Direção: James Cameron
Roteiro:James
Cameron
Produção: Gale Anne Hurd, Gordon Carrol, David Giler e Walter Hill (Produtores
Executivos)
Elenco: Sigourney Weaver, Carrie Henn, Michael
Biehn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton, Jenette Goldstein
Simplesmente é inegável a
importância de Aliens – O Resgate. Além de ser um FILMAÇO, assim
em letras garrafais, James Cameron iniciou o processo que expandiria a
mitologia das baratas espaciais (que além de ter sido explorado nos demais
filmes, de certa forma, também foi usado como pano de fundo em todas as mídias
futuras como livros, jogos de videogame, RPG, etc, etc) e dá uma aula de como
fazer uma sequência de verdade. Aliens – O Resgate é considerado
por muitos dos críticos como uma das melhores sequências da história do cinema.
Sequência geralmente é uma coisa ingrata. Muitas das vezes é apenas um
resultado mercadológico de produtores e estúdio que querem ganhar mais dinheiro
em cima de um original, apenas recauchutando as ideias e, no caso do cinema de
terror ou de ação, por exemplo, entubar mais mortes ou mais pancadaria/explosão
goela abaixo do espectador. Aliens de Cameron não apenas rasga
uma homenagem fidedigna ao seminal Alien – O Oitavo Passageiro de Ridley Scott, como dá
seu toque pessoal e amplia exponencialmente o potencial da franquia. Obsessivo,
megalomaníaco, controlador, gênio? Alguns adjetivos que se encaixam na figura
de James Cameron, que exagera, compra briga com todo mundo (técnica e elenco)
que se mete em seu caminho e se atém aos mínimos detalhes (que a maioria das
vezes estoura o orçamento como aconteceu em O Segredo do Abismo e Titanic)
para mostrar sua mais perfeita visão cinematográfica, e aqui testemunhamos o
que o canadense consegue fazer quando se dedica de corpo, mente e alma a um
projeto. É cabido dizer que absolutamente todos os elementos de Aliens foram
bem sucedidos. A começar pelo gênero. Apesar dos momentos de suspense
incrivelmente bem executados, é um filme de ação. Um filme de guerra.
Afinal, Alien – O Oitavo Passageiro já explorava o sufocante
terror espacial claustrofóbico e a fragilidade humana contra um predador
indestrutível e toda sua conotação sexual e obscura. Todo mundo já conhecia o
monstro antropomórfico naquela altura do campeonato. Então a ideia era chutar o
balde, meter um bando de fuzileiros navais enfrentando uma horda dos seres
espaciais xenomórfos, em sequências alucinantes e abusando de armamentos,
veículos, toda sorte de munição e explosivos. E ainda assim, o primeiro
alienígena aparece somente com quase 75 minutos de fita. A Fox há muito pensava
em fazer uma sequência do filme de Ridley Scott, mas nunca havia encontrado um
roteiro que a agradava. Foi quando um jovem Cameron, oriundo da equipe técnica
dos filmes de Roger Corman, diretor do infame Piranhas 2 – Assassinas
Voadoras, entregou um script que interessou os executivos do estúdio, porém
incompleto, apenas com as ideias iniciais, mas que contemplavam essa visão
completamente diferente do original. A Fox então decidiu esperar o próximo
filme de Cameron estrear para ter um parâmetro se levaria o projeto à frente,
que era no mínimo, grandioso. Pois sabemos que O Exterminador do Futuro foi
o arrasa quarteirão de 1984, e bingo, Cameron também ganhou a cadeira de
diretor. Convencer Sigourney Weaver a retomar o papel de Ellen Ripley foi a
segunda dificuldade, afinal ela era reticente quanto a uma sequência, até que
também caiu de amores pelo roteiro e a forma como explorava a personagem, sua
força e seus laço maternais com a jovem Newt (Carrie Henn) única sobrevivente
do massacre promovido pelos alienígenas. Depois sabemos que virou Brasil e ela
aceitou até estrelar o pavoroso Alien – A Ressurreição. Massacre
esse acontecido exatamente no planeta LV-426, aquela rocha espacial inóspita
onde a tripulação da Nostromo desceu a mando da Companhia e trouxe para dentro
da nave o pobre Kane com o facehuggergrudado
em seu rosto. Após explodir a nave e despachar a criatura na imensidão gélida
do espaço, o módulo de sobrevivência de Ripley fica vagando pelo universo por
57 anos, quando é acidentalmente encontrado e a tenente retirada do longo
estado de animação suspensa. Ripley passa por um julgamento ter explodido uma
nave “deliberadamente” e sua preciosa carga, perde sua patente, é obrigada a
passar por uma avaliação psicológica mensal e trabalhar no setor de
empilhadeiras, além de acordar todas as noites do mesmo pesadelo: um alien
estourando seu estômago. Nesse ínterim, LV-426 foi transformado em uma colônia
onde 70 famílias se mudaram para lá dando início ao processo de terraformação,
adaptando o local para sobrevivência dos seres humanos, próximo passo de
colonização do universo orquestrado pela nefasta Weyland-Yutani Corporation. Um
burocrata da Companhia, Carter Burke (Paul Reiser) junto do Tenente Gorman
(William Hope) pedem a ajuda de Ripley como consultora depois que eles perdem
contato com o local, e logo já imaginamos o que aconteceu. A heroína depois de
hesitar resolve ajuda-los mediante a promessa falsa de Burke de que a criatura
seria exterminada e não capturada para estudos. Ahan… O que vemos a seguir é
uma missão catastrófica de Ripley com os Fuzileiros Coloniais partindo da nave
Sulaco, liderados pelo Sargento Apone (Al Mathews) e repleto de soldados das
mais diversas personalidades, como o Capitão Dwayne Hicks (Michael Biehn), o
afetado Hudson (Bill Paxton) e a durona Vasquez (Jenette Goldstein), além da
presença do sintético Bishop (Lance Henriksen), que inicialmente é hostilizado
por Ripley devido a trairagem do androide Ash na Nostromo, mas depois acaba
ganhando sua confiança. Todos os habitantes do planeta foram usados como
hospedeiros dando origem a uma centena de alienígenas. A única sobrevivente foi
a pequena Newt, que estabelece essa ligação umbilical com Ripley, que deixara
sua filha da mesma idade na Terra, morta aos 67 anos enquanto ela estava à
deriva no espaço em seu sono criogênico. As perfeitas máquinas de matar
estraçalham todo o esquadrão e encurralam os sobreviventes, enquanto o núcleo
do reator que mantém o planeta habitável aquece e irá mandar tudo para os ares
em poucas horas. Apesar do filme ser embasbacante, desde o esmero visual, as
sequências de ação de tirar o fôlego, até os efeitos especiais combinando
sobreposição de imagens, maquetes e animatrônicos, talvez a maior contribuição
de Aliens – O Resgate seja a figura da Alien Rainha. Tal qual
um cupim rainha, a descomunal criatura é responsável por botar aqueles ovos de
couro que vimos desde o primeiro filme, repletos defacehuggers parasitas prontos para colocar seus embriões em
outros seres e trazerem os monstros à vida. É imponente e assustadora a
sequência em que Ripley em busca de Newt (durante os exatos 15 segundos da
contagem regressiva para o planeta ir pelos ares) se depara com a progenitora,
que no final, tal qual a humana, quer apenas proteger sua prole. O embate final
entre o monstro e Ripley vestida no exoesqueleto usado como empilhadeira é
impressionante, daqueles momentos eternos da sétima arte, que emula, e mais uma
vez expande, de forma salutar os momentos finais do confronto de Ripley e do
oitavo passageiro da Nostromo. No final das contas, 20 minutos foram deixados
na mesa de edição para a versão de cinema que totalizou 137 minutos. Em 1992 em
laserdisc e posteriormente em DVD e Blu-Ray a versão do diretor, com 154
minutos veio ao mundo com um importantíssimo adendo, que é a cena que mostra
todo um interlúdio no planeta LV-426, trazendo a rotina de seus habitantes e
como o primeiro morador foi infectado ao se deparar com aquela mesma nave em
forma de ferradura encontrada no primeiro filme. Com muitas dificuldades
durante o processo de gravação, brigas, perrengue para os atores e estrelismo e
mão de ferro de Cameron, Aliens – O Resgate com seus mais de 18
milhões de dólares de orçamento chegou aos cinemas americanos em julho de 86,
arrebatou plateias e críticos, elevou Weaver ao status de grande heroína de
ação e Cameron de diretor consagrado e abocanhou mais de 85 milhões de
bilheteria domesticamente. E mais, tornou-se um guia (quase nunca seguido por
nenhum cineasta, produtores ou demais envolvidos) de como se fazer uma
sequência tão boa quanto o original, e por muitos considerada até melhor.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/08/20/503-aliens-o-resgate-1986/
1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
744 1986 ALIENS
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