sábado, 6 de dezembro de 2014

153 1942 SER OU NAO SER (TO BE OR NOT TO BE. EUA)


Direção: Ernst Lubitsch
Produção: Alexander Korda. Ernst Lubitsch
Roteiro: Melchior Lengyel, Edwin Justus Mayer
Fotografia: Rudolph Mate
Musica: Werner R. Heymann, Miklós Rózsa
Elenco:
Carole Lombard …Maria Tura
Jack Benny ………Joseph Tura
Robert Stack …….Lieut. Stanislav Sobinski
Felix Bressart ……Greenberg
Lionel Atwill ………Rawitch
Stanley Ridges ……Professor Siletsky
Ainda: Sig Ruman, Tom Dugan, Charles Halton, George Lynn , Henry Victor, Maude Eburne, Halliwell Hobbes, Miles Mander.

Indicação ao Oscar: Werner R. Heymann, Miklós Rózsa (música)

"O que ele fez com Shakespeare nós estamos fazendo com a Polônia", brinca um coronel alemão referindo-se a um ator de teatro exagerado na ultrajante comédia de humor negro de guerra de Ernst Lubitsch. Em uma era em que nada é sagrado ou sério demais para ser satirizado, é difícil imaginar a controvérsia que cercou originalmente a escrachada farsa antinazista brilhantemente espirituosa e hilária de Lubitsch. Lubitsch era um judeu alemão que se estabeleceu nos Estados Unidos na década de 20 e realizou uma série de comédias arrasadoras e de estilo inimitável. Mesmo assim, o diretor hesitou quando Melchior Lengyel - que concebeu Ninotchka (1939), também dirigido por ele - surgiu com esta ideia sobre uma trupe de atores que se fingem de membros da Gestapo para salvar membros da Resistência polonesa. No entanto, o diretor acabou por acreditar - e esperar - que os americanos se preocupariam mais com a Polônia se ele pudesse estimular a compaixão deles através do riso, aplicando o famoso Toque de Lubitsch (com um roteiro sofisticado de Edwin Justus Mayer) aos nazistas e seus adversários. O comediante Jack Benny, em seu momento mais brilhante, interpreta Josef Tura, o vaidoso ator-diretor de uma companhia de teatro eternamente em conflito com sua volúvel esposa Maria, a atriz principal do grupo, interpretada pela deliciosa Carole Lombard (que aceitou o papel contra a vontade de seu marido Clark Gable e foi tragicamente assassinada antes do lançamento do filme). Depois dessa batalha na guerra dos sexos, os Turas têm coisas mais importantes para se preocupar - como a invasão da Polônia - e se envolvem em espionagem. O tom muda a partir de uma traição e volta a mudar quando a trupe briguenta de Tura põe suas divergências de lado e bola uma audaciosa farsa para resgatar Maria e seu admirador - o herói da Resistência interpretado por Robert Stack - do quartel-general da Gestapo. Este já foi considerado por muitos o filme mais engraçado de Lubitsch, justamente por ser o mais sério deles - prova disso é Sou ou não sou, a refilmagem de Mel Brooks de 1983, que, apesar de engraçado, não compartilha da mesma urgência de se realizarem proezas desesperadas em uma época perigosa. Os momentos sarcásticos (como a imitação perversa que Tom Dugan faz de Hitler) não ofuscam a essência da sátira, que é o olhar do filme sobre o mal de que homens comuns são capazes quando sentem o gosto do poder, ou sua mensagem de que mesmo atores egoístas podem fazer algo de bom quando agem como seres humanos. AE
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 153)




Nenhum comentário:

Postar um comentário