Direção:
Michael Curtiz
Produção:
William Cagney, Hal B. Willis, Jack L Warner
Roteiro: Robert Buckner, Edmund Joseph
Fotografia: James Wong Howe
Musica:
George M. Cohan, Ray Hilndorf, Heinz Roemheld
Elenco:
James
Cagney ………… George M. Cohan
Joan
Leslie …………….. Mary Cohan
Walter
Huston ………… Jerry Cohan
Richard
Whorf ………… Sam Harris
Irene
Manning ………… Fay Templeton
George
Tobias ………… Dietz
Ainda: Rosemary
Decamp. Jeanne Cagney, Frances Langord, George Barbier, S. Z. Sakall, Walter Catlett,
Douglas Croft, Eddie Fey Jr. Minor Watson.
Oscar:
James Cagney (ator), Ray Heindorf, Heinz Roemheld (música), Natan Levinson
(som)
Indicação
ao Oscar: Jack L. Warner, Hal B. Wallis, William Cagney (melhor ator). Michael Curtiz (diretor),
Robert
Buckner (roteiro), Walter Houston (ator coadjuvante), George Anny (edição)
Seria extremamente fácil formular uma perspectiva
pós-moderna, politicamente correta e sofisticada para classificar A canção da
vitória como propaganda ultranacionalista. De fato, esta cinebiografia na forma
de extravagância musical, que detalha a vida do patriota showman George M.
Cohan - um americano de origem irlandesa e o primeiro artista a receber a
Medalha de Honra do Congresso -, é repleta de números musicais sentimentais e
simplistas, caracterizados invariavelmente pelo estilo de dança sem ginga,
exaltado e Impetuoso que era a marca registrada de Cohan, e que defendem
através de suas letras as mais rígidas instituições americanas, como, por
exemplo, "Grand Old Flag", "Give My Regards to Broadway",
"Over There" e a canção do título original. O filme é um flashback -
contado por um modesto Cohan a Franklin Delano Roosevelt - que termina com uma
propaganda descarada da intervenção dos Estados Unidos na Segunda Guerra
Mundial: "Eu não me preocuparia com este país se fosse o senhor. Vai ser
moleza. Em que outro lugar do mundo um cara normal como eu pode chegar e bater
um papo com o presidente?" Contudo, uma leitura tão cínica assim cometeria
a terrível falha de Ignorar algo surpreendente, tocante e grandioso que
atravessa A canção da vitória como um rio límpido: a magnífica sinceridade de
James Cagney no papel principal. Isso fica claro no seu jeito de sorrir sem
acanhamento para frisar suas ideias; no seu tom de voz tranquilo e civilizado;
no extraordinário virtuosismo da sua dança - com seu estilo persuasivo e original
-, que é de um atletismo incansável e ao mesmo tempo infantil, brincalhona e lindamente
absurda; e em algo que é raro vermos hoje em dia, uma vez que um distanciamento
alienado tomou conta das atuações de Hollywood: a total e apaixonada crença de
Cagney em tudo o que faz. A direção de Michael Curtiz jamais o ofusca, a fotografia
em preto-e-branco exuberante de James Wong Howe jamais deixa de mostrar cada
nuance da sua postura e expressão com uma iluminação bem articulada. E, quando
seu pai sapateador (Walter Houston) está morrendo, com Georgie ao lado do seu
leito de morte, Cagney se rende a um sincero arroubo emocional que o leva às
lágrimas. Na verdade, nos importamos tanto com aquele homem que esquecemos que
estamos diante de uma interpretação. Cagney se torna Cohan. Mais do que nunca,
ele se torna o espírito otimista na tela. MP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 156)
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