sábado, 14 de novembro de 2015

#327 1975 TUBARÃO (Jaws, EUA)


Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Peter Benchley, Carl Gottlieb (baseado na obra de Peter Benchley)
Produção: David Brown, Richard D. Zanuck
Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss, Lorraine Gary

Tubarão é o filme da minha vida. Todo mundo tem seu filme preferido. Esse é o meu. É o filme que mais marcou minha infância. O filme que eu já assisti, sei lá, umas 200 vezes e nunca enjoo. O filme que eu sei as falas de cor. O filme que fez eu adorar tubarões e tipo achá-los o máximo até hoje. Bom, Tubarão é um marco do cinema. Foi o primeiro blockbuster da história da indústria cinematográfica a arrecadar mais de 100 milhões de dólares, estrear em mais de 100 salas simultaneamente, apostar bem alto em marketing, transformar o verão americano no período mais rentável para Hollywood e lançar ao estrelato um jovem nerd que depois se tornaria o diretor mais famoso de todos os tempos, Steven Spielberg. E claro, sem contar ser o responsável por colocar em gerações um instintivo medo da água e estereotipar o peixe como uma máquina de matar perfeita, o que está bem longe da verdade. Fora isso, é um dos poucos filmes em que a adaptação é superior ao livro e que o título em português ficou melhor do que se traduzido ao pé da letra (que seria Mandíbulas!!!). E definitivamente não foi um filme fácil de ser feito. Spierlberg enfrentou diversos problemas de ordem técnica com o tubarão mecânico, gentilmente apelidado de Bruce, em homenagem ao seu advogado. Tinha tudo para ser um fracasso retumbante. Mas o maior trunfo do filme, o que Spielberg acertou em cheio, foi insistir para ser filmado em mar aberto e não em um tanque, que não convenceria absolutamente ninguém (ou pelo contrário ele iria largar a produção) e mostrar pouco a criatura, elevando o grau de suspense, dando aos espectadores o prazer de ver o monstro cheio de dentes pontiagudos somente depois de mais de uma hora de projeção. Spielberg no andar da carruagem, decidiu refazer várias cenas colocando o suspense como elemento principal e que não dependesse dos efeitos especiais, porque simplesmente não funcionaria, ficaria tosco. Como ele mesmo disse na época, Tubarão passou de um filme de William Castle para um filme de Alfred Hitchcock. Ao invés de ver o peixe, você apenas vai ouvir a clássica trilha sonora composta por John Willians (que levou um Oscar), tornando-se cada vez mais contundente conforme o tubarão vai se aproximando das pernas dos banhistas balançando dentro das águas plácidas da ilha Amity. Com o perdão do trocadilho, abocanhou mais dois Oscars, melhor edição e melhor som. Foi indicado a melhor filme também. A história é baseada no best-seller homônimo de Peter Benchley (que também assina o roteiro), sobre um grande tubarão branco desgarrado que aterroriza as praias da ilha, frustrando os planos de um feriado de 4 de julho perfeito. O chefe de polícia Martin Brody (interpretado por Roy Scheider) quer a todo custo interditar as praias, mas o prefeito, mais preocupado com os dólares dos turistas, resiste a todo custo, até os cidadãos começarem a ser devorados pelo peixe assassino. Com a ajuda do oceanógrafo Matt Hopper (Richard Dreyfuss) e do caçador de tubarões Quint (Robert Shaw), eles partem para o oceano para liquidar com o bicho de uma vez por todas. Tubarão é pontuado por dois momentos de narrativa distinta. Primeiro é um filme clássico de monstro, com suspense, sangue e pânico generalizado. O segundo é mais parecido com um filme de aventura, onde o improvável trio, composto por um policial que detesta água, um mauricinho estudioso e um durão e rabugento pescador, saem para salvar a ilha. E Spielberg sabe conduzir as duas partes com maestria. E se tratando da primeira metade do filme, acredito que o amolecido diretor nunca mais fará algo tão brutal e sangrento como Tubarão pelo resto de sua vida. Quem poderia imaginar um cara coxinha como Steven, filmar uma criança ser trucidada na praia, espalhando sangue pelo mar ou a antológica cena em que o tubarão devora Quint vivo em seu próprio barco afundando. E ninguém poderia ter sido mais profético que George Lucas, que ao visitar o set de filmagens junto com Martin Scorcese e John Milius e encarar aquele molde de poliuretano inacabado de sete metros de comprimento em um tanque e olhar o storyboard, disse a Spielberg: “Se você conseguir por metade disso num filme, você terá o maior sucesso de todos os tempos”. Bingo! Mais insaciável que o vilão, só o apetite por dinheiro dos produtores Richard D. Zanuck e David Brow e da Universal Pictures, que transformaram Tubarão em uma quadrilogia! O segundo filme, Tubarão 2, até que é bacana, vai. Mas Tubarão 3, filmado em 3D e o quarto, Tubarão – A Vingança, principalmente, são duas bombas. Todos os filmes acompanham a epopeia da família Brody com tubarões. No terceiro, o filho mais velho do casal, Michael, trabalha em um parque aquático atacado por um tubarão. Já o último da série, meu Deus, um filhote do tubarão do primeiro filme busca vingança (não, você não leu errado) da família Brody, matando o filho mais novo, Sean e partindo em busca de Michael e de Ellen (novamente interpretada por Lorraine Gary, dos dois primeiros longas). Isso sem contar os incontáveis rip-offs
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/12/13/327-tubarao-1975/

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605 1975 Tubarão (Jaws)

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