Direção:
Raoul Walsh
Produção:
Louis F. Edelman
Roteiro: Virginia Kellog, Ivan Coff, Ben Roberts
Fotografia:
Sidney Hickox
Música:
Max Steiner
Elenco: James Cagney, Virginia Mayo, Edrnond O'Brien,
Margaret Wycherly, Steven Cochran, John Archer, Wally Cassell, Fred Clark
Indicação
ao Oscar: Virginia Kellog (roteiro)
"Você
sabe o que fazer?", pergunta Cody (James Cagney) com rispidez a seu
parceiro no meio de um audacioso roubo de trem; quando o outro começa a
responder, Cody o interrompe: "Então feche essa matraca e faça!" Essa
atitude impetuosa e impulsiva define o vigor dos filmes de Raoul Walsh, que
(conforme observado por Peter Lioyd) "medem o pulso de uma energia
individual" e a inserem em uma "trajetória enlouquecida da qual nasce
a construção de um ritmo". Poucos filmes possuem uma narrativa tão tensa,
uniforme e econômica quanto Fúria sanguinária. Walsh é um diretor
implacavelmente linear e direto cujo trabalho remonta ao cinema mudo - como na
empolgante seqüência de abertura em que um carro alcança o trem. Entretanto,
ele também explora as possibilidades intrigantes e complexas da psicologia do
século XX. Durante o roubo, Cody mata de forma impiedosa. Uma vez entocado como
um animal em uma jaula com sua gangue - da mesma forma que será preso mais
tarde -, sua psicopatologia começa a vir à tona: indiferença ao sofrimento alheio,
fixação em uma mãe violenta e enxaquecas lancinantes que o deixam furioso. Cody,
imortalizado na atuação intensa de Cagney, personifica a maior das contradições
que leva os gàngsteres do cinema à ruína: um egoísmo fantástico e delírios de invencibilidade
("Olhe, mãe, estou no topo do mundo") minados por dependências e vulnerabilidades
demasiado humanas. AM
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 219)
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