Direção: Robert Florey
Roteiro: Robert Florey
(adaptação), Tom Reed, Dale Van Every (baseado na obra de Edgar Allan Poe)
Produção: Carl
Laemmle Jr.
Elenco: Bela
Lugosi, Sidney Fox, Leon Waycoff, Bert Roach, Betty Ross Clarke
Além do já famoso ciclo de
monstros, a Universal foi responsável também por uma série de adaptações livres
dos contos de Edgar Allan Poe para o cinema, todas elas com Bela Lugosi no elenco,
porém sem o mesmo brilho e assertividade que a parceira entre Roger Corman e
Vincent Price nos anos 60. O primeiro dessa safra foi Os Crimes da
Rua Morgue. E posso dizer com toda convicção que Os Crimes da
Rua Morgue é o mais fraquinho de todos (Lugosi ainda estrelaria O Gato Preto e O Corvo, ambos junto de Boris Karloff). Começa
pelo fato que sou fã confesso de Edgar Allan Poe, mas o conto que deu origem a
esse filme nunca me desceu direito. Afinal, um orangotango cometeu o
assassinato? Eu sei, eu sei sobre a importância do conto para as histórias policiais
modernas, e que se não fosse Os Crimes da Rua Morgue, provavelmente Sir Artur
Conan Doyle nunca teria criado o famosíssimo detetive Sherlock Holmes. Mas um
orangotango? Enfim, aqui a adaptação livre troca de símio, um orangotango por
um gorila chamado Erik, que na verdade é um chimpanzé, mascote de estimação de
um cientista louco e maníaco chamado Dr. Mirakle, interpretado canastrissimamente
(como de costume, por sinal), por Bela Lugosi. Mirakle tenta colocar na cabeça
da população da Paris do século XIX a teoria da evolução das espécies de
Darwin, em uma feira de rua, dissertando que viemos dos primatas e que Erik é
praticamente humano. Claro que foi um ultraje. Determinado em provar sua
teoria, Mirakle começa a raptar prostitutas para suas experiências, de misturar
sangue humano com sangue macaco, para ver o que acontece. Isso chama a atenção
de Pierre Dupin, que no livro é um homem inteligente, brilhante e com um
poderoso senso de dedução que resolve o crime, e aqui só é um cara apaixonado
pela doce Camille L’Espanaye, estudante de medicina, pé rapado que vive com um
companheiro de quarto insuportável que faz às vezes de mulher preocupada, que
começa a suspeitar de Mirakle ser o responsável pelas mortes. Como seria
impossível manter um longa metragem utilizando apenas o conceito original do
livro, o ataque do gorila / chimpanzé fica para o terceiro ato. Mirakle
apaixonado pela moça, manda o macaco raptá-la do seu quarto, colocando a
polícia de Paris e Dupin em seu encalço, apenas depois de ser considerado o
principal suspeito. Tudo bem que estamos em 1932, mas o símio é realmente
tosco. Misturando imagens reais com a de um sujeito vestido um traje peludo de
macaco (ao melhor estilo Congo), o truque da edição não funciona nem um pouco
bem, e se a intenção era chocar, acabou se tornando bem cômico e ridículo.
Apesar de haver muita limitação de efeitos visuais na época e o responsável
pela maquiagem ser o brilhante Jack Pierce, Frankenstein, O Médico e o Monstro e A Ilha das Almas Selvagens, por
exemplo, já haviam nos apresentado um trabalho muito mais satisfatório Resumo
da ópera: Os Crimes da Rua Morgue é interessante de ser visto apenas
como um registro de época, dos começo do cinema de terror dos anos 30. Mais
nada. A história é fraca, as atuações fracas, e o filme é entediante, com
desnecessários desvios cômicos também. Não caia no falso marketing do
trailer. Nada que faça jus ao grande Poe.
FONTE: http://101horrormovies.com/
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