Direção: John Huston
Produção: Henry Blanke, Jack L. Wamel
Roteiro:
John Huston, B. Traven, baseado no livro de B. Traven
Fotografia:
Ted D. McCord
Música:
Buddy Kaye, Max Steiner
Elenco:
Humphrey Bogart ……Fred C. Dobbs
Barton MacLane ……..Pat McCormick
Walter Huston ………..Howard
Tim Holt ……………….Bob Curtin
Bruce Bennett ………..James Cody
Alfonso
Bedoya ………Gold Hat
Ainda:
Alfonso Rangel, Manuel Donde, Margarito Luna
Oscar:
John Huston (direção e roteiro), Walter Huston (ator coadjuvante)
Indicação
ao Oscar: Henry Blanke (melhor filme)
Jornadas
fracassadas, alimentadas pela ambição e frustradas pela ganância e desavenças internas,
eram o enredo favorito de John Huston, pois agradavam a mistura de romantismo e
cinismo que compunha sua própria personalidade. De O falcão maltês (1941) até O
homem que queria ser rei (1975), ele realizou uma série de variações sobre tema
- porém O tesouro de Sierra Madre o apresenta dentro de algo próximo da sua forma
arquetípica. No México, três andarilhos americanos incompatíveis juntam forças para
garimpar ouro, o encontram e - inevitavelmente -, no fim, retiram a derrota das
garras da vitória e fracassam novamente. Huston, responsável por grandes
adaptações da literatura para as telas, retirou
essa história do misterioso e recluso escritor B. Traven e, como sempre,
tratou o material original com respeito e carinho, preservando boa parte dos
diálogos lacônicos e do sarcasmo do autor. Apesar da oposição do estúdio - pois
filmagens em locação, pelo menos para produções hollywoodlanas classe A, eram
raras naquela época -, Huston insistiu em filmar quase Inteiramente em locações
no México, próximo a um vilarejo isolado a mais de 200 quilômetros da capital.
Sua intransigência rendeu bons frutos. A textura do filme transpira a aridez
poeirenta da paisagem mexicana, de modo que, ao assisti-lo, você quase consegue
sentir a areia entre os dentes; e os atores - exilados do ambiente confortável
do estúdio e tendo que enfrentar as intempéries - são obrigados a oferecer interpretações
tensas e irascíveis. Isso combinava com o tema de O tesouro...: como as pessoas
reagem sob pressão. Enquanto o velho garimpeiro (interpretado por Walter Huston,
pai do diretor) e o jovem ingênuo (o ator de filmes de caubói Tim Holt) se agarram
a seus princípios diante das adversidades e da tentação do ouro, o paranoico Fred
C. Dobbs (Humphrey Bogart em um dos seus papéis mais memoravelmente aflitivos) desmorona
e sucumbe. A determinação de Huston em filmar O tesouro... como queria também
rendeu bons frutos ao estúdio. A princípio, Jack Warner detestou o filme, mas
ele rendeu à Warner Brothers não só um sucesso de bilheteria como um desempenho
triunfante no Oscar. Huston ganhou duas estatuetas - de Melhor Direção e Melhor
Roteiro -, enquanto seu pai conquistou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Foi
a primeira e - até o momento - única vez que uma equipe de pai e filho foi
premiada na cerimônia. PK
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 212)
Nenhum comentário:
Postar um comentário