quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

#378 1978 PIRANHA (EUA)


Direção: Joe Dante
Roteiro: John Sayles, Richard Robinson
Produção: Jon Davison, Chaki van Leeuwen (Co-Produtor), Jeff Schechtman e Roger Corman (Produtores Executivo)
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies, Kevin McCarthy, Keenan Wynn, Dick Miller, Barbara Steele

Após o sucesso estrondoso de Tubarão, de Steven Spielberg, claro que houve uma invasão de filmes sobre animais assassinos, e já falei isso aqui no blog. Coloquem na conta da temível mãe natureza: crocodilos, cachorros, orcas, polvos, ursos pardos, abelhas africanas, e por aí vai. E foi vendo essa oportunidade se abrir na sua frente, que o lendário Roger Corman, Rei dos Filmes B, resolveu produzir Piranha, dando a cadeira de diretor para o novato Joe Dante. A grande diferença entre Piranha e esses demais filmes de animais, e até mesmo se pararmos para pensar que é um filme B com o toque de Roger Corman, é que ele é muito bem dirigido e extremamente sangrento. Apesar da tosquice dos heróis terem de lidar com um cardume de piranhas inteligentes, fruto de uma experiência do exército em criar um novo tipo de arma biológica para jogar nos rios do Vietnã, a fita é bem conduzida por Joe Dante e muito bem construída. Tanto que graças aPiranha e seu próximo longa, Grito de Horror, o diretor chamou a atenção de Spielberg e foi chamado para dirigir uma das histórias de No Limite da Realidade e o seu grande sucesso, Gremlins. Toda a direção de fotografia aquática das cenas submersas foram realizadas dentro de um tanque construído em um estúdio em Los Angeles, misturado as externas filmadas em um balneário no Lago Austin, no Texas. As réplicas das piranhas em variadas escalas, e os efeitos que misturam mecatrônica e stop-motion, foram feitos por Jon Berg, Phil Tippet, Rob Bottin e Adam Becket, responsáveis pelos efeitos de maquiagem de Star Wars. Inclusive Bottin trabalharia com Dante emGrito de Horror e diversos outros filmes de terror. Mesmo assim, os peixes não deixam de ser podres em algumas cenas, o que claro, na minha opinião, só eleva o nível do filme. Até porque colocar piranhas de borracha em um palito de madeira é genial ao meu ver. Um detalhe curioso é que originalmente, Rick Baker faria os efeitos especiais do filme, mas declinou, recomendando o jovem Bottin (com 17 anos de idade na época), para seu lugar. Na trama, Maggie McKeown (Heather Menzies) trabalha para uma empresa de investigação particular e sai à procura de um casal de jovens desaparecidos, os desafortunados que tiveram a infelicidade de invadir uma área do governo e ir nadar no tanque em que as piranhas estavam sob contenção. Ajudada pelo local Paul Grogan (Bradford Dilman), alcoólatra inveterado e pai divorciado da pequena Suzie (Shannon Collins), Maggie acidentalmente libera as piranhas assassinas no rio ao abrir as comportas, na tentativa de esvaziar o tanque para encontrar os restos mortais dos jovens. As piranhas sedentas por sangue e carne humana descem o rio em direção a dois lugares lotados de gente. Primeiro no acampamento onde várias crianças são atacadas e trucidadas, durante uma competição de boias no rio. Dante nos mostra aqui seu primeiro banho de sangue, sem o menor pudor em mutilar criancinhas. Depois, não satisfeitas com o lanchinho, elas partem para a inauguração do parque aquático do inescrupuloso Buck Gardner (Dick Miller, espécie de ator fetiche de Dante), que mesmo avisado do perigo iminente, decide manter o local aberto e faturar com sua ganância, dando margem para outro banquete de sangue e vísceras que os peixes promovem. Até a musa dos filmes de terror Barbara Steele faz uma ponta como a Dra. Mengers. Trabalhando com prazo e orçamento minúsculos (como de praxe em todas as produções de Corman), Dante fez milagres e o filme tornou-se um sucesso instantâneo. Filmado em 22 dias e com gastos de 600 mil dólares aproximadamente, faturou só no final de semana de abertura 5 milhões de dólares e depois mais de 30 milhões de bilheteria em todo mundo. E claro que Piranha teve uma série de problemas de produção, como mudanças de cast de última hora (Peter Fonda, por exemplo, recusou um dos papéis), câmeras subaquáticas que quebravam, picuinhas com o sindicato, problemas com as filmagens da equipe de segunda unidade, e por aí vai. Mas mesmo assim, é o maior sucesso da New World Pictures. E ainda por cima, vejam só, a Universal Pictures decidiu processar a New World, presidida por Corman, por plágio de Tubarão. Ah, faça me o favor. Porém quando Spielberg assistiu ao filme, ele simplesmente adorou e o processo foi abandonado. Chupa figurões engravatados de Hollywood!!!! E o próprio Corman refere-se a fita  como ” sua homenagem a Tubarão“. É tocante!Claro que esse sucesso não passaria em branco. Três anos depois, os amantes do trash foram agraciados com a estapafúrdia sequênciaPiranhas 2 – Assassinas Voadoras. Só pelo título não precisa dizer muita coisa né: piranhas voadoras!!!! E esse foi o primeiro filme dirigido por James Cameron. Quem diria que o rei do mundo, dono das duas maiores bilheterias da história do cinema, teria essa podreira no seu currículo? Em 2010, Piranha ganhou um remake em 3D dirigido pelo francês Alexandre Aja, tão divertido quanto o original, e cinco vezes mais gore, em uma trama resumida à festas, garotas peladas e sangue, muito sangue.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/02/22/378-piranha-1978/

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