Direção: John Hough
Roteiro: Tudor Gates
Produção: Harry
Fine, Michael Style
Elenco: Peter
Cushing, Harvey Hall, Alex Scott, Madeleine Collinson, Mary Collinson, Kathlee
Byron, Damien Thomas
As Filhas de
Drácula é uma daquelas provas cabais e irrefutáveis da
decadência escancarada do estúdio, que começou a perder sua majestade durante
os anos 70, não se adequando ao público que não queria mais ver filmes com
atmosfera gótica e sim um tipo de terror mais real e próximo. Porcamente
traduzido, distante do original literal que seria Gêmeas do Mal (e que também é
um equívoco descomunal, já que só uma das gêmeas é malvada, a outra é
boazinha), As Filhas de Drácula é o terceiro filme da trilogia de
Karnstein, inspirado pelo seminal livro do irlandês Sheridan Le Fanu, que teve
seu pontapé inicial no ano anterior com Carmilla – A
Vampira de Karnstein, e também tem aí em seu meio, Luxúria de
Vampiros (que será postado futuramente já que minha lista é em
ordem alfabética). Enfim, com a fase áurea de estúdio inglês deixada para trás,
orçamentos curtos, reação adversa do público e tentativa frustrada de apostar
no mais do mesmo para manutenção do status quo, a Hammer apela para três
fatores infalíveis para qualquer produção vampiresca da época: 1) a presença do
sempre ótimo Peter Cushing; 2) profusão de sangue e cenas gráficas; e 3) nudez
feminina, óbvio. A história é das mais fraquinhas: Cushing é Gustav Weil, um wanna
beMatthew Hopkins (personagem de Vincent Price no ótimo O Caçador de
Bruxas), que sai por aí em seu vilarejo queimando garotas a torto e
a direito, acusando-as de bruxaria. Acontece que neste vilarejo vive o infame
Conde Karnstein, libertino, arrogante, presunçoso, cruel e adorador de Satanás.
Claro que os dois não vão se bicar desde o começo da história. Lenha é jogada
na fogueira quando as sobrinhas gêmeas de Gustav, Frieda e Maria (interpretadas
respectivamente pelas playmatesunivitelinas Madeleine e Mary Collinson)
vão ficar sob a guarda do tio carola. Ao melhor estilo “Mulheres de Areia”,
Maria é a Rutinha (que é boa) e Freida é a Raquel (que é “mau”, já diria Tonho
da Lua). Se você não assistiu a novela da Globo e não faz lhufas do que estou
falando, Maria é a casta, puritana, obediente, sonho de sobrinha, e Freida é um
dínamo de sexualidade, além de ser desobediente, malcriada e perversa. Não
demora para que o Conde deseje a ninfeta e vice-versa. Só que nesse ínterim, o
Conde em uma de suas missas de magia negra, sacrifica uma mulher em troca de
poderes satânicos, que não dá certo, mas milimetricamente a mesa de sacrifício
estava bem em cima do mausoléu de Mircalla Karnstein, pingando sangue da moça
coincidentemente em seu caixão e trazendo-a de volta à vida. Mircalla logo dá o
“beijo” no Conde que se transforma em um vampiro. Que por sua vez, dá um
“beijo” em Freida, que foge de casa certa noite para se engraçar com o mesmo. Pronto,
está montado o pandemônio na aldeia que irá envolver as gêmeas, Gustav, o Conde
e seu comparsa mucamo Joaquim e os irmãos Anton (David Warbeck) e Ingrid
(Isobel Black), que comandam uma escola para moças de fino trato, o qual as
gêmeas estão matriculadas. Só que Anton é um intelectual e bate de frente com a
barbárie de Gustav e sua turma que adora queimar garotas acusadas de bruxaria.
Acontece que com a vampirização de Freida e a iminente ameaça à Maria, os dois
terão de juntar forças para derrotar o malvado vampiro. As Filhas de Drácula (lembrando
que Vlad Tepes não tem ABSOLUTAMENTE nada a ver com esse filme) até funciona
vai. Não é um dos filmes mais primorosos da Hammer, e começa a repetir à beça
cenários, costumes e recauchutar as histórias. Mas gera uma boa diversão. Fora
a explosão sensual das irmãs Collinson, primeiras gêmeas a ser capa da Playboy,
e a tão aguardada sequência onde Madaleine, se passando pela irmã, aparece
peladinha tentando seduzir Anton. Porque dela só resta falar mesmo dos decotes
lascivos e as insinuações sexuais seguidas de nudez, pois a atuação é um
verdadeiro desastre (tanto que as duas foram dubladas). Algumas cenas de
decapitação aqui e acolá são também bastante legais, além de toda a violência e
tortura inerente ao período da inquisição.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/08/24/247-as-filhas-de-dracula-1971/
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