Direção: Albert Band
Roteiro: Frank Ray Perilli
Produção: Albert Band, Frank Ray Perilli, Phillip Collins
(Produtor Executivo)
Elenco: Michael Pataki, Jan Shutan, Libby Chase, John Levin,
Reggie Nalder, José Ferrer
Sempre que eu via um
dobermann, eu o chamava de Zoltan por causa dessa tosca película sobre cachorros
vampiros (!!!???). Zoltan, o Cão Vampiro de Drácula tem uma história tão
surrealmente ridícula, que acaba sendo o seu charme. Quando você pensa que já
viu de tudo eis que Drácula teve família e um cachorro de estimação. Na verdade
Zoltan pertencia a um caseiro chamado Veidt Smith (Reggie Nalder). Certa noite,
o cão salvou uma garota de ser sugada pelo Conde, e puto da vida, ele resolve
transformar-se em morcego e morder o canino, tornando-o um cão vampiro. O pobre
Smith é transformado em uma espécie de carniçal, escravo de Drácula servindo ao
mestre e cuidando de seu recém adquirido animal de estimação. Criatividade à
beça. Passam-se algumas centenas de anos, e durante uma escavação na Romênia, o
exército russo descobre o caixão de Drácula, e acidentalmente, um soldado
liberta Zoltan do sono profundo após um terremoto, arrancando a estaca de seu
coração. Pronto, o cachorro inteligentíssimo mata o soldado e também desperta
Smith, que parte com o animal para os EUA, na busca do último descendente vivo
de Drácula, um tal de Michael Drake (Michael Pataki), que vive uma vidinha
pacata com sua esposa, dois filhos e um casal de pastores alemães que acabaram
de dar uma ninhada de filhotes. Com esse roteiro ridículo, daí para frente é só
patifaria. O inspetor Branco (José Ferrer), uma espécie de Van Helsing da vez,
também viaja até a América para alertar Michael, que foi acampar com a família
e vive sendo atacado tanto por Zoltan, quanto por sua recém formada matilha de
cachorros vampirescos, a fim de transformá-lo em um vampiro, e que assim o
Conde possa ressurgir nele e comandar o cão e Veidt em suas buscas por
jugulares pulsantes de sangue. E o cachorro é do mal. Ataca outros animais,
crianças, vagabundos, filhotes (até um dos filhotinhos de pastor alemão é
transformado em cão vampiro, vejam só que crueldade), e quase destrói uma casa
por inteiro. É uma verdadeira ameaça sinistra. Mas temos que tirar o chapéu
para Zoltan: baita cão ator. As melhores atuações do filme são dele, na verdade
(créditos para o treinador Karl Miller). Duas cenas em particular “enobrecem” o
ar trash do
filme: Primeira quando Michael descobre em um velho baú uma foto antiquíssima
do seu tetravô, o Conde em pessoa, posando de forma imponente com Zoltan ao seu
lado. Opa, mas como assim, um vampiro (ou dois, se você contar o cão)
aparecendo em uma foto? Que eu saiba a imagem deles não é refletida em espelho
e não aparecem em fotografias, certo? A segunda quando insistentemente Michael
é tido como o último descendente de Drácula, e por isso ele está sendo
perseguido por Zoltan e o carniçal. Mas pera lá… E os filhos de Michael, Linda
e Steve? Elas também são descendentes de Drácula então. Ou não, nasceram de
chocadeira? Isso sem contar que eu não fazia ideia que Drácula vinha fazendo
filhos e constituindo família por aí (na verdade, não fazia ideia nem que ele
conseguia ter uma ereção, fazer sexo e fecundar alguém, já que é um desmorto,
mas deixa isso pra lá). Mas quer saber o que é o mais interessante? Estou lá
revendo Zoltan, o Cão Vampiro
de Drácula depois de um século
(nunca havia visto de novo desde quando passava na TV aberta) e quem me aparece
nos créditos responsável pelos efeitos de maquiagem? Stan Wiston! Ele mesmo, o
gênio dos efeitos especiais, ganhador do Oscar®, responsável por nada mais nada
menos que O Exterminador do
Futuro, Aliens, O Resgate, O Predador, Jurassic Park e Homem de Ferro! É,
todo mundo tem que começar por algum lugar. Winston foi metendo catchup e
presas postiças na boca de um dobermann. Mais legal e jocoso que tudo isso são
os trocadilhos que podem ser usados em Zoltan, o Cão Vampiro
de Drácula. Primeiro, que se não fosse esse “vampiro” no meio do título,
ficaria “O Cão de Drácula”. Agora leia tudo junto e rápido. Hein? Hein?
Parece que o aristocrático conde seria um cão em alguma série de terror
infantil sei lá, do Cartoon Network. Ou então, que por ele ser um cachorro
vampírico, ele usa seus caninos de canino para sugar o sangue de suas vítimas
incautas! Tá, eu parei por aqui.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/03/06/384-zoltan-o-cao-vampiro-de-dracula-1978/
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