quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

209 1948 A DAMA DE SHANGAI (THE LADY FROM SHANGAI, EUA)


Direção: Orson Welles
Produção: William Castle, Orson Welles, Rhaul Wilson
Roteiro: Orson Welles, William Castle, Charles Lederer baseado no livro lf Die Before I Wake, de Sherwood King
Fotografia: Charles Lawton Jr.
Música: Doris Fisher, Allan Roberts.
Elenco: Rita Hayworth, Orson Welles, Everet Sloane, Glenn Anders, Ted de Corsia

Depois de provar com O estranho (1946) que podia fazer um filme "normal" se quisesse, Orson Welles retorna, aqui, ao gênero noir, escolhendo quase ao acaso um romance pulp fiction  (lf Die Before I Wake, de Sherwood King) e apresentando algo tão rico e estranho que estava fadado a desagradar Harry Cohn, diretor da Columbia. Ao simplesmente cortar a cabeleira que era marca registrada de Rita Hayworth e tingi-la de louro, Welles desvalorizou deliberadamente uma propriedade do estúdio, que calhava de ser também sua ex-esposa. E isso se deu antes de ficar claro que ela não estava interpretando a beldade cativante de Gilda (1946), mas uma vilã tão cruel que até seu indisfarçável sex appeal se torna repulsivo. Com um sotaque irlandês titubeante, Welles é um marinheiro contratado por um advogado aleijado (Everett Sloane, sórdido e assustador) para trabalhar em seu iate e talvez também (como no enredo preservado por Welles em Uma história imortal [1968]) prestar serviços à sua bela esposa. Um assassinato ocorre, seguido por um julgamento em que todos agem de forma no mínimo antiética, e um caleidoscópio louco é despedaçado por um clímax envolvendo um tiroteio numa sala de espelhos. A dama de Shangai, como filme, é um espelho despedaçado, com fragmentos de genialidade que jamais poderão ser juntados para formar algo que faça sentido. KN
i(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 209)

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