Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Jack H. Skirball
Roteiro: Gordon McDonell, Thornton Wilder
Fotografia:
Joseph A. Valentine
Música:
Dimitri Tiomkin
Elenco:
Henry Travers …………Joseph Newton
Joseph Cotten …………Tio Charlie
Teresa Wright …………Charlie (Jovem)
Macdonald Carey ……. Jack Graham
Patricia Collinge ………Emma Newton
Hume Cronyn …………Herbie Hawkins
Ainda: Wallace Ford, Edna May Wonacott, Charles Bates, Irving Bacon,
Clarence Murse, Janet Shaw, Estelle Jewell.
Indicação
ao Oscar: Gordon McDonell (roteiro)
Quando
entrevistado pelo admirador e famoso acólito François Truffaut, Alfred Hitchcock
se referiu a A sombra de uma dúvida como seu filme favorito. É também uma de
suas obras mais ostentosas, um singelo estudo de personagem que se passa no
coração dos subúrbios. Embora esse coração dos subúrbios de Hitchcock ainda
seja corrompido por assassinatos e traições, ele dá mais ênfase ao ritmo de
suspense tradicional do que a sequências complexas, abastecendo a história com
medidas iguais de humor e mistério. Charlie (Teresa Wright) fica entusiasmada
quando seu tio e xará Charlie (interpretado com uma perfeição servil por Joseph
Cotton) vem fazer uma visita a ela e à sua mãe doente. Porém ela logo suspeita
de que seu adotado tio Charlie é na verdade um serial killer- "O Assassino
da Viúva Alegre" - fugindo do seu último assassinato. Ao se tornar alvo de
suas suspeitas, o tio não parece interessado em deixar para trás nenhum ponto
sem nó, mas sua sobrinha não sabe como conciliar o amor que sente por ele com
seus medos. Hitchcock filmou A sombra de uma duvida em locação, na pequena
cidade de Santa Rosa, na Califórnia, o que serviu para desfazer a tênue ilusão
dos subúrbios como lugares tranquilos e seguros e mostrá-los como o ninho de
segredos que são na realidade. O roteiro, escrito por Thornton Wilder com
sugestões de Alma Reville, esposa de Hitchcock, tem um prazer perverso em
destruir noções preconcebidas da vida pacata das cidades pequenas. O filme é
também apimentado por várias referências a gêmeos e à dicotomia bem e mal,
confrontando a confiável e inocente Charlie com seu tio perigoso e falso. A
trilha de Dimitri Tiomkin mantém o suspense nas alturas, especialmente com sua valsa
"A viúva alegre", que simboliza a culpa do tio Charlie e é o
aterrorizante tema que representa os impulsos terríveis que ele mal consegue
disfarçar ou reprimir. Uma dupla de vizinhos enxeridos também oferece
comentários contínuos, discutindo as várias maneiras e métodos para se cometer
um assassinato e acobertá-lo em seguida. O fato de um assassino de verdade
estar escondido na porta ao lado é uma generosa fonte de humor irônico. Os
vizinhos continuam tagarelando sobre várias possibilidades de homicídio
enquanto Charlie tenta resolver seus sentimentos contraditórios pelo tio antes que ele o faça permanentemente para ela. JKl
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 164)
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