sexta-feira, 25 de março de 2016

#530 1987 CREEPSHOW (Creepshow 2, EUA)


Direção: Michael Gornick
Roteiro: George A. Romero (baseado nas histórias de Stephen King)
Produção: David Ball; Mitchel Gallin (Produtor Associado); Richard P. Rubinstein (Produtor Executivo)
Elenco: Domenick John, Tom Savini, George Kennedy, Dorothy Lamour, Don Harvey, Daniel Beer, Lois Chiles, David Beecroft, Tom Wright

Creepshow 2 (que no Brasil também ganhou o título de Show de Horrores) é tão bom quanto o primeiro. Na verdade acredito que os dois se completam e assistir as cinco histórias de Creepshow  e logo na sequência os outros três segmentos da continuação, é uma excelente pedida. George A. Romero não dirige este daqui, que ficou por conta de Michael Gornick, mas assina o roteiro baseado em três histórias do mestre Stephen King, seguindo aquela mesma homenagem rasgada aos quadrinhos da EC Comics que influenciaram sua infância (e uma penca de outros artistas, escritores e cineastas de sua geração). O prólogo que servirá como elo de ligação entre as histórias traz o jovem Billy (Domenick John) ansioso por pegar seu exemplar mensal da revista Creepshow, entregue pelo sinistro The Creep (interpretado pelo mestre da maquiagem Tom Savini, responsável pelos efeitos visuais do primeiro filme). Após uma abertura em live action, a animação toma conta para mostrar o covil de Creep (agora com a voz de Joe Silver) alimentando seus lagartos de animação e narrando para o espectador os três contos.
O primeiro é “Old Chief Wood’nhead”, que traz o ator George Kennedy como Ray Spurce, um velho dono de uma loja de conveniência em uma cidade do deserto que está sofrendo com a falta de clientes e o abandono da cidade, junto de sua esposa, Martha (Dorothy Lamour). Na varanda da loja há uma estátua do Velho Chefe Cabeça de Madeira, querida e cuidada por Ray há mais de trinta anos. Durante um assalto ao local, orquestrado por Sam Whitemoon (Holt McCallany) sobrinho de um chefe indígena local, o casal de idosos é baleado e morto. Os três meliantes preparam sua fuga para a Califórnia quando o Velho Chefe Cabeça de Madeira ganha vida e sai em uma expedição guerreira para se vingar dos antigos donos e escalpelar os meliantes.
O segundo conto é o interessantíssimo (e meu preferido) “The Rack”, onde quatro estudantes universitários decidem nadar em um lago numa idílica tarde de verão. Eles resolvem fazer sua travessia a nado até uma jangada que flutua no meio do lago, sem imaginarem que ali ficarão encurralados por uma mancha negra carnívora flutuante. Esse é o conto mais visceral dos três, com aquela crosta predadora maligna devorando os rostos, corpos e membros dos jovens, incluindo a fantástica cena de quando um garotão tenta bulinar uma das moças durante o seu sono e inadvertidamente a coloca à mercê da gosma, que se infiltra através das fissuras da jangada e arranca um pedaço de sua face. Mas além de tudo, o ponto alto do segmento é quando ao final, vemos ironicamente uma placa escrita “Não nade” pouco visível atrás de um monte de arbustos.
Encerra a antologia com “The Hitchhiker” onde uma empresária adúltera (Annie Lansing, papel de Lois Chiles) precisa chegar em casa antes do marido para não dar pinta da sua pulada de cerca e no caminho a milhão ela acidentalmente atropela um caronista (Tom Wright). Praticando um típico hit and run ela foge em disparada à noite, só para ser atormentada pelo caroneiro morto em busca de vingança gritando “obrigado pela Carona, senhora” durante toda a viagem até sua casa. Nos interlúdios em animação e em seu epílogo, Billy recebe um pacote de uma encomenda comprada dos classificados da HQ, tratando-se de sementes de uma planta carnívora de verdade, é cercado por uns valentões que o perseguem de bicicleta, até que outras plantas carnívoras erguem-se entre ervas daninhas e devoram os malfeitores, tudo assistido por Creep que gargalha de satisfação.
Uma curiosidade é que originalmente, assim como o primeiro filme, Creepshow 2 deveria conter cinco contos, porém dois deles acabaram sendo descartados no final: “Pinfall” sobre dois times de fantasmas rivais no boliche e “The Cat From Hell” sobre um gato do mal, que fora usado posteriormente em outra antologia, Contos da Escuridão.  Ainda em 2007 um terceiro Creepshow foi lançado, mas sem qualquer ligação com King ou Romero.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/25/530-creepshow-2-1987/

Nenhum comentário:

Postar um comentário