Direção: Daniel Attias
Roteiro: Stephen King (baseado em sua obra)
Produção: Dino de Laurentiis e Martha de Laurentiis,
John M. Eckert (Produtor Associado)
Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan
Follows, Robin Groves, Leon Russom
A Hora do Lobisomem (ou Bala de Prata, tradução literal do original) segue a mesma máxima
que o grande Christopher Lee usou para descrever o filme A Górgona, da Hammer:
O maior problema de A Hora do
Lobisomem é o Lobisomem. Apesar de ser considerado um dos clássicos
do gênero, marcado toda uma geração e ter o nome de Stephen King, que escreveu
o roteiro baseado em sua própria obra, evolvido, a “fantasia” do lobisomem
falha miseravelmente e quase enterra o filme. Principalmente em tempos onde
poucos anos antes duas outras produções sobre licantropos revolucionaram o
gênero e a forma de se mostrar a metamorfose de homem em lobo: Grito de
Horror e O Lobisomem Americano em Londres. Até o poderoso Dino de Laurenttis, produtor da
fita, ficou extremamente desapontado e putinho da vida com a criatura peluda.
Tanto da aparência de “lobo mau de conto da carochinha” que ele ficou
parecendo, como se fosse uma produção B da Chapeuzinho Vermelho, quanto da
forma como o ator se movimentava dentro da roupa, todo duro e desengonçado, que
na verdade era um dançarino moderno contratado exatamente por suas técnicas de
movimento. E olhe que um dos responsáveis pela criação da roupa do monstrengo
foi ninguém menos que o oscarizado Carlo Rambaldi e na turma dos efeitos
especiais estavam tanto Rick Baker quanto Rob Bottin, sujeitos responsáveis
exatamente pelos dois filmes citados acima. Era para ser um desbunde com todo
dinheiro que um figurão como Laurentiis poderia oferecer em seu orçamento de
sete milhões de dólares (sete vezes mais que o filme de Joe Dante e apenas três
milhões a menos que o filme de John Landis). Com relação à trama, todos os
elementos característicos by Stephen
King estão lá: a cidadezinha pequena, Tarker’s Mill, dois protagonistas
infantis com uma relação familiar intensa, os irmãos Jane e Marty Coslaw (Megan
Follows e um dos atores mirim sensação dos anos 80, Corey Haim) e certo caldo
religioso na mistura toda por meio da figura do reverendo Lowe (Everett
McGill), que não dá para entrar em detalhes sem entregar SPOILERS. Nas noites
de lua cheia, vários moradores da cidade desaparecem e são encontrados
mutilados, vítimas do ataque do terrível lobisomem. Claro que ninguém cogita
que seja um lobisomem até o paraplégico de 11 anos de idade, Marty, levantar a
suspeita. Seu tio boa praça, porém bêbado e sem futuro, Red (Gary Busey) adora
o guri, mas também não acredita no moleque, nem quando o mesmo avista a
criatura e acerta-lhe um fogo de artifício no olho. Jane, com quem vive às
turras como um bom casal de irmãos, é a única que lhe dá ouvidos e sai pela
cidade coletando garrafas e latas para descobrir quem é o licantropo com o
ferimento no olho. A identidade do homem lobo definitivamente é uma das
melhores e mais marcantes de todo o gênero. Cabe aos dois jovens e seu tio,
fundirem uma bala de prata (que também é o nome que o garoto dá a sua cadeira
de rodas motorizada) e enfrentar a criatura que busca vingança. Sem dúvida o
ponto alto de A Hora do Lobisomem é
a climática cena do ataque do monstro ao grupo de moradores revoltados que
resolve fazer justiça com as próprias mãos, após a morte de um garotinho,
seguido da inépcia policial em conseguir encontrar o tal “psicopata”. Muito
espertos, eles partem para uma caçada no pântano à noite e um por um começa a
ser dilacerado, espancado por um bastão de beisebol e trucidado pelo lobisomem
que se esconde na densa névoa e não deixa nenhum dos locais para contar
história. A cena é bastante climática e envolvente e funciona até por não
mostrar o lobão, que não seja de relance. Agora outro ponto que atrasa um pouco
o lado é a direção burocrática de Daniel Attias, que depois seguiu uma
prolífica carreira de diretor de séries de TV e está aí na ativa até hoje,
dirigindo episódios de séries como True
Blood, Homeland e The Walking Dead. Uma curiosidade
é que originalmente Don Coscarelli foi contratado para dirigir o longa, porém
deixou o projeto pelas famosas “diferenças criativas” com o produtor Dino de
Laurentiis. Mas A Hora do
Lobisomem é um bom filme, serve ao seu propósito, transpira
saudosismo, tem toda aquela pegada “Stephen King” que sempre gostamos e é um
dos obrigatórios para os fãs do gênero, apesar dos apesares.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/08/09/496-a-hora-do-lobisomem-1985/
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