sábado, 31 de janeiro de 2015

#021 1932 OS CRIMES DA RUA MORGUE (Murders in the Rue Morgue, EUA)


Direção: Robert Florey
Roteiro: Robert Florey (adaptação), Tom Reed, Dale Van Every (baseado na obra de Edgar Allan Poe)
Produção: Carl Laemmle Jr.
Elenco: Bela Lugosi, Sidney Fox, Leon Waycoff, Bert Roach, Betty Ross Clarke

Além do já famoso ciclo de monstros, a Universal foi responsável também por uma série de adaptações livres dos contos de Edgar Allan Poe para o cinema, todas elas com Bela Lugosi no elenco, porém sem o mesmo brilho e assertividade que a parceira entre Roger Corman e Vincent Price nos anos 60. O primeiro dessa safra foi Os Crimes da Rua Morgue. E posso dizer com toda convicção que Os Crimes da Rua Morgue é o mais fraquinho de todos (Lugosi ainda estrelaria O Gato Preto e O Corvo, ambos junto de Boris Karloff). Começa pelo fato que sou fã confesso de Edgar Allan Poe, mas o conto que deu origem a esse filme nunca me desceu direito. Afinal, um orangotango cometeu o assassinato? Eu sei, eu sei sobre a importância do conto para as histórias policiais modernas, e que se não fosse Os Crimes da Rua Morgue, provavelmente Sir Artur Conan Doyle nunca teria criado o famosíssimo detetive Sherlock Holmes. Mas um orangotango? Enfim, aqui a adaptação livre troca de símio, um orangotango por um gorila chamado Erik, que na verdade é um chimpanzé, mascote de estimação de um cientista louco e maníaco chamado Dr. Mirakle, interpretado canastrissimamente (como de costume, por sinal), por Bela Lugosi. Mirakle tenta colocar na cabeça da população da Paris do século XIX a teoria da evolução das espécies de Darwin, em uma feira de rua, dissertando que viemos dos primatas e que Erik é praticamente humano. Claro que foi um ultraje. Determinado em provar sua teoria, Mirakle começa a raptar prostitutas para suas experiências, de misturar sangue humano com sangue macaco, para ver o que acontece. Isso chama a atenção de Pierre Dupin, que no livro é um homem inteligente, brilhante e com um poderoso senso de dedução que resolve o crime, e aqui só é um cara apaixonado pela doce Camille L’Espanaye, estudante de medicina, pé rapado que vive com um companheiro de quarto insuportável que faz às vezes de mulher preocupada, que começa a suspeitar de Mirakle ser o responsável pelas mortes. Como seria impossível manter um longa metragem utilizando apenas o conceito original do livro, o ataque do gorila / chimpanzé fica para o terceiro ato. Mirakle apaixonado pela moça, manda o macaco raptá-la do seu quarto, colocando a polícia de Paris e Dupin em seu encalço, apenas depois de ser considerado o principal suspeito. Tudo bem que estamos em 1932, mas o símio é realmente tosco. Misturando imagens reais com a de um sujeito vestido um traje peludo de macaco (ao melhor estilo Congo), o truque da edição não funciona nem um pouco bem, e se a intenção era chocar, acabou se tornando bem cômico e ridículo. Apesar de haver muita limitação de efeitos visuais na época e o responsável pela maquiagem ser o brilhante Jack Pierce, FrankensteinO Médico e o Monstro e A Ilha das Almas Selvagens, por exemplo, já haviam nos apresentado um trabalho muito mais satisfatório Resumo da ópera: Os Crimes da Rua Morgue é interessante de ser visto apenas como um registro de época, dos começo do cinema de terror dos anos 30. Mais nada. A história é fraca, as atuações fracas, e o filme é entediante, com desnecessários desvios cômicos também. Não caia no falso marketing do trailer. Nada que faça jus ao grande Poe.
FONTE: http://101horrormovies.com/

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