Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Gerhart Hauptmann,
Hans Kyser (baseado na obra de Johann Wolfgang von Goethe)
Produção: Erich Pommer
Elenco: Gösta Ekmann, Emil
Jannings, Camila Horn, Frieda Richard, Wilhelm Dieterle
Mais uma vez o diretor F. W.
Murnau ataca, agora com uma pretensiosa superprodução do expressionismo alemão
baseada na famosa obra de Goethe Fausto é
um filme com uma metragem longa, novelão, recheado de cenários e “efeitos
especiais”, que traz mais uma vez ao cinema questões envolvendo o demônio e
elementos sobrenaturais. Para quem não conhece a trama, Fausto é a
história definitiva da venda da alma ao diabo em troca de favores, que vão de
poder, riqueza, até o amor de uma mulher. Inspirado em uma popular lenda alemã,
o poema de Goethe narra a tragédia épica do Dr. Fausto, um velho homem das
ciências, que desiludido pelas limitações do seu tempo, ao ver a população da
sua cidade sucumbir à peste, faz um pacto com Mefistófeles, ou Mephisto, que em
troca da sua alma, conseguida através de um contrato assinado com sangue, lhe
daria conhecimento, poder, glória, juventude e até um rabo de saia, nesse caso
Gretchen, uma singela camponesa pela qual se apaixona. Mas claro que como todo
pacto com o diabo que se preze, a coisa não acaba bem e uma sequência de
tragédias e questionamentos atormenta os personagens até seu final. Murnau, que
já havia imprimido as características do cinema gótico em sua obra anterior, Nosferatu – Uma Sinfonia de Horror, nos brinda com um trabalho
executando muito bem o jogo de luz e sombra para criar um clima soturno e cenas
impressionantes, como a conjuração de Mephisto ou o diabo gigantesco abrindo
suas asas sobre a cidadela e espalhando a praga (Fantasia, da Disney?). Desde
1926, um pacto com o diabo nunca acaba bem no cinema. O maior atrativo filme é
a interpretação magistral de Emil Jannings como o demônio, sempre causando ali
do lado de Fausto, cheio de caras e bocas, dando vida a toda sagacidade e
cinismo do anjo das trevas. Mas, no frigir dos ovos o filme é cansativo, graça
aos seus arrastados 115 minutos, com várias cenas completamente desnecessárias.
Inclusive se tirasse de 30 a 40 minutos, talvez a produção se tornasse mais
dinâmica e interessante. Vale entrar na lista pelo tema (pacto com diabo) que
seria recorrente em dezenas de filmes de terror vindouros e toda sua atmosfera
de tragédia e sofrimento.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/11/6-fausto-1926/
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