sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

#251 1971 LUXÚRIA DE VAMPIRO (Lust for a Vampire, Reino Unido)


Direção: Jimmy Sangster
Roteiro: Tudor Gates
Produção: Harry Fine, Michael Style
Elenco: Ralph Bates, Barbara Jefford, Suzanna Leigh, Michael Johnson, Yutte Stensgaard, Helen Christie

Luxúria de Vampiros é o segundo filme que compõe a trilogia de Karnstein da Hammer, baseado no livro do irlandês Sheridan Le Fanu, um dos responsáveis pela criação do status quo do vampiro na literatura, influenciador de Bram Stoker e percursor da safadeza, erotismo e lesbianismo vampírico. O primeiro foi o clássico dos clássicos Carmilla – A Vampira de Karnstein, lançado no ano anterior, que traria a deliciosa Ingrid Pitt no papel de Carmilla e todos os seus diversos acrônimos. O terceiro filme, As Filhas de Drácula, também lançado em 1971, trouxe Peter Cushing no elenco e as gêmeas playmates univitelinas Madeleine e Mary Collinson. Este segundo episódio da trilogia Karnstein é interessante, tanto do ponto de vista narrativo, quanto do ponto de vista técnico, levando em consideração que a Hammer passava por maus lençóis naqueles anos e caminhava para sua fadada falência, até ser ressuscitada no final da década passada. Claro que nesta altura do campeonato, todo o “glamour” e desbunde de figurinos e de maquiagem do estúdio tinha ficado para trás, tendo deixado seus áureos anos lá no final da década de 50 e toda a década de 60. Então a ordem do dia era mostrar o máximo de sangue, violência e nudez possíveis, até para agradar o mercado americano. E seguindo a linha da vampira fatal, sedutora e desinibida vivida por Ingrid Pitt em Carmilla – A Vampira de Karnestein, em Luxúria de Vampiros, a bela e loira Millarca, reencarnação de Carmilla, é interpretada pela atriz dinamarquesa Yutte Stensgaard, que obviamente não tem o mesmo sex appeal e a volúpia de Pitt, mas que mesmo assim exala sua doce e particular sensualidade, desfilando com suas longas camisolas transparentes ultra decotadas pelo internato de garotas, e nos closes de seus brilhantes olhos azuis levemente estrábicos. E esse internato para garotas de fino trato é onde acontece toda a trama de Luxúria de Vampiros. O vilarejo onde ele fica situado, está sob constante medo da superstição dos vampiros que vivem no castelo de Karnestein. Uma camponesa é sequestrada pelo cocheiro/ capanga logo no começo do filme, para servir aos rituais satânicos do Conde de Karnstein (Mike Raven, que tem bastante semelhança com Christopher Lee, inclusive com seu vozerio) e da Condessa Herritzen (Barbara Jefford) para trazer Carmilla, ou Millarca, ou como você preferir, de volta à vida. A Condessa Herritzen logo se apressa para colocar a falsa sobrinha vampira na escola gerenciada pela Sra. Simpson (Helen Christie), auxiliada pelo esquisito simpatizante do oculto Giles Barton (Ralph Bates, em uma excelente interpretação) e pela professora Janet Playfair (Suzanna Leigh), para ela poder seduzir as pobres jovens e sugar o sangue de suas jugulares. Neste ínterim, o cético escritor Richard Lestrange (Michael Johnson) está nas redondezas para uma pesquisa para seu próximo livro, e resolve visitar o castelo dos Karnestein e acaba encontrando a tal escola. Estupefato pelas belas moçoilas que ali estudam e hipnoticamente atraído por Mircalla, ele dá um chapéu no professor de inglês que fora contratado para lecionar no local, tomando sua vaga só para ficar por ali e tentar seduzir a loirinha, já que o escritor está terrivelmente apaixonado pela beldade. Lógico que enquanto tudo isso acontece, as meninas vão sumindo misteriosamente uma a uma (e até o Sr. Barton, que havia descoberto o segredo de Carmilla e queria ser um servo da trevas), sendo encobertas pelo Conde Karnestein que finge ser um médico, o Dr. Frohein, que atribui toda e qualquer morte, por mais jovem que a pessoa seja, a ataque cardíaco, e a Condessa fria, calculista e inescrupulosa, que consegue manipular facilmente a Sra. Simpson. Esses desaparecimentos começam a despertar a atenção já dos incautos e revoltados moradores da aldeia, do pai de uma das moças que sumiu, um inspetor de polícia e o pároco local. Tudo para que eles se juntem com suas tochas e forcados, ao melhor estilo filme de vampiros, para tentar acabar de vez com aquelas malditas sanguessugas. Mas claro que apesar da história chinfrim e clichê, quem é do sexo masculino não pode reclamar de Luxúria de Vampiros e de suas garotas seminuas e seus decotes ousadíssimos e as trocas de carícias entre as garotas do internato, além da pegação entre Lestrange e Mircalla, Carmilla, ou o que quer que seja. Fora isso, Luxúria de Vampiros vem com todo o pacotão gótico da Hammer, com seus vilarejos, camponeses assustados, ambientação de época, carruagens, filmagens em plena luz do dia simulando noite através de filtros e tudo mais. Junto com esse pacote, está a direção de Jimmy Sangster, responsável pelo roteiro dos mais importantes filmes do estúdio, desde os primeiros A Maldição de Frankenstein e O Vampiro da Noite, vários filmes destas duas franquias e outros clássicos como O Homem que Enganou a MorteA Múmia, e tantos outros. Já o roteiro ficou por conta de Tudor Gates, que também escreveu os outros dois filmes da trilogia. O DVD foi lançado aqui no Brasil pelo saudoso selo Dark Side, da Works Editora, junto com mais uma grande leva de filmes da Hammer.

FONTE: http://101horrormovies.com/2013/08/29/251-luxuria-de-vampiros-1971/

Nenhum comentário:

Postar um comentário