sábado, 31 de janeiro de 2015

#019 1931 O MÉDICO E O MONSTRO (Dr. Jekyll and Mr. Hyde, EUA)


Direção: Rouben Mamoulian
Roteiro: Samuel Hoffenstein, Percy Heath (baseado na obra de Robert Louis Stevenson)
Produção: Adolph Zukor (Produtor Executivo, não creditado)
Elenco: Fredric March, Miriam Hopkins, Rose Hobart

Certa vez, foi publicado aqui no Brasil uma coletânea com três dos principais contos de terror da história da literatura em um único livro: Drácula, de Bram Stoker, Frankenstein, de Mary Shelley e O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Os três no ano 1931 ganharam suas adaptações cinematográficas, e possivelmente, suas versões mais conhecidas nos cinemas. O Médico e o Monstro é o contra-ataque da Paramount aos filmes de monstro da Universal, em mais uma adaptação das páginas para a tela. Por mais que não tenha uma equipe de produção e maquiagem como da concorrente, o glamour, os astros e o mesmo reconhecimento atemporal dos filmes da Universal, O Médico e o Monstro tem um grande trunfo nas mangas: Fredric March. O ator que interpreta impecavelmente a dualidade do altruísta e complacente Dr. Jekyll e a criatura amoral e sem escrúpulos Mr. Hyde. O filme arrebatou três estatuetas do Oscar em 1932, uma de melhor ator para March e outras duas, de melhor Diretor de Fotografia para Karl Struss e também de melhor roteiro adaptado. Para quem ainda não conhece o conto, o Dr. Jekyll é um brilhante médico, que acredita que pode separar o superego do id das pessoas, através do uso de substâncias químicas. Prestes a se casar, porém com o sogrão adiando o matrimônio ao máximo, Jekyll acaba sentindo-se atraído por Ivy Pearson, uma cantora de cabaré, a quem atende durante uma ocorrência na rua. Com a noiva viajando por um mês obrigada pelo pai, Jekyll resolve colocar à prova todos seu desejo reprimido através de seu alter-ego, Mr. Hyde, que nasce quando ele prova sua própria poção. E o Hyde traz à tona todas as vontades e libidos trancafiadas a sete chaves na psique humana de Jekyll, transformando-o em um canalha, exageradamente autoconfiante e extremamente agressivo, fazendo a pobre Ivy de gato e sapato. Porém, a mutação também afeta suas características físicas, deixando-o como um ser simiesco, peludo e por consequência, aumentando sua força e agilidade. Confesso que ao ver a fita, fiquei extremamente decepcionado com a aparência de Mr. Hyde. A transformação utilizando trucagem deve ter sido um choque na época, mas a maquiagem do monstro ficou bem tosca na minha opinião. Tá, eu sei que era a década de 30, mas é só ver o quão bacana ficou a maquiagem do monstro de Frankenstein, por exemplo. Mas a feição de macaco, os pelos, mandíbulas salientes e até o novo corte de cabelo, claramente inspiraram a maquiagem usada em Lon Chaney Jr. para O Lobisomem, mais adiante. A atuação de Fredric March é o ponto alto do filme, e podemos dizer que ele leva toda a produção nas costas, principalmente quando encarna o detestável Mr. Hyde. Assim como os comparsas Drácula e Frankenstein, O Médico e o Monstro tem seu valor histórico dentro dos primórdios do cinema de horror, e vale ser conferido.
FONTE: http://101horrormovies.com/

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