Direção:
William Wyler
Produção:
Samuel Goldwyn
Roteiro:
Robert E. Sherwood, baseado no livro Glory for Me, de MacKinlay Kantor
Fotografia:
Gregg Toland
Música: Hugo Friedhofer
Elenco:
Myrna Loy ……………Milly Stephenson
Fredric March ………..Al Stephenson
Dana Andrews ………Fred Derry
Teresa Wright ………..Peggy Stephenson
Virginia Mayo ………...Marie Derry
Hoagy Carmichael …..Butch Engle
Ainda: Cathy O'Donnell. Harold
Russell, Gladys George, Roman Bohnen. Ray Collins, Minna Gombell, Walter Baldwin,
Steve Cochran, Dorothy Adams
Oscar: Harold Russell (prêmio honorário), Samuel Goldwyn (melhor filme),
William Wyler (diretor). Robert E. Sherwood (roteiro), Fredric March (ator), Harold Russell (ator coadjuvante),
Daniel Mandell (edição), Hugo Friedhofe! (música)
Indicação
ao Oscar: Gordon Sawyer (som)
Hoje em
dia este épico doméstico sobre três veteranos da Segunda Guerra Mundial retornando
para a vida civil, de 172 minutos de duração e premiado nove vezes com o Oscar,
é considerado datado. Críticos mordazes como Manny Farber e Robert Warshow foram
bastante desdenhosos em relação a ele quando de seu lançamento – embora aparentemente
por opiniões políticas opostas. Farber o viu como uma bobagem liberal valendo-se
de uma abordagem conservadora, enquanto Warshow o avacalhou através de uma
perspectiva mais marxista. Seu diretor, William Wyler, e sua fonte literária, o
romance de MacKinlay Kantor, não estão nem um pouco em moda atualmente. O veterano
no elenco, Harold Russell, que perdeu as mãos na guerra, foi alvo de reflexões indignadas
de Warshow sobre masculinidade tolhida e até mesmo de piadas infames do
humorista Terry Southern muitos anos depois. Por tudo isso, eu o chamaria de o melhor
filme americano sobre o retorno de soldados para casa que já vi - o mais
tocante e o que cala mais fundo. Ele serve de testemunha de seu tempo e dos
seus contemporâneos como poucos outros longas de Hoolywood, e a fotografia de
Gregg Toland, que explora bem a profundidade de campo, é um de seus melhores
trabalhos. Parte do que é tão incomum sobre Os melhores anos de nossas vidas enquanto
filme hollywoodiano é o seu senso de distinção de classe - a maneira como os
destinos e carreiras de veteranos bem de vida (Match), de classe média
(Russell) e proletários (Andrews) são sobrepostos. Confessadamente, o fato de
todos se encontrarem em um bar cujo dono é Hoagy Carmichael tem algo de ardil
sentimental, porém o relativo apagamento das fronteiras de classe no serviço
militar que é brevemente transferido para a vida civil também tem seu lado
plausível. As limitações de Russell como ator também foram usadas como
argumento contra o filme, no entanto o fato de o aceitarmos como o veterano de
guerra deficiente que ele era soa como uma verdade muito mais importante e
documental que, nesse caso, suplanta os interesses da ficção. As cenas entre
ele e sua noiva (fictícia) são arrebatadoras tanto por sua ternura quanto por sua
honestidade. Poucas passagens no cinema americano se igualam a elas. JRos
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 182)
Nenhum comentário:
Postar um comentário