Direção: Jimmy
Sangster
Roteiro: Tudor
Gates
Produção: Harry
Fine, Michael Style
Elenco: Ralph
Bates, Barbara Jefford, Suzanna Leigh, Michael Johnson, Yutte Stensgaard, Helen
Christie
Luxúria de Vampiros é o segundo filme que compõe a trilogia de
Karnstein da Hammer, baseado no livro do irlandês Sheridan Le Fanu, um dos
responsáveis pela criação do status quo do vampiro na literatura,
influenciador de Bram Stoker e percursor da safadeza, erotismo e lesbianismo
vampírico. O primeiro foi o clássico dos clássicos Carmilla – A Vampira de Karnstein, lançado no ano anterior, que
traria a deliciosa Ingrid Pitt no papel de Carmilla e todos os seus diversos
acrônimos. O terceiro filme, As Filhas de Drácula, também lançado em 1971, trouxe
Peter Cushing no elenco e as gêmeas playmates univitelinas Madeleine
e Mary Collinson. Este segundo episódio da trilogia Karnstein é interessante,
tanto do ponto de vista narrativo, quanto do ponto de vista técnico, levando em
consideração que a Hammer passava por maus lençóis naqueles anos e caminhava
para sua fadada falência, até ser ressuscitada no final da década passada.
Claro que nesta altura do campeonato, todo o “glamour” e desbunde de figurinos
e de maquiagem do estúdio tinha ficado para trás, tendo deixado seus áureos
anos lá no final da década de 50 e toda a década de 60. Então a ordem do dia
era mostrar o máximo de sangue, violência e nudez possíveis, até para agradar o
mercado americano. E seguindo a linha da vampira fatal, sedutora e desinibida
vivida por Ingrid Pitt em Carmilla – A Vampira de Karnestein,
em Luxúria de Vampiros, a bela e loira Millarca, reencarnação de Carmilla,
é interpretada pela atriz dinamarquesa Yutte Stensgaard, que obviamente não tem
o mesmo sex appeal e a volúpia de Pitt, mas que mesmo assim exala sua
doce e particular sensualidade, desfilando com suas longas camisolas
transparentes ultra decotadas pelo internato de garotas, e nos closes de seus
brilhantes olhos azuis levemente estrábicos. E esse internato para garotas de
fino trato é onde acontece toda a trama de Luxúria de Vampiros. O vilarejo
onde ele fica situado, está sob constante medo da superstição dos vampiros que
vivem no castelo de Karnestein. Uma camponesa é sequestrada pelo cocheiro/
capanga logo no começo do filme, para servir aos rituais satânicos do Conde de
Karnstein (Mike Raven, que tem bastante semelhança com Christopher Lee,
inclusive com seu vozerio) e da Condessa Herritzen (Barbara Jefford) para
trazer Carmilla, ou Millarca, ou como você preferir, de volta à vida. A
Condessa Herritzen logo se apressa para colocar a falsa sobrinha vampira na
escola gerenciada pela Sra. Simpson (Helen Christie), auxiliada pelo esquisito
simpatizante do oculto Giles Barton (Ralph Bates, em uma excelente
interpretação) e pela professora Janet Playfair (Suzanna Leigh), para ela poder
seduzir as pobres jovens e sugar o sangue de suas jugulares. Neste ínterim, o
cético escritor Richard Lestrange (Michael Johnson) está nas redondezas para
uma pesquisa para seu próximo livro, e resolve visitar o castelo dos Karnestein
e acaba encontrando a tal escola. Estupefato pelas belas moçoilas que ali
estudam e hipnoticamente atraído por Mircalla, ele dá um chapéu no professor de
inglês que fora contratado para lecionar no local, tomando sua vaga só para
ficar por ali e tentar seduzir a loirinha, já que o escritor está terrivelmente
apaixonado pela beldade. Lógico que enquanto tudo isso acontece, as meninas vão
sumindo misteriosamente uma a uma (e até o Sr. Barton, que havia descoberto o
segredo de Carmilla e queria ser um servo da trevas), sendo encobertas pelo
Conde Karnestein que finge ser um médico, o Dr. Frohein, que atribui toda e
qualquer morte, por mais jovem que a pessoa seja, a ataque cardíaco, e a
Condessa fria, calculista e inescrupulosa, que consegue manipular facilmente a
Sra. Simpson. Esses desaparecimentos começam a despertar a atenção já dos incautos
e revoltados moradores da aldeia, do pai de uma das moças que sumiu, um
inspetor de polícia e o pároco local. Tudo para que eles se juntem com suas
tochas e forcados, ao melhor estilo filme de vampiros, para tentar acabar de
vez com aquelas malditas sanguessugas. Mas claro que apesar da história
chinfrim e clichê, quem é do sexo masculino não pode reclamar de Luxúria
de Vampiros e de suas garotas seminuas e seus decotes ousadíssimos e as
trocas de carícias entre as garotas do internato, além da pegação entre
Lestrange e Mircalla, Carmilla, ou o que quer que seja. Fora isso, Luxúria
de Vampiros vem com todo o pacotão gótico da Hammer, com seus vilarejos,
camponeses assustados, ambientação de época, carruagens, filmagens em plena luz
do dia simulando noite através de filtros e tudo mais. Junto com esse pacote,
está a direção de Jimmy Sangster, responsável pelo roteiro dos mais importantes
filmes do estúdio, desde os primeiros A Maldição de Frankenstein e O Vampiro da Noite, vários filmes destas duas franquias e outros
clássicos como O Homem que Enganou a Morte, A Múmia, e tantos outros. Já o roteiro
ficou por conta de Tudor Gates, que também escreveu os outros dois filmes da
trilogia. O DVD foi lançado aqui no Brasil pelo saudoso selo Dark Side, da
Works Editora, junto com mais uma grande leva de filmes da Hammer.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/08/29/251-luxuria-de-vampiros-1971/
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