domingo, 18 de janeiro de 2015

220 1949 NA TEIA DO DESTINO (THE RECKLESS MOMENT, EUA)


Direção: Max Ophüls
Produção: Walter Wanger
Roteiro: Mel Dinelli, Henry Caron
Fotografia: Burnett Cuffey
Música: Hans J . Salter
Elenco: James Mason, Joan Bennett, Geraldine Brooks, Henry O'Neill, Shepperd Strudwick, David Blair, Roy Roberts

Na teia do destino é um filme nolr incomum, pois inverte os gêneros em uma releitura da conhecida história (presente em Poeto sinistro e Almas perversas) da personagem inocente que se envolve com um vigarista sedutor e se enreda em um crime. Aqui, a classe e a respeitabilidade assumem um status geralmente atribuído ao sexo e ao dinheiro à medida que a dona de casa Lúcia Harper (Joan Bennett) é tirada do seu cotidiano suburbano quando o canalha (Shepperd Strudwick) que vinha saindo com sua filha (Geraldine Brooks) é morto de forma quase acidental sob circunstâncias suspeitas e ela se livra do cadáver para fazer as coisas parecerem melhores. O justiceiro de Lúcia é interpretado por James Mason, estranha porém acertadamente escalado para o papel de um vagabundo irlandês que começa por chantageá-la, mas depois passa, de forma perturbadora, a fazer sinceras propostas românticas. O foco do filme então muda à medida que o criminoso é levado a fazer um sacrifício que trará a vida da heroína de volta, mas que também sugere que Bennett - que, afinal de contas, era uma prostituta em Almas perversas - pode tê-lo manipulado inconscientemente para benefício próprio todo o tempo. O diretor vienense Max Ophüls está mais interessado na ironia e na emoção do que no crime e no drama, o que dá a este filme um clima excepcionalmente aflitivo. Ele também conduz os protagonistas a atuações reveladoras e inusitadas. KN
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 220)

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