Direção: Joe Dante
Roteiro: John Sayles,
Richard Robinson
Produção: Jon Davison, Chaki van Leeuwen (Co-Produtor), Jeff
Schechtman e Roger Corman (Produtores Executivo)
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies, Kevin McCarthy,
Keenan Wynn, Dick Miller, Barbara Steele
Após o sucesso
estrondoso de Tubarão, de Steven
Spielberg, claro que houve uma invasão de filmes sobre animais assassinos, e já
falei isso aqui no blog. Coloquem na conta da temível mãe natureza: crocodilos,
cachorros, orcas, polvos, ursos pardos, abelhas africanas, e por aí vai. E foi
vendo essa oportunidade se abrir na sua frente, que o lendário Roger Corman,
Rei dos Filmes B, resolveu produzir Piranha,
dando a cadeira de diretor para o novato Joe Dante. A grande diferença entre Piranha e esses demais filmes
de animais, e até mesmo se pararmos para pensar que é um filme B com o toque de
Roger Corman, é que ele é muito bem dirigido e extremamente sangrento. Apesar
da tosquice dos heróis terem de lidar com um cardume de piranhas inteligentes,
fruto de uma experiência do exército em criar um novo tipo de arma biológica
para jogar nos rios do Vietnã, a fita é bem conduzida por Joe Dante e muito bem
construída. Tanto que graças aPiranha e seu próximo longa, Grito de
Horror,
o diretor chamou a atenção de Spielberg e foi chamado para dirigir uma das
histórias de No Limite da Realidade e o seu grande
sucesso, Gremlins. Toda a direção de
fotografia aquática das cenas submersas foram realizadas dentro de um tanque
construído em um estúdio em Los Angeles, misturado as externas filmadas em um
balneário no Lago Austin, no Texas. As réplicas das piranhas em variadas
escalas, e os efeitos que misturam mecatrônica e stop-motion,
foram feitos por Jon Berg, Phil Tippet, Rob Bottin e Adam Becket, responsáveis
pelos efeitos de maquiagem de Star Wars. Inclusive Bottin trabalharia com Dante
emGrito de
Horror e diversos outros
filmes de terror. Mesmo assim, os peixes não deixam de ser podres em algumas
cenas, o que claro, na minha opinião, só eleva o nível do filme. Até porque
colocar piranhas de borracha em um palito de madeira é genial ao meu ver. Um
detalhe curioso é que originalmente, Rick Baker faria os efeitos especiais do
filme, mas declinou, recomendando o jovem Bottin (com 17 anos de idade na
época), para seu lugar. Na trama, Maggie McKeown (Heather Menzies) trabalha
para uma empresa de investigação particular e sai à procura de um casal de
jovens desaparecidos, os desafortunados que tiveram a infelicidade de invadir
uma área do governo e ir nadar no tanque em que as piranhas estavam sob
contenção. Ajudada pelo local Paul Grogan (Bradford Dilman), alcoólatra
inveterado e pai divorciado da pequena Suzie (Shannon Collins), Maggie
acidentalmente libera as piranhas assassinas no rio ao abrir as comportas, na
tentativa de esvaziar o tanque para encontrar os restos mortais dos jovens. As
piranhas sedentas por sangue e carne humana descem o rio em direção a dois
lugares lotados de gente. Primeiro no acampamento onde várias crianças são
atacadas e trucidadas, durante uma competição de boias no rio. Dante nos mostra
aqui seu primeiro banho de sangue, sem o menor pudor em mutilar criancinhas.
Depois, não satisfeitas com o lanchinho, elas partem para a inauguração do
parque aquático do inescrupuloso Buck Gardner (Dick Miller, espécie de ator
fetiche de Dante), que mesmo avisado do perigo iminente, decide manter o local
aberto e faturar com sua ganância, dando margem para outro banquete de sangue e
vísceras que os peixes promovem. Até a musa dos filmes de terror Barbara Steele
faz uma ponta como a Dra. Mengers. Trabalhando com prazo e orçamento minúsculos
(como de praxe em todas as produções de Corman), Dante fez milagres e o filme
tornou-se um sucesso instantâneo. Filmado em 22 dias e com gastos de 600 mil
dólares aproximadamente, faturou só no final de semana de abertura 5 milhões de
dólares e depois mais de 30 milhões de bilheteria em todo mundo. E claro que Piranha teve uma série de
problemas de produção, como mudanças de cast de última hora (Peter Fonda, por
exemplo, recusou um dos papéis), câmeras subaquáticas que quebravam, picuinhas
com o sindicato, problemas com as filmagens da equipe de segunda unidade, e por
aí vai. Mas mesmo assim, é o maior sucesso da New World Pictures. E ainda por
cima, vejam só, a Universal Pictures decidiu processar a New World, presidida
por Corman, por plágio de Tubarão. Ah, faça me o
favor. Porém quando Spielberg assistiu ao filme, ele simplesmente adorou e o
processo foi abandonado. Chupa figurões engravatados de Hollywood!!!! E o
próprio Corman refere-se a fita como ” sua homenagem a Tubarão“. É tocante!Claro que esse sucesso
não passaria em branco. Três anos depois, os amantes do trash foram agraciados com
a estapafúrdia sequênciaPiranhas 2 – Assassinas Voadoras. Só pelo título não precisa dizer
muita coisa né: piranhas voadoras!!!! E esse foi o primeiro filme dirigido por
James Cameron. Quem diria que o rei do mundo, dono das duas maiores bilheterias
da história do cinema, teria essa podreira no seu currículo? Em 2010, Piranha ganhou um remake em 3D dirigido pelo
francês Alexandre Aja, tão divertido quanto o original, e cinco vezes mais gore,
em uma trama resumida à festas, garotas peladas e sangue, muito sangue.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/02/22/378-piranha-1978/
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