Direção: Frank Capra
Roteiro: Philip Van Doren Stern, Frances Goodrich
Elenco:
James Stewart ….…George Bailey
Thomas Mitchell .…Tio Billy
Donna Reed ………Mary Hatch Bailey
Lionel Barrymore …Sr. Potter
Henry Travers …….Clarence
Beulah Bondi …….Ma Bailey
Ainda: Frank Faylen, Ward Bond, Gloria Grahame, H. B. Warner, Frank
Albertson, Todd Karns, Samuel S. Hinds, Mary Treen, Virgínia Patton
Indicação
ao Oscar: Frank Capra (melhor filme), Frank Capra (diretor), James Stewart
(ator), William Hornbeck (edição), John Aalberg (som)
Depois de
celebrar o homem comum em clássicos da década de 30 como Aconteceu naquela
noite, A mulher faz o homem e Do mundo nada se leva, o primeiro filme de Frank Capra
realizado no pós-guerra enaltece, sem o menor pudor, a bondade das pessoas comuns
e o valor dos sonhos humildes, mesmo que eles não se tornem realidade. Baseado
em The Createst Gift, um conto escrito em um cartão de Natal por Philip Van
Doren, o vital protagonista do filme, um jovem sobrecarregado de
responsabilidades, foi quase recusado pelo cansado de guerra James Stewart.
Lançado em 1946 sob críticas conflitantes, ele foi, não obstante, indicado a
cinco prêmios Oscar (incluindo Melhor Filme e Melhor Ator), porém não venceu em
nenhuma categoria. Hoje em dia, especular se ele era um filme que precisava ser
assistido várias vezes para ser apreciado plenamente ou se foi apenas produzido
na época errada é irrelevante. Na década de 60, o copyright dele expirou, o que
permitiu a circulação a baixo custo de uma versão de "domínio
público" e exibições frequentes na tevê. Reprisado à exaustão por volta
das festas de fim de ano, ele se tornou o baluarte das "sessões para toda
a família". Depois de consolidado como uma pedra de toque emocional para
várias gerações, canais públicos de televisão, em 1970, cristalizaram sua reputação
de qualidade exibindo-o em contraste com a programação comercial obtusa e
materialista da época de festas. George Bailey (Stewart), um homem desengonçado
e de bom coração, cresce na pequena cidade de Bedford Falis, em Connecticut,
mas sonha em viajar pelo mundo. O dever, no entanto, está sempre entrando no
caminho para frustrar esse sonho. Sua perda de liberdade é aliviada apenas pelo
seu casamento com Mary (Donna Reed), a beldade local, e posteriormente por sua
jovem família e por seu próprio senso de filantropia ao ajudar os trabalhadores
da cidade a comprarem suas próprias casas. Por fim, ao se ver forçado a
recorrer à poupança da família, que Mr. Potter (raras vezes Lionel Barrymore esteve
tão detestável), o ganancioso banqueiro da cidade, ameaça confiscar, George sente-se
tão pressionado que tenta o suicídio saltando de uma ponte. No entanto, um milagre
acontece: um anjo chamado Clarence (Henry Travers) é enviado do Céu para
mostrar a George o que teria sido da cidade caso seu desejo se realizasse e ele
jamais tivesse vivido. Somente depois de George se convencer do próprio valor
seu suicídio será desfeito, a cidade voltará ao normal e Clarence, um anjo de
segunda classe, ganhará suas asas. Quase 60 anos depois, A felicidade não se
compra continua sendo um dos mais queridos filmes de fim de ano por conta de
sua mensagem otimista e clima amedrontador de "o que teria acontecido
se...". Assistido no cinema, sem as distrações das festividades, ele se
revela mais uma comédia escrachada deliciosa, repleta de comentários ligeiros e
incisivos sobre o amor, o sexo e a sociedade. A grande qualidade dessa
brincadeira se deve especialmente à participação não creditada no roteiro de
Dorothy Parker, Dalton Trumbo e Clifford Odets. O filme era um dos favoritos de
Capra e Stewart e ambos expressaram profundo descontentamento quando ele se
tornou vítima precoce da febre da colorização. KK
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 195)
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