Direção: Don
Taylor
Roteiro: Stanley
Mann e Mike Hodges, Harvey Bernhard (história)
Produção:
Harvey Bernhard, Charles Orne (Co-produtor), Joseph Lenzi (Produtor Associado)
Elenco: William
Holden, Lee Grant, Jonathan Scott-Taylor, Robert Foxworth, Nicholas Pryor
Damien: A Profecia II é a continuação do sucesso satânico A Profecia, lançado dois anos antes e
dirigido por Richard Donner. E vou lhe dizer que acho uma sequência até
decente, trazendo o garoto que é o anticristo e nasceu de um chacal, agora em
sua puberdade, próximo de completar 13 anos de idade e descobrir sua real
função neste mundo. Claro que não tem a mesma aura macabra do primeiro filme
(que é um clássico absoluto e indiscutível) e pouca profundidade psicológica,
principalmente com relação ao garoto (vivido por Jonathan Scott-Taylor),
focando-se muito mais na contagem de cadáveres e em algumas situações que
parecem repeteco do original. Mas isso não desmerece o filme a meu ver,
principalmente os nuances que trazem uma conspiração satânica em larga escala
de indústrias, exército e política, para continuar os ensinamentos de Damien e
conduzi-lo ao seu lugar de “direito”. Fora também a questão da perda de
inocência, afinal, imagine você tem lá seus 12, 13 anos e descobre que é o
filho do capeta, nasceu de um chacal, sua história está ali detalhadinha no
livro do Apocalipse, e cabe a você tornar-se o governador do mundo para jogá-lo
na danação? Como se o nascimento de espinhas, mudança na voz, hormônios em ebulição
e começar a reparar nas garotas não fossem mudanças suficientes para deixar
qualquer adolescente maluco. Uma das melhores cenas do longa que desconstrói
esse complexo e coroa a tomada de decisão do garoto é quando ele está com seu
primo no meio da floresta coberta de neve (e aí não vou contar o que acontece
para não fazer nenhum SPOILER). Com um orçamento de 5,2 milhões de
dólares, o dobro de A Profecia, claramente o filme funciona muito mais
como uma das famosas continuações caça-níqueis encomendadas por estúdios de
Hollywood. Mas pelo menos, como time em que está ganhando não se mexe, resolveram
voltar a elementos já explorados no primeiro filme, sem desvirtuar-se
completamente do roteiro escrito originalmente por David Seltzer (que se
recusou a escrever uma continuação), como aconteceu, por exemplo, com outra
sequência de outro emblemático filme do período: O Exorcista II – O Herege. A trama começa com Carl
Bugenhagen (Leo McKern), aquele mesmo que havia alertado o pai de Damien na cidade
de Meggido e lhe dado as adagas para assassinar o moleque, avisando um amigo
arqueólogo sobre as profecias de que Damien é o anticristo ao ver a morte de
Robert estampada no jornal e que sua face está pintada nas antigas ruínas que
representam a Prostituta da Babilônia. Porém, um misterioso desabamento dá cabo
da vida dos dois. Sete anos mais tarde, Damien vive com seu tio, o poderoso
empresário Richard Thorn (William Holden, que recusou o papel no primeiro
filme, dado a Gregory Peck, e obviamente percebeu que fez uma burrada, não
hesitando em voltar para a segunda parte), casado com Ann (Lee Grant) e com um
filho, Mark (Lucas Donat), melhor amiguinho do filho da besta. Uma jornalista
que pesquisava a vida de Bugenhagen, Joana Hart (Elizabeth Sheperd) descobre a
verdade e tenta avisar Charles Warren (Nicholas Pryor), amigo de Richard que
está por trás da exibição das escavações de Meggido em um dos museus geridos
pelos Thorn. Mas ela acaba sendo morta por um corvo agourento que ataca (que
aparecerá durante todo o longa, como um verdadeiro enviado de satanás),
jogando-a no meio da estrada quando um caminhão a atinge, e mais tarde Warren
ficará completamente louco com a descoberta. Ou seja, uma série de personagens
vai aparecendo na trama sequencialmente, e toda vez que descobrem alguma coisa:
BINGO!, eles são mortos. Nesse ínterim, Damien estuda em uma escola militar,
sob a batuta do Sargento Neff (vivido pelo eterno android Bishop da franquia
Alien, Lance Henrikssen) que é mais um mancomunado nessa conspiração satânica
para educar o garoto, e quem lhe fará a importante revelação de sua origem,
poderes e missão (numa cena mal aproveitada pacas). Fora isso, Paul Buher
(Robert Foxworth), outro satanista, que em determinado momento por conta de uma
trágica morte, torna-se o inescrupuloso presdiente das empresas Thorn, começa a
movimentar os peões do tabuleiro de xadrez para usar a sua influência mundial
por meio da multinacional tentando controlar a fome no planeta e abrir as asas
de seu poder, preparando terreno para a ascenção de Damien que veremos
em A Profecia III – O Confronto Final. Os maiores problemas da produção
são seu roteiro, com algumas falhas, personagens subaproveitados e uma
formulinha padrão seguido à risca durante toda a produção, fora a incapacidade
dos personagens em conseguir ligar A com B (e quando o fazem, são
desacreditados ou assassinados na sequência), e a direção burocrática e nada
inspirada de Don Taylor, que substituiu Mike Hodges por conta das famosas
“diferenças criativas” após algumas cenas já terem sido rodadas (e aproveitadas
no resultado final). Damine: A Profecia II não é um grande filme de
terror, e muito menos um marco para o gênero como seu antecessor, mas como
disse lá no primeiro parágrafo, é uma continuação bastante decente e vale a
conferida.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/02/08/367-damien-a-profecia-ii-1978/
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