sábado, 27 de dezembro de 2014

182 1946 OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS (THE BEST YEARS OF OUR LIVES, EUA)


Direção: William Wyler
Produção: Samuel Goldwyn
Roteiro: Robert E. Sherwood, baseado no livro Glory for Me, de MacKinlay Kantor
Fotografia: Gregg Toland
Música: Hugo Friedhofer
Elenco:
Myrna Loy ……………Milly Stephenson
Fredric March ………..Al Stephenson
Dana Andrews ………Fred Derry
Teresa Wright ………..Peggy Stephenson
Virginia Mayo ………...Marie Derry
Hoagy Carmichael …..Butch Engle

Ainda: Cathy O'Donnell. Harold Russell, Gladys George, Roman Bohnen. Ray Collins, Minna Gombell, Walter Baldwin, Steve Cochran, Dorothy Adams

Oscar: Harold Russell (prêmio honorário), Samuel Goldwyn (melhor filme), William Wyler (diretor). Robert E. Sherwood (roteiro), Fredric March  (ator), Harold Russell (ator coadjuvante), Daniel Mandell (edição), Hugo Friedhofe! (música)

Indicação ao Oscar: Gordon Sawyer (som)

Hoje em dia este épico doméstico sobre três veteranos da Segunda Guerra Mundial retornando para a vida civil, de 172 minutos de duração e premiado nove vezes com o Oscar, é considerado datado. Críticos mordazes como Manny Farber e Robert Warshow foram bastante desdenhosos em relação a ele quando de seu lançamento – embora aparentemente por opiniões políticas opostas. Farber o viu como uma bobagem liberal valendo-se de uma abordagem conservadora, enquanto Warshow o avacalhou através de uma perspectiva mais marxista. Seu diretor, William Wyler, e sua fonte literária, o romance de MacKinlay Kantor, não estão nem um pouco em moda atualmente. O veterano no elenco, Harold Russell, que perdeu as mãos na guerra, foi alvo de reflexões indignadas de Warshow sobre masculinidade tolhida e até mesmo de piadas infames do humorista Terry Southern muitos anos depois. Por tudo isso, eu o chamaria de o melhor filme americano sobre o retorno de soldados para casa que já vi - o mais tocante e o que cala mais fundo. Ele serve de testemunha de seu tempo e dos seus contemporâneos como poucos outros longas de Hoolywood, e a fotografia de Gregg Toland, que explora bem a profundidade de campo, é um de seus melhores trabalhos. Parte do que é tão incomum sobre Os melhores anos de nossas vidas enquanto filme hollywoodiano é o seu senso de distinção de classe - a maneira como os destinos e carreiras de veteranos bem de vida (Match), de classe média (Russell) e proletários (Andrews) são sobrepostos. Confessadamente, o fato de todos se encontrarem em um bar cujo dono é Hoagy Carmichael tem algo de ardil sentimental, porém o relativo apagamento das fronteiras de classe no serviço militar que é brevemente transferido para a vida civil também tem seu lado plausível. As limitações de Russell como ator também foram usadas como argumento contra o filme, no entanto o fato de o aceitarmos como o veterano de guerra deficiente que ele era soa como uma verdade muito mais importante e documental que, nesse caso, suplanta os interesses da ficção. As cenas entre ele e sua noiva (fictícia) são arrebatadoras tanto por sua ternura quanto por sua honestidade. Poucas passagens no cinema americano se igualam a elas. JRos
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 182)

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