Direção: Orson Welles
Produção: William Castle, Orson Welles, Rhaul Wilson
Roteiro: Orson Welles, William Castle, Charles Lederer
baseado no livro lf Die Before I Wake, de Sherwood King
Fotografia: Charles Lawton Jr.
Música: Doris Fisher, Allan Roberts.
Elenco: Rita Hayworth, Orson Welles, Everet Sloane,
Glenn Anders, Ted de Corsia
Depois
de provar com O estranho (1946) que podia fazer um filme "normal" se
quisesse, Orson Welles retorna, aqui, ao gênero noir, escolhendo quase ao acaso
um romance pulp fiction (lf Die Before I Wake, de Sherwood King) e
apresentando algo tão rico e estranho que estava fadado a desagradar Harry
Cohn, diretor da Columbia. Ao simplesmente cortar a cabeleira que era marca
registrada de Rita Hayworth e tingi-la de louro, Welles desvalorizou deliberadamente
uma propriedade do estúdio, que calhava de ser também sua ex-esposa. E isso se
deu antes de ficar claro que ela não estava interpretando a beldade cativante
de Gilda (1946), mas uma vilã tão cruel que até seu indisfarçável sex appeal se
torna repulsivo. Com um sotaque irlandês titubeante, Welles é um marinheiro
contratado por um advogado aleijado (Everett Sloane, sórdido e assustador) para
trabalhar em seu iate e talvez também (como no enredo preservado por Welles em
Uma história imortal [1968]) prestar serviços à sua bela esposa. Um assassinato
ocorre, seguido por um julgamento em que todos agem de forma no mínimo
antiética, e um caleidoscópio louco é despedaçado por um clímax envolvendo um
tiroteio numa sala de espelhos. A dama de Shangai, como filme, é um espelho
despedaçado, com fragmentos de genialidade que jamais poderão ser juntados para
formar algo que faça sentido. KN
i(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 209)
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