-noite-1983/
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