Diretor: Wes Craven
Roteiro: Bruce Joel Rubin (baseado na obra de Diana Henstell)
Produção: Robert M. Sherman, Robert L. Crawford
(Co-Produtor), Patrick Kelley (Produtor Executivo)
Elenco: Matthew Labyorteaux, Kristy Swanson, Michael
Sharrett, Anne Twomey, Anne Ramsey, Richard Marcus
Quando se fala no filme A Maldição de Samantha, qual a imagem que lhe vem a
cabeça? Para mim, claro que é a exagerada cena da velha tendo a cabeça
explodida por uma bola de basquete. E o filme poderia se resumir nessa única
cena, ser um curta, porque o resto é uma bomba sem tamanho (não que essa cena
não seja). O pior de tudo é que A
Maldição de Samantha é o começo da decadência da carreira de Wes
Craven pós A Hora do Pesadelo. Após uma bem sucedida trinca do
diretor, que conta com os excelentes Aniversário Macabro e Quadrilha de Sádicos anteriormente, Craven só faria
porcarias e voltaria apenas a fazer um filme que prestasse em 1996, com Pânico. Baseado no livro “Friend” de Diana Henstell, é uma
daquelas histórias que só mesmo os anos 80 poderia nos proporcionar. Naquela
época a galera não tinha muita noção de robótica e inteligência artificial, e
por mais original que seja a premissa do filme, ela não tem nenhum fundamento
científico (não que isso seja problema para o gênero) e apesar de ser uma fita
completamente despretensiosa (até a página dois) a única coisa que consegue se
propor é provocar risadas. O jovem gênio Paul Conway (Matthew Labyorteaux) se
muda para um subúrbio pacato no interior dos EUA, pois conseguiu uma bolsa de
estudos na universidade local. A maior criação de Paul é o insuportável robô
BB, completamente autossuficiente e dotado de inteligência, força sobre-humana,
vontade própria e uma voz robótica que enche o saco (eu já teria o desativado
faz tempo). O robô amarelo lembra uma mistura do Wall-E (para situar aos mais novos) com Número Cinco (ou
Johnny Five), de Um Robô em Curto
Circuito. Paul rapidamente faz amizade com Tom Toomey (Michael
Sharrett), filho do zelador do hospital da universidade e com Samantha Pringle
(Kristy Swanson – A Buffy, A Caça Vampiros original), a vizinha adolescente
loira, linda e livre, que logo começa a dar bola para o rapaz nerd. O problema
é que Sam tem um pai escroto, molestador e alcoólatra, que abusa da filha, e
aparentemente foi o responsável pela morte de sua esposa. Outra personagem
central na trama é Elvira Parker, interpretada por Anne Ramsey, especialista no
papel de velhas rabugentas (ela viveu a Mama Fratelli em Os Goonies e Momma em Jogue a Mamãe do Trem). Elvira é uma
sociopata que vive reclusa em uma casa com portão eletrificado e adora ameaçar
os garotos da vizinhança com uma espingarda. Certo dia, Paul, Tom, Sam e BB
estão jogando basquete e a bola vai acidentalmente parar na casa da velha que
não a devolve para os jovens. História vai, história vem e na noite de
Halloween, o grupo de amigos resolvem utilizar BB para invadir a casa da velha
e tentar recuperar sua bola de basquete. Só que Elvira os pega com a boca na
botija e com toda sua delicadeza, atira em BB, sobrando apenas sucata do
outrora robô. Ah, vale lembrar que o robô já havia demonstrado certo trejeito
psicopata, principalmente quando salva os garotos do bullying de
uma gangue de motoqueiros e ao encarar a própria Elvira. Desolado, Paul nem tem
tempo de se recuperar pelo luto do amigo cibernético, quando Samantha é
acidentalmente morta pelo seu pai descontrolado, ao chegar tarde em casa,
rolando a escada abaixo e sofrendo traumatismo craniano. Internada já com morte
cerebral, a vida de Samantha está por um fio. Quando é decidido desligar os
aparelhos é que Paul tem a mais genial ideia de todas. Resolve, com a ajuda de
Tom, que “pegaria emprestado” as chaves do pai zelador, roubar o corpo de
Samantha do hospital, e fazer uma cirurgia implantando o chip de BB no cérebro
da garota e trazê-la de volta a vida. Gênio! Claro que dois moleques conseguem
levar o cadáver sem levantar nenhuma suspeita, e a cirurgia é realizada com
sucesso na garagem. Paul esconde Sam primeiramente em seu quarto e depois no
porão. Mas algo dá errado (jura?), e Sam volta como um ciborgue vingativo (não
entendo o porquê da “Maldição” do título no Brasil, mas tudo bem). Primeiro ela
pratica a vingança contra seu pai, carbonizando-o na fornalha industrial que
ele possui no porão da sua casa (???!!!). Depois é a vez da memória de BB
utilizar o corpo de Samantha para se vingar da velha Elvira Parker, na fatídica
cena da bola de basquete, arremessada contra a cabeça da senhora com tamanha
violência, que ela explode como se tivesse sido alvejada por um tiro de bazuca.
E Paul não toma tento de jeito nenhum, sempre ingenuamente achando que a garota
do nada ia voltar a ser a velha Samantha, esquecer esse ódio mortal e instinto
assassino, e eles viverão felizes para sempre com sua namorada utópica e ter
lindos androidezinhos no futuro. Ah vá! Outra coisa que nunca me sai da cabeça
é como o corpo de Samantha não começou a apodrecer, já que ela está morta,
apenas com as funções motoras do cérebro ligadas por conta do chip implantado
na sua cachola e a inteligência artificial de BB. Mas enfim… Pior ainda quando
Samantha começa a imitar o robô com aquele “beebee” enlouquecedor, mantendo as
mãos fechadas para imitar as “garras” do mesmo, e vira e mexe, nos momentos de
maior fúria, aparece com uma maquiagem preta borrada nos olhos, que faria Daryl
Hanna morrer de inveja. O final pelo menos é pessimista, mas preste atenção o
quão ridícula é a última cena. E não deixe de ouvir a patética música que toca
ao subir os créditos do filme. O filme é ridículo e MUITO RUIM. Claro que vale
a diversão de todas as situações inverossímeis e toscas demais. Mas mesmo com
esse texto espinafrando-o, assista ao filme. A diversão é garantida, e isso
independente da idade.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/03/513-a-maldicao-de-samantha-1986/
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