Direção: Stuart
Rosenberg
Roteiro: Sandor
Stern (baseado no livro de Jay Anson)
Produção: Elliot
Geisinger, Ronald Saland, Samuel Z. Arkoff (Produtor Executivo)
Elenco: James Brolin, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud,
Murray Hamilton
Terror em Amityville é mais um
daqueles clássicos filmes dos anos 70, que faz parte do imaginário coletivo dos
fãs de terror. Baseado no livro homônimo de Jay Anson, grande parte disso se
deve ao tal fato de ele ter sido alardeado pelo escritor como “baseado em fatos
reais”. Mas que mais tarde, foi descoberto como uma farsa sensacionalista. Acredito
que o casarão de Amityville é a mais famosa casa mal-assombrada do cinema. Isso
por conta do baita sucesso do filme no final da década de 70, sendo um daqueles
campeões de reprises na TV aberta, além do livro ter sido um best-seller.
Outro dos motivos do sucesso é que ao assistir Terror em Amitvylle, parece
que você está vendo um mix de outros filmes que também foram icônicos na década
de 70 (talvez propositalmente para angariar um maior público). Aqui, vemos um Q
de O Exorcista, A Profecia e A Sentinela dos
Malditos,
por trazer à tona a questão religiosa, com o envolvimento da Igreja Católica e
seus padres e freiras, na luta contra o mal incondicional, dessa vez na forma
da casa. O casal George e Kathy Lutz, interpretado por James Brolin (pai de
Josh Brolin) e Margot Kidder (a Lois Lane dos filmes do Superman), com seus
três filhos, muda-se para uma casa de estilo colonial holandês em Amityville,
estado de Nova York, mesmo após ela ter sido palco de um brutal assassinato em
1974, quando o jovem Ronald DeFeo executou a tiros toda sua família, incluindo
os pais e irmão menores, enquanto dormiam certa noite. Ao ir ao tribunal, DeFeo
alegou que ouvia vozes que ordenaram que ele fizesse o trabalho. Agora pense
comigo: você acha que não ia dar algum tipo de merda? Pagaram um preço bem
abaixo de mercado, num local de assassinatos violentos. É óbvio que ia ter
alguma alma penada ali para assombrar o lugar. E para piorar, a casa foi
construída sobre um solo maldito, antiga prisão e local de sacrifício utilizado
pelos índios locais. Vemos que a casa é realmente do mal quando o padre Delaney
(Rod Steiger), amigo de Kathy, vai tentar benzê-la e é escorraçado por um
enxame de moscas e uma voz demoníaca que o manda sair de lá correndo. O que se
segue é a casa influenciando George, que começa a alterar seu comportamento de
marido atencioso e padrasto gentil, tornando-se agressivo, violento, aficionado
por um machado com o qual fica cortando lenha o dia inteiro. Fora isso, a filha
pentelha mais nova faz amizade com o espírito de Jody, o fantasma de uma das
vítimas que morreu na casa e o padre começa a padecer das forças demoníacas,
desacreditado por sua própria Igreja, até acabar ficando cego e catatônico. O
grande problema de Terror em Amityville (que no Brasil foi lançado em
VHS como A Cidade do Horror) é que eles tem uma história com uma
baita potencia nas mãos, que poderia ser realmente assustadora, tanto na parte
espectral quando na insanidade de Geogre que o vai consumindo até o limite da
loucura em caçar sua própria família com um machado (como Jack Nicholson faria
em O Iluminado de Stanley Kubrick, no ano seguinte), só que o diretor
Stuart Rosenberg falha miseravelmente em saber aproveitá-la, resultando em um
filme arrastado, que nunca consegue assustar de verdade, sem criar um clima
sobrenatural adequado ou terror crescente. Os personagens são mal aproveitados,
sem nenhum desenvolvimento consistente em nenhum deles, beirando apenas o
exagerado e caricato, com a forçada de barra do padre Delaney quando ele fica
cego, ou a cara de nervosinho que James Brolin assume o filme inteiro, ou as
ridículas expressões de medo de Margot Kidder. Falta ousadia, falta violência e
faltam situações assustadoras. Culpa de uma direção fraca, roteiro fraco e
atores fracos ou mal aproveitados na trama (como Rod Steiger). Terror em
Amityville fica muito aquém de outras produções de casas mal-assombradas
lançadas antes, como Desafio do Além, A Casa da Noite Eterna ou A Mansão Macabra. Mas como disse, é
um clássico, faturou 86 milhões de dólares de bilheteria, e gerou um número
infindável de sequências. Curioso é que dessas sequências, Amityville 2 –
A Possessão, de 1982, que na verdade é uma prequela que conta a história dos
DeFeo, moradores anteriores da casa, é infinitamente superior ao original, e a
melhor de todas as sequências. Até o remake de 2005, Horror em Amityville,
produzida pela Platinum Dunes de Michael Bay, com o canastríssimo Ryan Reynolds
no papel de George Lutz, consegue ser superior que o filme de 1979. Que coisa!
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/03/26/398-terror-em-amityville-1979/
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