Direção: Fred
Walton
Roteiro: Steve
Feke, Fred Walton
Produção: Doug
Chapin, Steve Feke, Larry Krostroff (Produtor Associado), Barry Krost e Melvin
Simon (Produtores Executivos)
Elenco: Carol Kane, Rutanya Alda, Carmen Angenziano, Kirsten Laky,
William Boyet, Charles Durning, Tony Beckley
Mensageiro da Morte ou como
estragar o que poderia ser um excelente filme de terror. Esse deveria ser na
verdade o título deste thriller setentista, que começa simplesmente
arrebatador, mas depois no desenrolar transforma-se em uma verdadeira porcaria
maçante e sem razão de existir. Os primeiros 20 minutos do filme funcionam como
um curta. Nunca assistiu ao filme? Quer um conselho de irmão? Veja só então
esses 20 minutos e depois pode apertar o stop, porque verdade seja dita,
ele já vai ter te marcado, apavorado, feito você suar frio, e então pense que
terminou por aí, porque depois você terá vontade de jogar alguma coisa na
própria televisão de raiva. Ou então veja a edição que fizeram no próprio
Youtube como um curta aqui. Bom, ao bem da
verdade ele surgiu como um curta, que é exatamente esses 20 minutos iniciais
que por incrível que pareça tornaram-se emblemáticos na história do cinema de
terror, quando a babá Jill Johnson (Carol Kane) é contratada para tomar conta
dos filhos do casal Mandrakis, que irão sair para jantar e pegar um cineminha.
Os pimpolhos já estão dormindo e a babá começa então a receber ligações de um
estranho psicopata que pergunta a ela a famosa frase: “Você já olhou as
crianças?”. Todo o entorno desse momento angustiante, o pavor de Jill, a
tentativa de manter o maníaco na linha para que a polícia consiga rastrear a
ligação e eles ligarem de volta desesperados avisando que o contato vem sendo
feito de dentro da própria casa, é magistral. Quando a polícia chega ao local,
encontra o assassino banhando-se no sangue das duas crianças mortas. Jill
escapa ilesa e o doido, chamado Curt Duncan (Tony Beckley) é preso e
considerado insano, sendo trancafiado em uma instituição psiquiátrica. Ponto. Mas
o diretor Fred Walton viu um baita potencial na história por conta do sucesso
do indie Halloween – A Noite
do Terror de
John Carpenter e resolver fazer mais insuportáveis 70 minutos de filme,
centrados na fuga de Duncan depois de sete anos preso e sua perseguição pelo
detetive John Clifford (Charles Durning) que havia investigado o caso original
e agora tinha deixado a força policial, sendo contratado pelo Sr. Mandrakis
para encontrar o psicopata e matá-lo de uma vez por todas. Sério, o filme então
irá consistir em um assassino QUE NÃO VAI MATAR MAIS NINGUÉM, miseravelmente
interpretado por Beckley (exceto uma rápida cena dele em frente ao espelho
relembrando seu crime que é digna de alguma nota) que é só mais um maluco
atormentado e não mais o demente pintado no começo do longa e a desenvoltura de
uma trama policial que não serviria para ser exibida nem no Supercine em seus
melhores dias. Jill? Esqueça, ela só volta nos últimos 10 minutos de projeção,
agora casada com um marido espetacular que acaba de ganhar uma promoção e dois
filhos lindos, vivendo o sonho americano e não me parecendo ter ficado nem um
pouco perturbada com o acontecimento de sete anos antes. Ela até sai de casa
para um date com o marido e
deixa uma babá cuidando das crianças, olhe só. Isso sim é perseverança! Duncan
vai tentar terminar o que começou, não antes de pregar uma peça na própria
Jill, ligando para ela no meio do restaurante (como ele sabia em que
restaurante ela estaria sabe-se lá) e pergunta adivinha o quê? “Você já olhou
as crianças?”. Histérica ela dá um xilique no restaurante para chegar em casa e
ver que está tudo… bem, na mais absoluta tranquilidade e nada aconteceu. A dona
de casa ainda será levemente, bem de levinho, ameaçada por Duncan que entrou em
sua casa, mas é impedido por Clifford na hora H. Aparentemente todo mundo
entrava sorrateiramente naquela residência. Na verdade, tanto o já
citado Halloween – A Noite do Terror como Mensageiro da Morte, surgiu
originalmente como uma possível sequência do clássico gênse
do slasher Noite de Terror. Só vermos que a
linha narrativa do filme de Bob Clark, um psicopata tarado que passa trotes e
se descobre que o mesmo estava ligando de dentro da própria casa (e que deixou
o final em aberto), é a mesma utilizada aqui. Só que como Carpenter optou por lançar
seu filme independente, Ward teve a mesma ideia e cometeu essa barbárie, que
não chega se quer aos pés de nem um e nem do outro. Revoltante é o adjetivo que
melhor se aplica a Mensgeiro da Morte. A coisa é tão feia, mas tão feia,
que até sua refilmagem meia boca lançada em 2006, com a brasileira Camilla
Belle, que aqui ganhou o título ao pé da letra, Quando um Estranho Chama,
consegue ser um exercício de suspense melhor executado que este daqui (exceto
por aqueles fatídicos 20 minutos iniciais).
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/03/22/396-mensageiro-da-morte-1979/
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