sábado, 31 de janeiro de 2015

234 1951 PACTO SINISTRO (STRANGERS ON A TRAIN, EUA)


Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Raymond Chandler, Whitfield Cook, Czenzi Ormonde, baseado no livro de Patrícia Hlghsmith
Fotografia: Robert Burks
Música: Dimitri Tiomkln
Elenco: Farley Granger, Ruth Uni, Robert Walker, Leo G. Carroll, Hitchcock, Kasey Rogers, Marlon Lome, Jonathan Hale, Howard St. John, John Brown, Norma Varden, Robert Gist

Indicação ao Oscar: Robert Burks (fotografia)

Não é nenhuma surpresa que Alfred Hitchcock tenha se Interessado pelo livro Pacto sinistro, de Patricla Hlghsmlth. O primeiro romance da autora possui elementos encontrados em praticamente todos os filmes de Hitchcock: uma fascinação por assassinato, mal-entendidos e desejos homossexuais não exatamente reprimidos. Desnecessário dizer que o diretor não tardou a comprar os direitos do livro e pôr mãos à obra. Contando com um grande roteiro de Raymond Chandler - com retoques de Ben Hecht, entre outros -, o filme se tornou um dos mais bem-succdidos do diretor. Pacto sinistro começa inocentemente. Guy Haines (Farley Granger), um tenista de sucesso, literalmente dá de cara em um trem com Bruno Anthony (Robert Walker), um estranho excêntrico e excltável. Ambos têm em sua vida uma pessoa da qual gostariam de se livrar. Guy quer tirar do mapa sua esposa e Bruno quer fazer o mesmo com o pai dominador, de modo que este último bola o assassinato "perfeito" para resolver os problemas dos dois homens: eles simplesmente trocam de vítima. Guy rejeita a idéia, mas logo Bruno o chantageia para que ele cumpra sua parte do acordo. Quase uma comédia de humor negro, Pacto sinistro também funciona como um bizarro ritual de acasalamento, no qual Granger faz o papel do homem certinho e Walker o de louco extravagante. Como sempre, Hitchcock se diverte explorando os apuros do seu protagonista. Os diálogos ganham brilho à medida que Walker fecha o cerco em volta de Granger, o que leva ao que pode ser considerada a partida de tênis mais repleta de suspense da história do cinema. Porém, em se tratando de Hitchcock, o desfecho emocionante se dá em um carrossel, com Granger e Walker lutando enquanto o brinquedo fora de controle gira cada vez mais rápido. É um final destoante para o que é em grande parte um filme introspectivo sobre loucura, chantagem e culpa, porém Hitchcock o executa de forma brilhante. À medida que o charme caricato de Walker leva a impulsos mais abertamente homicidas, ele cresce como vilão e só pode ser morto de uma maneira que faça jus a sua personalidade exuberante. Na verdade, Walker (em seu último papel) domina o filme. Ele é o ego desencadeado, o espalhafatoso outro lado da moeda da loucura mais reprimida que Hitchcock também exploraria nove anos mais tarde em Psicose. JKI
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 234)

Hitchcock aparece aos 10 minutos e 30 segundos.



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