Direção:
Max Ophüls
Produção:
Walter Wanger
Roteiro:
Mel Dinelli, Henry Caron
Fotografia:
Burnett Cuffey
Música:
Hans J . Salter
Elenco: James Mason, Joan Bennett, Geraldine Brooks,
Henry O'Neill, Shepperd Strudwick, David Blair, Roy Roberts
Na
teia do destino é um filme nolr incomum, pois inverte os gêneros em uma
releitura da conhecida história (presente em Poeto sinistro e Almas perversas)
da personagem inocente que se envolve com um vigarista sedutor e se enreda em
um crime. Aqui, a classe e a respeitabilidade assumem um status geralmente
atribuído ao sexo e ao dinheiro à medida que a dona de casa Lúcia Harper (Joan
Bennett) é tirada do seu cotidiano suburbano quando o canalha (Shepperd
Strudwick) que vinha saindo com sua filha (Geraldine Brooks) é morto de forma
quase acidental sob circunstâncias suspeitas e ela se livra do cadáver para
fazer as coisas parecerem melhores. O justiceiro de Lúcia é interpretado por
James Mason, estranha porém acertadamente escalado para o papel de um vagabundo
irlandês que começa por chantageá-la, mas depois passa, de forma perturbadora,
a fazer sinceras propostas românticas. O foco do filme então muda à medida que
o criminoso é levado a fazer um sacrifício que trará a vida da heroína de
volta, mas que também sugere que Bennett - que, afinal de contas, era uma
prostituta em Almas perversas - pode tê-lo manipulado inconscientemente para
benefício próprio todo o tempo. O diretor vienense Max Ophüls está mais interessado
na ironia e na emoção do que no crime e no drama, o que dá a este filme um
clima excepcionalmente aflitivo. Ele também conduz os protagonistas a atuações reveladoras
e inusitadas. KN
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 220)
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