segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

#402 1980 ALLIGATOR O JACARÉ GIGANTE (Alligator, EUA)


Diretor: Lewis Teague
Roteiro: John Sayles
Produção: Brandon Chase, Mark L. Rosen, Tom Jacobson (Produtor Associado), Robert S. Bremson (Produtor Executivo)
Elenco: Robert Foster, Robin Riker, Michael V. Gazzo, Dean Jagger, Sydney Lassick, Jack Carter

Outro daqueles clássicos eternos oitentistas, exibido várias e várias vezes na saudosa Sessão das Dez do SBT. Alligator – O Jacaré Gigante é deliciosamente divertido e um dos mais famosos e emblemáticos filmes de eco-horror inspirado pelo sucesso de Tubarão de Spielberg. E acredito que, principalmente por conta dessas reprises, acabou se tornando o mais famoso de todos aqui em terra brazilis. O mais importante é que Alligator – O Jacaré Gigante não se leva a sério. E é louvável quando esse tipo de atitude é tomada em um filme onde um jacaré é jogado na privada e cresce nos esgotos de Chicago se alimentando de cachorros descartados que eram cobaias de testes com hormônio do crescimento de uma inescrupulosa indústria farmacêutica (não, eu não estou falando dos beagles do Instituto Royal). Dirigido por Lewis Teague, a película é cheia de situações inverossímeis e com momentos do mais puro e indelével trash, até porque o animatrônico de Ramon (nome dado ao jacaré), que assim como seu parceiro peixe, o Bruce, de Tubarão, apresentou uma cacetada de problemas técnicos e o diretor em algumas cenas preferiu filmar o animal em closes e escondê-lo a maior parte do tempo para manter o suspense e outras, usar um jacaré normal em um óbvio cenário de miniatura, que fica tosqueira, claro. O roteiro original foi escrito por Frank Ray Perilli, mas John Sayles ao lê-lo achou uma verdadeira porcaria, já que a trama se passaria em Milwalkee e a causa do crescimento exagerado do bicho seria devido à cerveja. Isso mesmo, cerveja despejada por uma fábrica no esgoto. Até onde eu saiba a cerveja não aumenta nada que não seja sua barriga! Sayles reescreveu (mantendo o crédito da história para Perilli) transportando-a para Chicago e inspirando-se em uma recorrente lenda urbana americana sobre aligátores que foram comprados como animais de estimação e jogados nos esgotos, locais que viviam infestados dos tais répteis (isso porque na década de 30 realmente foi encontrado um jacaré, mas um caso isolado). A pequena Marisa Kendall após uma viagem em família para a Flórida fica fascinada pelo animal (mesmo em uma demonstração um jacaré quase ter arrancado a perna de uma pessoa) e insiste para que seus pais comprem um pequeno aligatorzinho para ela, que ganha o singelo nome de Ramon. Após um tempo que a família voltou para Chicago, o animal come o hamster de estimação do pai de Marisa que sem pestanejar joga-o na privada e dá descarga. Após passar alguns anos vivendo no subterrâneo e comendo cachorrinhos geneticamente alterados, o monstro torna-se uma gigantesca criatura mutante anabolizada que começa a destroçar todo mundo que ele tope na frente nos esgotos. Cabe ao complexado detetive da divisão de homicídios, David Madison (o primeiro complexo por se sentir culpado pela morte do parceiro quando trabalhava na polícia de St. Louis, e o segundo, por começar a ficar careca) – hilariamente interpretado por Robert Foster – ao chefe de polícia Clark (vivido pelo rouco ator Michael V. Gazzo) e a Marisa, que mais tarde se transformaria em uma respeitada herpetóloga, em tentar descobrir a toca do bicho e destruí-lo. Além dos protagonistas (e do próprio jacarezão, óbvio) dois personagens são dignos de nota: o repórter Thomas Kemp (Bart Braverman) que é um escroque que vive pegando no pé de Madison por conta do acontecido com o parceiro dele e vai sozinho até os esgotos tentando desvendar o que está acontecendo (e acaba virando comida de jacaré, mas serve para tirar fotos do mesmo – ao melhor estilo Tubarão 2 – fazendo com que Madison deixe de ser desacreditado e motivo de xacota do departamento); e o Cel. Brock (Henry Silva), um caricato e estereótipo caçador chamado para tentar pegar o animal e acaba também se dando mal. Mas a cena mais emblemática de Alligator – O Jacaré Gigante (que é a mesma que sempre passava na chamada da Sessão das Dez) é quando o réptil invade a festa de casamento da filha do ganancioso Slade (Dean Jagger), dono da farmacêutica que fazia os testes nos cachorrinhos e tem a polícia e prefeitura de Chicago no bolso, à beira da piscina, promovendo um verdadeiro massacre e reservando ao prefeito da cidade e ao Slade as piores mortes, ao melhor estilo “justiça poética”. Sensacional! Alligator – O Jacaré Gigante é mais um daqueles típicos filmes aqui do blog para os trintões saudosistas, porque se a molecada assistir isso hoje em dia vai conseguir achar ainda mais tosco do que nós (e o pior ainda, vai achar besta e sair falando mal nas redes sociais – que heresia) até pelo fato de outros bons filmes de jacarés/crocodilos gigantes assassinos já terem sido feitos depois de Alligator, como Pânico no Lago e Morte Súbita. Mas ainda assim é um clássico e convenhamos que é muito melhor que as bombas Crocodilo – A Fera Assassina de Sergio Martino, Killer Crocodile de Fabrizio De Angelis, ou o execrável Crocodilo de Tobe Hooper.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/03/31/402-alligator-o-jacare-gigante-1980/

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