Direção: Don
Taylor
Roteiro: Al
Ramrus, John Herman Shaner (baseado na obra de H.G. Wells)
Produção: Skip
Steloff, John Temple-Smith, Samuel Z. Arkoff (produção executiva), Sandy Howard
(produção executiva)
Elenco: Burt
Lancaster, Michael York, Nigel Davenport, Barbara Carrera
No meio entre a clássica versão
de Erie C. Kenton de 1932 e a bomba de John Frankenheimer de 1996, A Ilha do Dr. Moreau de 1977 é a segunda adaptação do
livro de ficção de H.G. Wells (A Máquina do Tempo, Guerra dos Mundos) e possui
visivelmente a marca indelével dos anos 70 e o dedo de seu produtor executivo,
Samuel Z. Arkoff. Essa versão dirigida por Don Taylor é aquela que
provavelmente a minha geração tomou conhecimento da história sobre o cientista
maluco que faz experiências em uma ilha remota tentando transformar animais em
seres humanos. Nessa fita, Burt Lancaster assume o papel de Moreau, que tem em
sua companhia na ilha, além do seu fiel braço direito, Montgomery (Nigel
Davenport), Maria (Barabara Carrera), a sua mais perfeita criação, e as demais
criaturas que regrediram ao seu estado animalesco e vivem entocados em uma
caverna, párias para a sociedade perfeita que o megalomaníaco cientista
gostaria de criar. Andrew Braddock (Michael York) é o náufrago que chega até a
ilha e descobre as horrendas experiências genéticas que Moreau anda realizando,
e claro, se enrabicha com Maria sem suspeitar que ela também é um fruto do
trabalho de laboratório do cientista. Assim como no livro e no filme anterior,
há também um Mestre da Lei, responsável por continuar a doutrinação das bestas,
citando incessantemente a Lei desenvolvida por Moreau para tentar criar um
conjunto de regras que os permitem viver em sociedade e não caiam na tentação
de regredir ao estágio animal. Quais são as principais diferenças entre essa
versão e A Ilha das
Almas Selvagens, de
1932? Pois bem, começamos com três coisas que não há no original, por questões
óbvias de idade de lançamento: violência, sangue e os peitinhos da personagem
feminina aparecendo. Aqui, somos brindados com uma selvageria mais explícita
das feras, com cenas até que bastante sangrentas para um filme de classificação
PG-13, incluindo o linchamento de Moreau nas mãos de suas criações. Além disso,
claro a maquiagem é superior devido aos maiores recursos técnicos da época,
apesar de mesmo assim serem bem fajutas, lembrando uma mistura de O Planeta dos Macacos, aquele seriado de A
Bela e A Fera (com a
Linda Hamilton, lembra?), e do herói japonês Lion Man (lembra desse também?).
Outra coisa para ser citada é o uso em profusão de animais selvagens no filme.
Tem onça, pantera, hiena, tigre, leão, búfalo. Um verdadeiro zoológico. E na
cena final onde a revolta das criaturas estoura e eles começam a destruir a
propriedade de Moreau, é um verdadeiro pastelão, com os animais sendo
libertados e uma sequência frenética de ataques, tombos e urros, dando um
significado visual bem específico para a palavra balbúrdia ou furdúncio. Mas
certamente a maior diferença do filme anterior é que aqui, Moreau não
satisfeito em transformar animais em gente, resolve fazer o processo inverso e
aprisiona o pobre Andrew, injetando DNA animal nele para que ele transforme-se
em uma fera também. Assim, aos poucos, o náufrago azarado vai adquirindo pelos
nas mãos e seu rosto vai sendo transformado, além de começar a se deixar levar
pelo seu instinto, quebrado somente quando sua capacidade de raciocínio
prevalece, frustrando os planos do velho doutor. E a alardeada Mulher Pantera
do filme de Kenton mal dá as caras em sua forma animalesca nesta versão de A Ilha do
Dr. Moreau. Se não prestarmos atenção direito em uma cena final dentro do barco
ao escapar da ilha, quando é dado um close nos dentes pontiagudos nascendo na
boca de Maria e seus olhos de felina, nem ficamos sabendo que ela é também um
produto by Moreau. Bom, não pode se esperar
muito de uma adaptação de Wells produzida por Samuel Z. Arkoff. Vale mais pelo
saudosismo.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/01/20/351-a-ilha-do-dr-moreau-1977/
Nenhum comentário:
Postar um comentário