Direção:
Laurence Olivier
Produção:
Dallas Bower, Filippo Del Giudice, Laurence Olivier
Roteiro:
Dallas Bower, Alan Dent, baseado na peça de William Shakespeare
Fotografia: Jack Hildyard, Robert Krasker
Musica: William Walton
Elenco:vFelix Aylmer, Leslie Banks,Robert Helpmann, Vernon Greeves,
Gerald Case, Griffith Jones, Morland Grahan. Nicholas Hannen, Michael Warre,
Laurence Olivier, Ralph Truman, Ernest Thesiger, Roy Emerton, Robert Newton,
Freda Jackson
Oscar:
Laurence Olivier (prêmio honorário)
Indicação
ao Oscar: Laurence Olivier (Melhor filme), Laurence Olivier (ator), Paul Sheriff,
Carmen Dillon (direção de arte), William Walton (música)
Henrique
V foi considerado pelo governo Inglês uma propaganda patriótica ideal durante a
guerra. Laurence Olivier, que servia na Aviação Naval britânica, foi dispensado
para atuar nele e - depois que William Wyler recusou o projeto - dirigi-lo.
Buscando preservar tanto o engenho teatral inato de Shakespeare quanto as
alturas protocinematográficas alcançadas pela sua Imaginação, Olivier acerta ao
enquadrar o filme dentro de uma apresentação da peça no próprio Globe Theatre.
Na abertura de Henrique V, a câmera paira por sobre uma maquete
extraordinariamente detalhada de Londres, alcançando a agitação e libertinagem
da plateia reunida no Globe e adentrando um espetáculo extravagante -
expandindo-se em seguida para o espaço cinematográfico à medida que a ação se transfere
para a França. O filme inteiro joga com diferentes níveis de estilização, desde
as cenas na corte francesa - que pegam emprestadas das pinturas em miniatura
medievais suas cores delicadas e perspectiva naíf - até o realismo das cenas de
batalha, inspiradas no dinamismo exuberante de Alexandre Nevsky (1938), de
Sergel Eisenstein. O ritmo do texto de Shakespeare, discretamente adaptado para
se encaixar no contexto da guerra – os três traidores ingleses foram cortados,
por exemplo - , é sustentado pelo vigor da atuação de Olivier e pela trilha
arrebatadora de William Walton. Henrique V é o primeiro filme que consegue ser
ao mesmo tempo genuinamente shakespeariano e plenamente cinematográfico. PK
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Hoje na
História: 1413 – Henrique V torna-se rei da Inglaterra
Max Altman | São Paulo - 21/03/2014 - 08h00
Filho primogênito do rei que derrubou Ricardo II,
seu principal objetivo era anexar à Inglaterra territórios franceses
Em 21 de março de 1413, Henrique V torna-se rei da
Inglaterra. Nascido no Castelo de Monmouth em 16 de setembro de 1387 era o
primogênito de Henrique IV, que, ao subir ao trono, após derrubar Ricardo II em
1399, se converte em Príncipe de Gales e herdeiro do trono inglês.
Henrique V foi nomeado cavaleiro em duas
oportunidades. A primeira aos 12 anos em meio a um campo de batalha irlandês em
1399, pela espada de Ricardo II. O rei levava o jovem Henrique ao combate na
qualidade de refém para garantir o bom comportamento de seu pai Henrique de
Lacaster, opositor político da coroa inglesa. A segunda ocasião foi com seu pai
um dia antes da coroação — Henrique IV já havia mandado assassinar Ricardo II
para usurpar o trono inglês.
Em 1440, Henrique IV mandou seu filho reprimir uma
grande rebelião de um chefe galês que reivindicava para si o principado. Em
menos de dois anos, o jovem conseguiu sufocar a rebelião. Dessa experiência com
os guerreiros galeses, ele aprenderia as táticas guerrilheiras que aplicaria
mais tarde na França.
Com a morte de seu pai, Henrique IV, em 1413, sobe
ao trono como Henrique V e desde o começo seu principal objetivo era exigir
para a Inglaterra territórios franceses que considerava como seus: Aquitânia, Gasconha
e Normandia.
Os ingleses haviam perdido a Aquitânia sob o
reinado de João sem Terra (1199-1216), irmão de Ricardo Coração-de-Leão e em
seguida perderam os outros ducados sob o reinado de Eduardo III, em plena
Guerra dos Cem Anos. Henrique V decide retomar ditos Estados e o conseguiria
com uma sorte inimaginável: os ataques de loucura de que padecia o rei Carlos
VI da França e a guerra civil entre os duques de Borgonha (João sem Medo) e o
de Orleans, que converteram esse momento no ideal para Henri atacar.
Henrique V construiu uma grande frota, modernizou o
sistema de recrutamento e agregou novas armas e peças de artilharia ao seu
Exército. Cruzou o Canal da Mancha e, em setembro de 1415, sitiou a estratégica
cidade de Harfleur, localizada no estuário do rio Sena. No entanto, a ação
causou tantas baixas que Henrique V decidiu retirar-se para Calais e regressar
à Inglaterra. No caminho, ele e suas tropas foram alcançados pelos franceses em
Agincourt, onde conseguiu uma estrondosa vitória apesar de superados numericamente.
Esta foi a vitória final de Henrique V. Em Agincourt capturou importantes
nobres franceses, entre eles o mesmíssimo duque de Orleans, primo do rei, que
só seria libertado em 1440. Outrossim, recuperou três quartas partes dos
territórios que em sua teoria lhe correspondiam.
Hábil estadista que era, Henrique V decide unir-se
à dinastia real dos Valois por matrimônio, pedindo a mão da jovem princesa Catalina
de Valois, a mais jovem das seis filhas do rei Charles VI e da rainha Elisabeth
da Bavária. Enquanto cuidava de seu casamento, pressionou o soberano francês a
reconhecer sua vitória militar e nomeá-lo legítimo herdeiro do trono da França.
Foi bem-sucedido a ponto de Charles VI firmar o
Tratado de Troyes de 1420 em que reconhecia Henrique V como seu único herdeiro
após o casamento com Catalina, celebrado na catedral de Troyes em 2 de junho
daquele ano. No tratado se estipulou ademais que os descendentes de Henri e
Catalina seriam os sucessores de Charles VI. Por outro lado, o tratado deserdava
seu filho, o delfim Charles, ao qual sua própria mãe acusou de bastardo. A
assinatura desse documento, que equivalia ao fenecimento da coroa francesa,
produziu uma grande onda de patriotismo: muitos dos grandes nobres franceses,
como os duques de Bretanha, Alençon, Berry e outros, rechaçaram o tratado e
sustentaram a legitimidade dos direitos do delfim como herdeiro.
No final de 1420, Henrique decide regressar à
Inglaterra, levando com ele a esposa Catalina. Desse matrimônio nasceria um
único filho, Henrique VI, que viria a ser assassinado na Torre de Londres em
1471, sucessor de seu pai nos tronos da Inglaterra e França.
Como a situação na França era convulsa e insegura,
Henrique V decide retornar ao país gaulês em princípios de 1422. Não voltaria a
ver sua esposa e filho nunca mais. Enfermo de disenteria, resolve consolidar as
conquistas derivadas de suas vitórias militares. Tão débil que só se locomovia
em liteira, morre no Castelo de Vincennes em 31 de agosto de 1422, 16 dias
antes de cumprir 35 anos. Seu corpo foi trasladado para a Inglaterra e está
enterrado na Abadia de Westminster.
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