sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

#396 1979 MENSAGEIRO DA MORTE (When a Stranger Calls, EUA)


Direção: Fred Walton
Roteiro: Steve Feke, Fred Walton
Produção: Doug Chapin, Steve Feke, Larry Krostroff (Produtor Associado), Barry Krost e Melvin Simon (Produtores Executivos)
Elenco: Carol Kane, Rutanya Alda, Carmen Angenziano, Kirsten Laky, William Boyet, Charles Durning, Tony Beckley

Mensageiro da Morte ou como estragar o que poderia ser um excelente filme de terror. Esse deveria ser na verdade o título deste thriller setentista, que começa simplesmente arrebatador, mas depois no desenrolar transforma-se em uma verdadeira porcaria maçante e sem razão de existir. Os primeiros 20 minutos do filme funcionam como um curta. Nunca assistiu ao filme? Quer um conselho de irmão? Veja só então esses 20 minutos e depois pode apertar o stop, porque verdade seja dita, ele já vai ter te marcado, apavorado, feito você suar frio, e então pense que terminou por aí, porque depois você terá vontade de jogar alguma coisa na própria televisão de raiva. Ou então veja a edição que fizeram no próprio Youtube como um curta aqui. Bom, ao bem da verdade ele surgiu como um curta, que é exatamente esses 20 minutos iniciais que por incrível que pareça tornaram-se emblemáticos na história do cinema de terror, quando a babá Jill Johnson (Carol Kane) é contratada para tomar conta dos filhos do casal Mandrakis, que irão sair para jantar e pegar um cineminha. Os pimpolhos já estão dormindo e a babá começa então a receber ligações de um estranho psicopata que pergunta a ela a famosa frase: “Você já olhou as crianças?”. Todo o entorno desse momento angustiante, o pavor de Jill, a tentativa de manter o maníaco na linha para que a polícia consiga rastrear a ligação e eles ligarem de volta desesperados avisando que o contato vem sendo feito de dentro da própria casa, é magistral. Quando a polícia chega ao local, encontra o assassino banhando-se no sangue das duas crianças mortas. Jill escapa ilesa e o doido, chamado Curt Duncan (Tony Beckley) é preso e considerado insano, sendo trancafiado em uma instituição psiquiátrica. Ponto. Mas o diretor Fred Walton viu um baita potencial na história por conta do sucesso do indie Halloween – A Noite do Terror de John Carpenter e resolver fazer mais insuportáveis 70 minutos de filme, centrados na fuga de Duncan depois de sete anos preso e sua perseguição pelo detetive John Clifford (Charles Durning) que havia investigado o caso original e agora tinha deixado a força policial, sendo contratado pelo Sr. Mandrakis para encontrar o psicopata e matá-lo de uma vez por todas. Sério, o filme então irá consistir em um assassino QUE NÃO VAI MATAR MAIS NINGUÉM, miseravelmente interpretado por Beckley (exceto uma rápida cena dele em frente ao espelho relembrando seu crime que é digna de alguma nota) que é só mais um maluco atormentado e não mais o demente pintado no começo do longa e a desenvoltura de uma trama policial que não serviria para ser exibida nem no Supercine em seus melhores dias. Jill? Esqueça, ela só volta nos últimos 10 minutos de projeção, agora casada com um marido espetacular que acaba de ganhar uma promoção e dois filhos lindos, vivendo o sonho americano e não me parecendo ter ficado nem um pouco perturbada com o acontecimento de sete anos antes. Ela até sai de casa para um date com o marido e deixa uma babá cuidando das crianças, olhe só. Isso sim é perseverança! Duncan vai tentar terminar o que começou, não antes de pregar uma peça na própria Jill, ligando para ela no meio do restaurante (como ele sabia em que restaurante ela estaria sabe-se lá) e pergunta adivinha o quê? “Você já olhou as crianças?”. Histérica ela dá um xilique no restaurante para chegar em casa e ver que está tudo… bem, na mais absoluta tranquilidade e nada aconteceu. A dona de casa ainda será levemente, bem de levinho, ameaçada por Duncan que entrou em sua casa, mas é impedido por Clifford na hora H. Aparentemente todo mundo entrava sorrateiramente naquela residência. Na verdade, tanto o já citado Halloween – A Noite do Terror como Mensageiro da Morte, surgiu originalmente como uma possível sequência do clássico gênse do slasher Noite de Terror. Só vermos que a linha narrativa do filme de Bob Clark, um psicopata tarado que passa trotes e se descobre que o mesmo estava ligando de dentro da própria casa (e que deixou o final em aberto), é a mesma utilizada aqui. Só que como Carpenter optou por lançar seu filme independente, Ward teve a mesma ideia e cometeu essa barbárie, que não chega se quer aos pés de nem um e nem do outro. Revoltante é o adjetivo que melhor se aplica a Mensgeiro da Morte. A coisa é tão feia, mas tão feia, que até sua refilmagem meia boca lançada em 2006, com a brasileira Camilla Belle, que aqui ganhou o título ao pé da letra, Quando um Estranho Chama, consegue ser um exercício de suspense melhor executado que este daqui (exceto por aqueles fatídicos 20 minutos iniciais).
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/03/22/396-mensageiro-da-morte-1979/

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