Direção:
Luis Bunuel
Produção:
Oscar Danclgers, Sergio Kogan, Jaime A. Menasce
Roteiro:
Luis Alcorlza, Luis Bunuel
Fotografia:
Gabriel Figueroa
Música:
Rodolfo Halffter, Gustavo
Elenco:
Elenco:
Alfonso
Mejía …………Pedro
Estela
Inda ……………Mãe de Pedro
Miguel
Inclán …………Don Carmelo
Roberto
Cobo …………Jaibo
Alma
Delia Fuentes ….Meche
Javier
Amézcua ………Julián
Ainda:
Jambrina, Jesus Navarro, Efrain Arauz, Sergio Villarreal, Jorge Perez, Javier Anuvcua,
Mário Ramirez
Festival
de Cannes: Luis Bunuel (melhor diretor)
Embora
Os esquecidos faça uso de várias convenções dos filmes sobre questões sociais, ele
vai muito além delas. Passado na periferia da Cidade do México, a pungente obra
prima de Buñuel se concentra em dois garotos desafortunados: Pedro (Alfonso
Mejia), que se esforça para ser bom, e o mais velho e incorrigível Jaibo
(Roberto Cobo), que surge a todo momento como um irmão demoníaco para desencaminhar
Pedro. Um dos críticos do neo-realismo italiano, Buñuel exigia que o conceito
de realismo fosse expandido para incluir elementos essenciais, como o sonho, a
poesia e a irracionalidade – representados pelo pesadelo de Pedro, no qual um
emaranhado de culpa e desejos é deslindado na imagem sensacional de uma peça de
carne crua oferecida pela mãe do garoto faminto, e pela visão que se apresenta
a um Jaibo agonizante, na qual o anjo da morte surge como um cão sarnento que o
conduz por uma estrada longa e sombria. Dentre as outras almas perdidas da
cidade dos condenados de Buñuel estão o repulsivo mendigo cego Carmelo (Miguel
Inclán); o menino de rua Ojitos (Mário Ramirez), explorado por Carmelo: a
ninfeta Meche (Alma Della Fuentes), cujas coxas nuas são banhadas em leite e
uma das muitas imagens provocativas do filme; e o virtuoso Julián (Javier
Amézcua), rapidamente assassinado por Jaibo. Pegando emprestado o bordão de NossWille,
pode-se dizer que o último personagem essencial é você, espectador hipócrita.
Um fator crucial que torna Os esquecidos superior a outros filmes sobre
questões sociais é a maneira como ele provoca agressivamente a platéia - de
forma mais assombrosa quando Pedro, revoltado em um reformatorio, joga um ovo
na camera. De maneira menos espetacular, porém ainda chocante. Os esquecidos
desencoraja o espectador a assumir a postura de sensibilidade nobre geralmente
cultivada pelos filmes de mensagem liberal. Para começar, o tom é cáustico
demais, distanciado e contraditório - como quando o espetáculo patético do
linchamento do cego Carmelo pela gangue de Jaibo é acobertado por um plano
sarcástico de uma galinha. Além disso, Buñuel evita primorosamente um
verdadeiro catálogo de subterfúgios de filmes-mensagem, entre eles o uso de arquétipos
para conduzir nossos sentimentos e a concentração em casos específicos para
atenuar o problema mais amplo. Os esquecidos foi criticado por sua insensibilidade
e falta de soluções construtivas, porém Buñuel é um artista, não um legislador,
e talvez seja difícil reconhecer a compaixão deste filme extraordinariamente honesto
apenas por ela não estar amenizada pelo sentimentalismo. MR
(1001
FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 229)
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