Direção: Higuchinsky
Roteiro: Takao
Nitta, Chika Yasuo (baseado no mangá de Junji Ito)
Produção: Sumiji
Myake, Dai Miyazaki; Mitsuro Kurosawa, Toyoyuki Yokohama
Elenco: Eriko Hatsune, Fhi Fan, Eun-Kyung Shin,
Keiko Takahashi, Ren Ôsugi, Denden
Que o
cinema japonês de terror é bizarro pacas, isso ninguém tem dúvida, Só
que Uzumaki é um dos motivos cabais de porque falamos isso com tanto
gosto! Afinal a película exala bizarrice durante seus 90 minutos de projeção. Beirando
a tosqueira, porém com verdadeiros momentos climáticos e uma fotografia
lindíssima, Uzumaki traz os infortúnios de uma pequena cidade que
está a mercê da… Maldição da Espiral! Isso mesmo, galera fica obcecada e com
fobia de tudo que possuem espirais, de caramujos até máquinas de lavar roupa
(vou chegar lá…) Esse processo em cadeia começa com Toshio Saito (Ren Ôsugi)
que passa a ficar obcecado pelos “uzumakis” ao filmar um caracol em seu jardim.
Seu filho, Suichi (Fhi San) pressente que alguma coisa vai dar errado e chama
sua amiguinha de infância e pretê, Kirie Goshima (Eriko Hatsune) para fugir com
ele. A moça não vai, mas deveria ter ido viu, porque dali em diante, um
festival do nonsense e do grotesco irá tomar a cidade de assalto,
sempre tendo os espirais em voga, que pode estar no sushi, nos cachos de
cabelo, e por aí vai. Diferente do J-horror costumeiro que tem um
apreço maior por situações atmosféricas de terror, trazidas por espíritos
vingativos geralmente na forma de garotas de cabelão preto jogado no
rosto, Uzumaki tem mais uma pegada Takashi Miike, abusando de cenas
dantescas, numa linha tênue entre momentos violentos e mortes pesadas,
com trasheira da boa, como a cena do sujeito virando os olhos como
espiral, gente que vira caramujo humano, ou a colegial de cabelos gigantes em
formato de espiral, que parece uma versão japa da Medusa dos Inumanos. Falando
em HQ, Uzumaki é baseado em um mangá, publicado no Brasil
comoUzumaki: O Espiral do Horror, escrito por Junji Ito. Talvez seja o fato da
transposição para as telas ser cheia de situações cartunescas e inverossímeis,
que podem desagradar, e muito, aquele que procura o cinema de horror japonês de
praxe. Mas não pense que no meio das bizarrices não vamos ser brindados com
cenas violentas, como, por exemplo: o sujeito atropelado por um carro que fica
preso no pneu em forma de espiral, como se fosse uma massinha de modelar; a mãe
de Shuichi que enfia um caco de vídeo no ouvido, afinal o labirinto é um
espiral (isso após uma lacraia entrar pela sua orelha, detalhe); ou o momento
auge, quando Toshio cede de vez à loucura e se SUICIDA EM UMA MÁQUINA DE LAVAR
ROUPA! Outro ponto interessante é que Uzumaki é cheio de mensagens
subliminares e abusa do CGI, distorcendo digitalmente a tela em forma de,
adivinha, espirais, em vários momentos do longa. Mas muitas das vezes os
efeitos especiais são ruim de dar dó, em contraponto com a excelente maquiagem.
Não espere cinemão tradicional, explicações óbvias e situações razoáveis
em Uzumaki, e tampouco o velho modelo do cinema de terror oriental. É um
exercício da experimentação bizarra asiática, com visual funcional e que
assusta e choca exatamente pelo seu pé no grotesco.
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/09/09/717-uzumaki-2000/
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