domingo, 22 de novembro de 2015

#342 1976 A PROFECIA (The Omen, EUA , Reino Unido)


Direção: Richard Donner
Roteiro: David Seltzer
Produção: Harvey Bernhard, Mace Neufeld (Produtor Executivo), Charles Orme (Produtor Associado)
Elenco: Gregory Peck, Lee Remick, Harvey Stephens, David Warner

A Profecia, assim como O Exorcista de William Friedkin, é um dos mais importantes grandes filmes de terror dos anos 70 onde o tema principal é focado em uma trama religiosa envolvendo o diabo, ou nesse caso, seu filho, que vem a terra como o Anticristo para destruir tudo que nos é sagrado. Impossível alguém que não tenha assistido ou sequer ouvido falar deste clássico inestimável, e que vez ou outra não chamou aquela criança encapetada carinhosamente de Damien. Dirigido por Richard Donner, e com um gasto de aproximadamente 6 milhões de dólares só em publicidade pela 20th Century Fox (Tubarãohavia feito escola), A Profecia não recebeu a atenção de público e crítica merecido em seu lançamento (mesmo tendo faturado 60 milhões de dólares só nos EUA), talvez por vir na contramão do que havia sendo produzido no universo do terror nos Estados Unidos naquele momento, até pelo filme se passar na Europa, mais precisamente na Itália e na Inglaterra, e isso sempre afugenta americanos do cinema. Mas foi o suficiente para colocar a figura de Damien, o menino endiabrado, vivido de forma convincente até demais pelo pequeno Harvey Stephens, nos anais do cinema. Tudo começa quando o filho do embaixador americano Robert Thorn (interpretado por Gregory Peck), um influente político e amigo particular do presidente dos EUA, morre no parto. Prevendo que sua esposa ficaria inconsolável, ele descobre através de um padre que uma senhora também morrera ao dar à luz e havia um bebê órfão na maternidade, dando sopa por ali. Em comum acordo, eles decidem esconder a história e Thorn e sua esposa Kathy (Lee Remick) criam a criança como se fosse deles. Só que na verdade o menino é o Anticristo, nascido do ventre de um chacal, que só está na terra para fazer todas as suas maldades e assegurar que o fim do tempos realmente aconteça. Para isso, ele conta com uma legião de acólitos ao seu lado, como a sinistra Sra. Baylock (Billie Whitelaw), que vem tomar conta de Damien após a babá anterior se enforcar em sua festa de aniversário, assim para toda a criançada ver, e o rottweiller que será o guardião do garoto. E todos que resolvem se intrometer na história, para tentar ajudar o embaixador Thorn a elucidar a história do filho, acabam morrendo de forma trágica, como, por exemplo, o padre Brennan (Patrick Troughton) que é empalado após uma tempestade ou o fotografo Jennings (David Warner) que é decapitado. Talvez o tema mais controverso de A Profecia é que fica claro o quanto Deus abandonou a humanidade e que era hora perfeita para Satã tentar dominar o mundo e virar as coisas a seu favor. E era  bem esse era o clima de pessimismo e desilusão que dominava os anos 70. Tanto que não foi apresentada nenhuma outra solução religiosa para os personagens principais que não fosse a morte da criança, que deveria ser executada pelo seu próprio pai (enquanto todos que assistem ao filme esperam que Gregory peque! Hein? Hein? Que infame!). E o pior é que até vários padres estão mancomunados e envolvidos na conspiração apocalíptica, então quer dizer que a coisa está feia mesma. E como não dissociar A Profecia da excelente trilha sonora de Jerry Goldsmith? Definitivamente é um dos pontos altos da fita, com a música tema Ave Satani, ganhadora do Oscar de Melhor Trilha Sonora e que se tornou um clássico absoluto para os fãs dos filmes de terror, com aquele canto gregoriano do mal evocando o ritual de uma missa negra e suas frases em latim como sanguis bibimus / corpus edimus / tolle corpus Satani/ ave, ave Versus Christus! / ave Satani! que gelam a espinha. Outro ponto importante de A Profecia é que com ele, tenho certeza que assim como eu, uma cambada de moleque aprendeu o significado do tal 666, o número da besta, alardeado no longa metragem e até a forma mais plausível de descobrir que Damien é mesmo filho do tinhoso, pois ele deve ter a marca tatuada em seu couro cabeludo desde a nascença. Fora que o seu nascimento que foi o estopim dos acontecimentos que poderão nos levar a danação eterna foi no sexto dia do sexto mês, às 6h da manhã. A saga de Damien que começou em A Profecia rendeu ainda mais dois filmes que continuam seguindo a vida do filho do coisa-ruim durante sua adolescência (na parte 2) e sua vida adulta (na parte 3), quando torna-se um dos empresários mais poderosos do mundo (interpretado aqui por Sam Neill) e quer eliminar a concorrência da segunda vinda de Cristo para a Terra. Ainda ganhou uma continuação extraoficial feita para a televisão, com uma menina agora no papel de Anticristo e um remake (sempre tem um remake né?) sofrível lançado em 2006, para pegar a carona na data 6/6/6.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/01/09/342-a-profecia-1976/

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