quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

#503 1986 ALIENS O RESGATE (Aliens, EUA, Reino Unido)


Direção: James Cameron
Roteiro:James Cameron
Produção: Gale Anne Hurd, Gordon Carrol, David Giler e Walter Hill (Produtores Executivos)
Elenco: Sigourney Weaver, Carrie Henn, Michael Biehn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton, Jenette Goldstein

Simplesmente é inegável a importância de Aliens – O Resgate. Além de ser um FILMAÇO, assim em letras garrafais, James Cameron iniciou o processo que expandiria a mitologia das baratas espaciais (que além de ter sido explorado nos demais filmes, de certa forma, também foi usado como pano de fundo em todas as mídias futuras como livros, jogos de videogame, RPG, etc, etc) e dá uma aula de como fazer uma sequência de verdade. Aliens – O Resgate é considerado por muitos dos críticos como uma das melhores sequências da história do cinema. Sequência geralmente é uma coisa ingrata. Muitas das vezes é apenas um resultado mercadológico de produtores e estúdio que querem ganhar mais dinheiro em cima de um original, apenas recauchutando as ideias e, no caso do cinema de terror ou de ação, por exemplo, entubar mais mortes ou mais pancadaria/explosão goela abaixo do espectador. Aliens de Cameron não apenas rasga uma homenagem fidedigna ao seminal Alien – O Oitavo Passageiro de Ridley Scott, como dá seu toque pessoal e amplia exponencialmente o potencial da franquia. Obsessivo, megalomaníaco, controlador, gênio? Alguns adjetivos que se encaixam na figura de James Cameron, que exagera, compra briga com todo mundo (técnica e elenco) que se mete em seu caminho e se atém aos mínimos detalhes (que a maioria das vezes estoura o orçamento como aconteceu em O Segredo do Abismo e Titanic) para mostrar sua mais perfeita visão cinematográfica, e aqui testemunhamos o que o canadense consegue fazer quando se dedica de corpo, mente e alma a um projeto. É cabido dizer que absolutamente todos os elementos de Aliens foram bem sucedidos. A começar pelo gênero. Apesar dos momentos de suspense incrivelmente bem executados, é um filme de ação. Um filme de guerra. Afinal, Alien – O Oitavo Passageiro já explorava o sufocante terror espacial claustrofóbico e a fragilidade humana contra um predador indestrutível e toda sua conotação sexual e obscura. Todo mundo já conhecia o monstro antropomórfico naquela altura do campeonato. Então a ideia era chutar o balde, meter um bando de fuzileiros navais enfrentando uma horda dos seres espaciais xenomórfos, em sequências alucinantes e abusando de armamentos, veículos, toda sorte de munição e explosivos. E ainda assim, o primeiro alienígena aparece somente com quase 75 minutos de fita. A Fox há muito pensava em fazer uma sequência do filme de Ridley Scott, mas nunca havia encontrado um roteiro que a agradava. Foi quando um jovem Cameron, oriundo da equipe técnica dos filmes de Roger Corman, diretor do infame Piranhas 2 – Assassinas Voadoras, entregou um script que interessou os executivos do estúdio, porém incompleto, apenas com as ideias iniciais, mas que contemplavam essa visão completamente diferente do original. A Fox então decidiu esperar o próximo filme de Cameron estrear para ter um parâmetro se levaria o projeto à frente, que era no mínimo, grandioso. Pois sabemos que O Exterminador do Futuro foi o arrasa quarteirão de 1984, e bingo, Cameron também ganhou a cadeira de diretor. Convencer Sigourney Weaver a retomar o papel de Ellen Ripley foi a segunda dificuldade, afinal ela era reticente quanto a uma sequência, até que também caiu de amores pelo roteiro e a forma como explorava a personagem, sua força e seus laço maternais com a jovem Newt (Carrie Henn) única sobrevivente do massacre promovido pelos alienígenas. Depois sabemos que virou Brasil e ela aceitou até estrelar o pavoroso Alien – A Ressurreição. Massacre esse acontecido exatamente no planeta LV-426, aquela rocha espacial inóspita onde a tripulação da Nostromo desceu a mando da Companhia e trouxe para dentro da nave o pobre Kane com o facehuggergrudado em seu rosto. Após explodir a nave e despachar a criatura na imensidão gélida do espaço, o módulo de sobrevivência de Ripley fica vagando pelo universo por 57 anos, quando é acidentalmente encontrado e a tenente retirada do longo estado de animação suspensa. Ripley passa por um julgamento ter explodido uma nave “deliberadamente” e sua preciosa carga, perde sua patente, é obrigada a passar por uma avaliação psicológica mensal e trabalhar no setor de empilhadeiras, além de acordar todas as noites do mesmo pesadelo: um alien estourando seu estômago. Nesse ínterim, LV-426 foi transformado em uma colônia onde 70 famílias se mudaram para lá dando início ao processo de terraformação, adaptando o local para sobrevivência dos seres humanos, próximo passo de colonização do universo orquestrado pela nefasta Weyland-Yutani Corporation. Um burocrata da Companhia, Carter Burke (Paul Reiser) junto do Tenente Gorman (William Hope) pedem a ajuda de Ripley como consultora depois que eles perdem contato com o local, e logo já imaginamos o que aconteceu. A heroína depois de hesitar resolve ajuda-los mediante a promessa falsa de Burke de que a criatura seria exterminada e não capturada para estudos. Ahan… O que vemos a seguir é uma missão catastrófica de Ripley com os Fuzileiros Coloniais partindo da nave Sulaco, liderados pelo Sargento Apone (Al Mathews) e repleto de soldados das mais diversas personalidades, como o Capitão Dwayne Hicks (Michael Biehn), o afetado Hudson (Bill Paxton) e a durona Vasquez (Jenette Goldstein), além da presença do sintético Bishop (Lance Henriksen), que inicialmente é hostilizado por Ripley devido a trairagem do androide Ash na Nostromo, mas depois acaba ganhando sua confiança. Todos os habitantes do planeta foram usados como hospedeiros dando origem a uma centena de alienígenas. A única sobrevivente foi a pequena Newt, que estabelece essa ligação umbilical com Ripley, que deixara sua filha da mesma idade na Terra, morta aos 67 anos enquanto ela estava à deriva no espaço em seu sono criogênico. As perfeitas máquinas de matar estraçalham todo o esquadrão e encurralam os sobreviventes, enquanto o núcleo do reator que mantém o planeta habitável aquece e irá mandar tudo para os ares em poucas horas. Apesar do filme ser embasbacante, desde o esmero visual, as sequências de ação de tirar o fôlego, até os efeitos especiais combinando sobreposição de imagens, maquetes e animatrônicos, talvez a maior contribuição de Aliens – O Resgate seja a figura da Alien Rainha. Tal qual um cupim rainha, a descomunal criatura é responsável por botar aqueles ovos de couro que vimos desde o primeiro filme, repletos defacehuggers parasitas prontos para colocar seus embriões em outros seres e trazerem os monstros à vida. É imponente e assustadora a sequência em que Ripley em busca de Newt (durante os exatos 15 segundos da contagem regressiva para o planeta ir pelos ares) se depara com a progenitora, que no final, tal qual a humana, quer apenas proteger sua prole. O embate final entre o monstro e Ripley vestida no exoesqueleto usado como empilhadeira é impressionante, daqueles momentos eternos da sétima arte, que emula, e mais uma vez expande, de forma salutar os momentos finais do confronto de Ripley e do oitavo passageiro da Nostromo. No final das contas, 20 minutos foram deixados na mesa de edição para a versão de cinema que totalizou 137 minutos. Em 1992 em laserdisc e posteriormente em DVD e Blu-Ray a versão do diretor, com 154 minutos veio ao mundo com um importantíssimo adendo, que é a cena que mostra todo um interlúdio no planeta LV-426, trazendo a rotina de seus habitantes e como o primeiro morador foi infectado ao se deparar com aquela mesma nave em forma de ferradura encontrada no primeiro filme. Com muitas dificuldades durante o processo de gravação, brigas, perrengue para os atores e estrelismo e mão de ferro de Cameron, Aliens – O Resgate com seus mais de 18 milhões de dólares de orçamento chegou aos cinemas americanos em julho de 86, arrebatou plateias e críticos, elevou Weaver ao status de grande heroína de ação e Cameron de diretor consagrado e abocanhou mais de 85 milhões de bilheteria domesticamente. E mais, tornou-se um guia (quase nunca seguido por nenhum cineasta, produtores ou demais envolvidos) de como se fazer uma sequência tão boa quanto o original, e por muitos considerada até melhor.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/08/20/503-aliens-o-resgate-1986/

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744 1986 ALIENS
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