Direção: Rouben Mamoulian
Roteiro: Samuel Hoffenstein,
Percy Heath (baseado na obra de Robert Louis Stevenson)
Produção: Adolph Zukor
(Produtor Executivo, não creditado)
Elenco: Fredric
March, Miriam Hopkins, Rose Hobart
Certa vez, foi publicado aqui no
Brasil uma coletânea com três dos principais contos de terror da história da
literatura em um único livro: Drácula, de Bram Stoker, Frankenstein, de Mary
Shelley e O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Os três no ano 1931
ganharam suas adaptações cinematográficas, e possivelmente, suas versões mais
conhecidas nos cinemas. O Médico e o Monstro é o contra-ataque da Paramount aos
filmes de monstro da Universal, em mais uma adaptação das páginas para a tela.
Por mais que não tenha uma equipe de produção e maquiagem como da concorrente,
o glamour, os astros e o mesmo reconhecimento atemporal dos filmes da
Universal, O Médico e o Monstro tem um grande trunfo nas mangas: Fredric
March. O ator que interpreta impecavelmente a dualidade do altruísta e
complacente Dr. Jekyll e a criatura amoral e sem escrúpulos Mr. Hyde. O filme
arrebatou três estatuetas do Oscar em 1932, uma de melhor ator para March e
outras duas, de melhor Diretor de Fotografia para Karl Struss e também de
melhor roteiro adaptado. Para quem ainda não conhece o conto, o Dr. Jekyll é um
brilhante médico, que acredita que pode separar o superego do id das pessoas,
através do uso de substâncias químicas. Prestes a se casar, porém com o sogrão
adiando o matrimônio ao máximo, Jekyll acaba sentindo-se atraído por Ivy
Pearson, uma cantora de cabaré, a quem atende durante uma ocorrência na rua.
Com a noiva viajando por um mês obrigada pelo pai, Jekyll resolve colocar à
prova todos seu desejo reprimido através de seu alter-ego, Mr. Hyde, que nasce
quando ele prova sua própria poção. E o Hyde traz à tona todas as vontades e
libidos trancafiadas a sete chaves na psique humana de Jekyll, transformando-o
em um canalha, exageradamente autoconfiante e extremamente agressivo, fazendo a
pobre Ivy de gato e sapato. Porém, a mutação também afeta suas características
físicas, deixando-o como um ser simiesco, peludo e por consequência, aumentando
sua força e agilidade. Confesso que ao ver a fita, fiquei
extremamente decepcionado com a aparência de Mr. Hyde. A transformação
utilizando trucagem deve ter sido um choque na época, mas a maquiagem do
monstro ficou bem tosca na minha opinião. Tá, eu sei que era a década de 30,
mas é só ver o quão bacana ficou a maquiagem do monstro de Frankenstein, por
exemplo. Mas a feição de macaco, os pelos, mandíbulas salientes e até o novo
corte de cabelo, claramente inspiraram a maquiagem usada em Lon Chaney Jr. para
O Lobisomem, mais adiante. A atuação de Fredric March é o ponto alto do filme,
e podemos dizer que ele leva toda a produção nas costas, principalmente quando
encarna o detestável Mr. Hyde. Assim como os comparsas Drácula e Frankenstein, O Médico e o Monstro tem seu valor
histórico dentro dos primórdios do cinema de horror, e vale ser conferido.
FONTE: http://101horrormovies.com/
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