sábado, 24 de janeiro de 2015

#010 1926 FAUSTO (Faust – Eine deutsche Volkssage, Alemanha)


Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Gerhart Hauptmann, Hans Kyser (baseado na obra de Johann Wolfgang von Goethe)
Produção: Erich Pommer
Elenco: Gösta Ekmann, Emil Jannings, Camila Horn, Frieda Richard, Wilhelm Dieterle

Mais uma vez o diretor F. W. Murnau ataca, agora com uma pretensiosa superprodução do expressionismo alemão baseada na famosa obra de Goethe Fausto é um filme com uma metragem longa, novelão, recheado de cenários e “efeitos especiais”, que traz mais uma vez ao cinema questões envolvendo o demônio e elementos sobrenaturais. Para quem não conhece a trama, Fausto é a história definitiva da venda da alma ao diabo em troca de favores, que vão de poder, riqueza, até o amor de uma mulher. Inspirado em uma popular lenda alemã, o poema de Goethe narra a tragédia épica do Dr. Fausto, um velho homem das ciências, que desiludido pelas limitações do seu tempo, ao ver a população da sua cidade sucumbir à peste, faz um pacto com Mefistófeles, ou Mephisto, que em troca da sua alma, conseguida através de um contrato assinado com sangue, lhe daria conhecimento, poder, glória, juventude e até um rabo de saia, nesse caso Gretchen, uma singela camponesa pela qual se apaixona. Mas claro que como todo pacto com o diabo que se preze, a coisa não acaba bem e uma sequência de tragédias e questionamentos atormenta os personagens até seu final. Murnau, que já havia imprimido as características do cinema gótico em sua obra anterior, Nosferatu – Uma Sinfonia de Horror, nos brinda com um trabalho executando muito bem o jogo de luz e sombra para criar um clima soturno e cenas impressionantes, como a conjuração de Mephisto ou o diabo gigantesco abrindo suas asas sobre a cidadela e espalhando a praga (Fantasia, da Disney?). Desde 1926, um pacto com o diabo nunca acaba bem no cinema. O maior atrativo filme é a interpretação magistral de Emil Jannings como o demônio, sempre causando ali do lado de Fausto, cheio de caras e bocas, dando vida a toda sagacidade e cinismo do anjo das trevas. Mas, no frigir dos ovos o filme é cansativo, graça aos seus arrastados 115 minutos, com várias cenas completamente desnecessárias. Inclusive se tirasse de 30 a 40 minutos, talvez a produção se tornasse mais dinâmica e interessante. Vale entrar na lista pelo tema (pacto com diabo) que seria recorrente em dezenas de filmes de terror vindouros e toda sua atmosfera de tragédia e sofrimento.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/11/6-fausto-1926/

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