Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski, Gérard
Brach (baseado na obra de Roland Topor)
Produção:Andrew Braunsberg, Alain
Sarde (Produtor Associado), Hercules Bellville (Produtor Executivo)
Elenco: Roman
Polanski, Isabelle Adjani, Melvyn Douglas, Jo Van Fleet
Roman Polanki
deve ter uma certa fascinação por prédios de apartamentos. Pois em O Inquilino,
assim como em O Bebê de
Rosemary, ou mesmo no anteriormente em Repulsa ao
Sexo, grande parte da trama se passa dentro de um apartamento, que o
diretor utiliza quase como um personagem para poder contar sua bizarra trama de
paranoia e perda de identidade. Recém saído do brutal assassinado de sua esposa
Sharon Tate, Polanski entrega uma fita atormentada e claustrofóbica, que
mergulha profundamente nas questões da perda da sanidade humana e no desvio de
personalidade, num resultado final assustador. E diferente de O Bebê de
Rosemary, onde a mãe se vê em um complô diabólico para dar à luz ao filho do
capeta, em O Inquilino, o personagem principal também se vê em meio a um
complô, mas dessa vez sem nenhum viés sobrenatural, e sim da sua própria mente
que gradualmente vai perdendo a faculdade em distinguir o que é real e o que é
loucura. Trelkolvsky é um tímido e desajeitado imigrante polonês que se muda
para Paris (tal qual Polanski, que também interpreta o personagem no filme) e
precisa alugar um novo apartamento para morar. Ele vai parar em um prédio
antigo, em um apartamento que é um verdadeiro muquifo, cercado de vizinhos
estranhos e hostis. Logo em sua primeira visita ele descobre que a inquilina
anterior, Simone Choule, havia se jogado da janela e tentado suicídio. Ao
visitá-la no hospital, pouco antes dela falecer, ele conhece Stella (a sempre
deslumbrante Isabelle Adjani), amiga da garota, com qum acaba se aproximando e
tendo um caso. No decorrer da trama, Trelkovsky experimenta a desconstrução da
sua personalidade, que começa a girar em torno de Simone, sendo
involuntariamente obrigado a tomar café da manhã no mesmo local que ela, fumar
a mesma marca de cigarro, andar com as mesmas pessoas, superar as mesmas
adversidades e principalmente, ter que suportar os mesmos vizinhos, não
impondo-se em nenhuma dessas situações e colocando em risco a perda da sua
identidade aos poucos e fazendo com que ele se transforme em Simone, chegando
até a se travestir como a antiga moradora do seu apartamento. Aí pronto, você
percebe que o juízo de Trelkovsky está indo para o ralo e começa a ser
atormentado por visões surreais e enxergar um conluio de todos às sua volta, e
que o objetivo dessa conspiração é que ele tenha o mesmo fim de Simone e acabe
se suicidando. E Polanski aproveita para brincar com o espectador e coloca-lo
em um jogo de adivinhações para tentar descobrir o que na verdade é fruto do
desequilíbrio da mente do personagem e paranoia e o que de fato é alucinação,
até seu final complexo e devastador. Uma pena que com o passar dos anos,
Polanski viria a só fazer cag... tanto no cinema quanto na sua vida pessoal
principalmente, incluindo aí uma acusação de pedofilia. Mas em O Inquilino está
no auge da sua forma depressiva, fatalista e produtiva, considerado por muitos
a melhor obra do cineasta e a mais assustadora delas. E a última relevante do
cineasta no gênero.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/12/28/337-o-inquilino-1976/
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