sábado, 17 de janeiro de 2015

219 1949 FÚRIA SANGUINÁRIA (WHITE HEAT, EUA)


Direção: Raoul Walsh
Produção: Louis F. Edelman
Roteiro: Virginia Kellog, Ivan Coff, Ben Roberts
Fotografia: Sidney Hickox
Música: Max Steiner
Elenco: James Cagney, Virginia Mayo, Edrnond O'Brien, Margaret Wycherly, Steven Cochran, John Archer, Wally Cassell, Fred Clark

Indicação ao Oscar: Virginia Kellog (roteiro)

"Você sabe o que fazer?", pergunta Cody (James Cagney) com rispidez a seu parceiro no meio de um audacioso roubo de trem; quando o outro começa a responder, Cody o interrompe: "Então feche essa matraca e faça!" Essa atitude impetuosa e impulsiva define o vigor dos filmes de Raoul Walsh, que (conforme observado por Peter Lioyd) "medem o pulso de uma energia individual" e a inserem em uma "trajetória enlouquecida da qual nasce a construção de um ritmo". Poucos filmes possuem uma narrativa tão tensa, uniforme e econômica quanto Fúria sanguinária. Walsh é um diretor implacavelmente linear e direto cujo trabalho remonta ao cinema mudo - como na empolgante seqüência de abertura em que um carro alcança o trem. Entretanto, ele também explora as possibilidades intrigantes e complexas da psicologia do século XX. Durante o roubo, Cody mata de forma impiedosa. Uma vez entocado como um animal em uma jaula com sua gangue - da mesma forma que será preso mais tarde -, sua psicopatologia começa a vir à tona: indiferença ao sofrimento alheio, fixação em uma mãe violenta e enxaquecas lancinantes que o deixam furioso. Cody, imortalizado na atuação intensa de Cagney, personifica a maior das contradições que leva os gàngsteres do cinema à ruína: um egoísmo fantástico e delírios de invencibilidade ("Olhe, mãe, estou no topo do mundo") minados por dependências e vulnerabilidades demasiado humanas. AM

(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 219)

Nenhum comentário:

Postar um comentário