Diretor: John Ford
Produção: Darryl F. Zanuck
Roteiro: Philip Dunne, baseado no livro de Richard
Llewellyn
Fotografia: Arthur C. Miller
Música: Alfred Newman
Elenco:
Walter
Pidgeon ………Sr. Gruffydd
Maureen
O’Hara ………Angharad Morgan
Anna Lee
………………Bronwyn
Donald
Crisp …………..Sr. Gwillym Morgan
Roddy
McDowall ………Huw Morgan
Barry
Fitzgerald ……… Cyfartha
Ainda: John
Loder, Sara Allgood, Patric Knowles, Morton Lowry, Arthur Shields, Ann E. Todd,
Frederick Worlock. Richard Fraser, Evan S. Evans,
Oscar:
Darryl F. Zanuck (melhor Filme), John Ford (diretor), Donald Crisp (ator
coadjuvante), Richard Day,
Nathan
Juran , Thomas Little (direção de arte), Arthur C. Miller (fotografia)
Indicação ao Oscar: Philip Dunne (roteiro), Sara
Allgood (atrlz coadjuvante), James B. Clark (edição), Alfred Newman (música),
Edmund H.Hansen (som)
Embora John Ford seja obviamente mais famoso por
seus faroestes, ele também tinha uma predileção por tudo que envolvesse a
Irlanda. Não que esta adaptação, ganhadora do Oscar, do romance de Richard
Llewellyn tenha sido transportada pelo Mar da Irlanda de sua ambientação nos
vales mineradores do País de Gales; em vez disso, o filme imbuído do mesmo tipo
de nostalgia das necessidades excêntricas da vida em família no Velho
Continente que caracterizava Depois do vendaval, de 1952. O País de Gales de
Ford, na verdade, é tanto um país imaginário quanto o era sua amada Irlanda
(pelo menos na maneira como é representada na tela ou invocada em palavras).
Isso explica por que a vila mineradora belamente projetada de Richard Day,
mesmo com o excruciante nível de detalhe aplicado à sua construção nos terrenos
da Fox, parece mais uma representação onírica de um arquétipo daquela região do
que um vilarejo de verdade. Isso, no entanto, combina perfeitamente com o clima
de nostalgia que alimenta Como era verde meu vale do início ao fim. A história
é narrada por um homem que reflete sobre sua infância já longínqua, na qual,
como o caçula (Roddy McDowall) da família Morgan, ele observava o pai (Donald
Crisp) e seus quatro irmãos subirem a pé diariamente a colina a caminho da
mina. Ele se lembra não só das dificuldades - as arriscadas condições de trabalho,
a ameaça da pobreza, o frio e a fome - e das mortes trágicas como também do senso
de comunidade caloroso e temo que imperava nas vidas tanto da família quanto da
vila como um todo. Contudo, essa unidade feliz se perdeu para sempre quando, cortes
salariais acarretaram greves e conflitos entre os patriarcas amáveis, porém
tradicionais, e os filhos (ligeiramente) mais militantes, o que resultou na
partida dos filhos para a Terra Prometida da America - onde mais?-, em busca de
trabalhos mais bem remunerados. O filme todo é permeado por recordações
agridoces: da morte do pai, da inocência infantil, do país de origem e de um
pai rígido, porém justo. Ford, sem dúvida, idealiza o mundo que retrata,
entretanto, é isso que o torna tão eficaz. Sim, o filme é feito para arrancar
lágrimas, repleto de clichês (os mineradores nunca param de cantar) e os
sotaques são uma estranha mistura de todas as partes do Reino Unido e da
Irlanda – mas os sonhos não são sempre assim? GA
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 149)
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