Diretor: Lewis
Teague
Roteiro: John
Sayles
Produção: Brandon
Chase, Mark L. Rosen, Tom Jacobson (Produtor Associado), Robert S. Bremson
(Produtor Executivo)
Elenco: Robert
Foster, Robin Riker, Michael V. Gazzo, Dean Jagger, Sydney Lassick, Jack Carter
Outro daqueles
clássicos eternos oitentistas, exibido várias e várias vezes na saudosa Sessão
das Dez do SBT. Alligator – O Jacaré
Gigante é
deliciosamente divertido e um dos mais famosos e emblemáticos filmes
de eco-horror inspirado pelo sucesso de Tubarão de Spielberg. E
acredito que, principalmente por conta dessas reprises, acabou se tornando o
mais famoso de todos aqui em terra
brazilis. O mais importante é que Alligator – O Jacaré
Gigante não se leva a sério. E é louvável quando esse tipo de atitude é
tomada em um filme onde um jacaré é jogado na privada e cresce nos esgotos de
Chicago se alimentando de cachorros descartados que eram cobaias de testes com
hormônio do crescimento de uma inescrupulosa indústria farmacêutica (não, eu
não estou falando dos beagles do Instituto Royal). Dirigido por Lewis Teague, a
película é cheia de situações inverossímeis e com momentos do mais puro e
indelével trash, até porque o animatrônico de Ramon (nome dado ao jacaré),
que assim como seu parceiro peixe, o Bruce, de Tubarão, apresentou uma
cacetada de problemas técnicos e o diretor em algumas cenas preferiu filmar o
animal em closes e escondê-lo a maior parte do tempo para manter o suspense e
outras, usar um jacaré normal em um óbvio cenário de miniatura, que fica
tosqueira, claro. O roteiro original foi escrito por Frank Ray Perilli, mas
John Sayles ao lê-lo achou uma verdadeira porcaria, já que a trama se passaria
em Milwalkee e a causa do crescimento exagerado do bicho seria devido à
cerveja. Isso mesmo, cerveja despejada por uma fábrica no esgoto. Até onde eu
saiba a cerveja não aumenta nada que não seja sua barriga! Sayles reescreveu
(mantendo o crédito da história para Perilli) transportando-a para Chicago e
inspirando-se em uma recorrente lenda urbana americana sobre aligátores que
foram comprados como animais de estimação e jogados nos esgotos, locais que
viviam infestados dos tais répteis (isso porque na década de 30 realmente foi
encontrado um jacaré, mas um caso isolado). A pequena Marisa Kendall após uma
viagem em família para a Flórida fica fascinada pelo animal (mesmo em uma
demonstração um jacaré quase ter arrancado a perna de uma pessoa) e insiste
para que seus pais comprem um pequeno aligatorzinho para ela, que ganha o
singelo nome de Ramon. Após um tempo que a família voltou para Chicago, o
animal come o hamster de estimação do pai de Marisa que sem pestanejar joga-o
na privada e dá descarga. Após passar alguns anos vivendo no subterrâneo e
comendo cachorrinhos geneticamente alterados, o monstro torna-se uma gigantesca
criatura mutante anabolizada que começa a destroçar todo mundo que ele tope na
frente nos esgotos. Cabe ao complexado detetive da divisão de homicídios, David
Madison (o primeiro complexo por se sentir culpado pela morte do parceiro
quando trabalhava na polícia de St. Louis, e o segundo, por começar a ficar
careca) – hilariamente interpretado por Robert Foster – ao chefe de polícia
Clark (vivido pelo rouco ator Michael V. Gazzo) e a Marisa, que mais tarde se
transformaria em uma respeitada herpetóloga, em tentar descobrir a toca do
bicho e destruí-lo. Além dos protagonistas (e do próprio jacarezão, óbvio) dois
personagens são dignos de nota: o repórter Thomas Kemp (Bart Braverman) que é
um escroque que vive pegando no pé de Madison por conta do acontecido com o
parceiro dele e vai sozinho até os esgotos tentando desvendar o que está
acontecendo (e acaba virando comida de jacaré, mas serve para tirar fotos do
mesmo – ao melhor estilo Tubarão 2 – fazendo com
que Madison deixe de ser desacreditado e motivo de xacota do departamento); e o
Cel. Brock (Henry Silva), um caricato e estereótipo caçador chamado para tentar
pegar o animal e acaba também se dando mal. Mas a cena mais emblemática
de Alligator – O Jacaré Gigante (que é a mesma que sempre passava na
chamada da Sessão das Dez) é quando o réptil invade a festa de casamento da
filha do ganancioso Slade (Dean Jagger), dono da farmacêutica que fazia os
testes nos cachorrinhos e tem a polícia e prefeitura de Chicago no bolso, à
beira da piscina, promovendo um verdadeiro massacre e reservando ao prefeito da
cidade e ao Slade as piores mortes, ao melhor estilo “justiça poética”. Sensacional!
Alligator – O Jacaré Gigante é mais um daqueles típicos filmes aqui do
blog para os trintões saudosistas, porque se a molecada assistir isso hoje em
dia vai conseguir achar ainda mais tosco do que nós (e o pior ainda, vai achar
besta e sair falando mal nas redes sociais – que heresia) até pelo fato de
outros bons filmes de jacarés/crocodilos gigantes assassinos já terem sido
feitos depois de Alligator, como Pânico no Lago e Morte
Súbita. Mas ainda assim é um clássico e convenhamos que é muito melhor que as
bombas Crocodilo – A Fera Assassina de Sergio
Martino, Killer Crocodile de Fabrizio De Angelis, ou o execrável Crocodilo de
Tobe Hooper.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/03/31/402-alligator-o-jacare-gigante-1980/
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