quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

149 1941 COMO ERA VERDE MEU VALE (HOW GREEN WAS MY VALLEY, EUA)


Diretor: John Ford
Produção: Darryl F. Zanuck
Roteiro: Philip Dunne, baseado no livro de Richard Llewellyn
Fotografia: Arthur C. Miller
Música: Alfred Newman
Elenco:
Walter Pidgeon ………Sr. Gruffydd
Maureen O’Hara ………Angharad Morgan
Anna Lee ………………Bronwyn
Donald Crisp …………..Sr. Gwillym Morgan
Roddy McDowall ………Huw Morgan
Barry Fitzgerald ……… Cyfartha
Ainda: John Loder, Sara Allgood, Patric Knowles, Morton Lowry, Arthur Shields, Ann E. Todd, Frederick Worlock. Richard Fraser, Evan S. Evans,

Oscar: Darryl F. Zanuck (melhor Filme), John Ford (diretor), Donald Crisp (ator coadjuvante), Richard Day,
Nathan Juran , Thomas Little (direção de arte), Arthur C. Miller (fotografia)

Indicação ao Oscar: Philip Dunne (roteiro), Sara Allgood (atrlz coadjuvante), James B. Clark (edição), Alfred Newman (música), Edmund H.Hansen (som)

Embora John Ford seja obviamente mais famoso por seus faroestes, ele também tinha uma predileção por tudo que envolvesse a Irlanda. Não que esta adaptação, ganhadora do Oscar, do romance de Richard Llewellyn tenha sido transportada pelo Mar da Irlanda de sua ambientação nos vales mineradores do País de Gales; em vez disso, o filme imbuído do mesmo tipo de nostalgia das necessidades excêntricas da vida em família no Velho Continente que caracterizava Depois do vendaval, de 1952. O País de Gales de Ford, na verdade, é tanto um país imaginário quanto o era sua amada Irlanda (pelo menos na maneira como é representada na tela ou invocada em palavras). Isso explica por que a vila mineradora belamente projetada de Richard Day, mesmo com o excruciante nível de detalhe aplicado à sua construção nos terrenos da Fox, parece mais uma representação onírica de um arquétipo daquela região do que um vilarejo de verdade. Isso, no entanto, combina perfeitamente com o clima de nostalgia que alimenta Como era verde meu vale do início ao fim. A história é narrada por um homem que reflete sobre sua infância já longínqua, na qual, como o caçula (Roddy McDowall) da família Morgan, ele observava o pai (Donald Crisp) e seus quatro irmãos subirem a pé diariamente a colina a caminho da mina. Ele se lembra não só das dificuldades - as arriscadas condições de trabalho, a ameaça da pobreza, o frio e a fome - e das mortes trágicas como também do senso de comunidade caloroso e temo que imperava nas vidas tanto da família quanto da vila como um todo. Contudo, essa unidade feliz se perdeu para sempre quando, cortes salariais acarretaram greves e conflitos entre os patriarcas amáveis, porém tradicionais, e os filhos (ligeiramente) mais militantes, o que resultou na partida dos filhos para a Terra Prometida da America - onde mais?-, em busca de trabalhos mais bem remunerados. O filme todo é permeado por recordações agridoces: da morte do pai, da inocência infantil, do país de origem e de um pai rígido, porém justo. Ford, sem dúvida, idealiza o mundo que retrata, entretanto, é isso que o torna tão eficaz. Sim, o filme é feito para arrancar lágrimas, repleto de clichês (os mineradores nunca param de cantar) e os sotaques são uma estranha mistura de todas as partes do Reino Unido e da Irlanda – mas os sonhos não são sempre assim? GA
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 149)

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