terça-feira, 15 de março de 2016

#513 1986 A MALDIÇÃO DE SAMANTHA (Deadly Friend, EUA)


Diretor: Wes Craven
Roteiro: Bruce Joel Rubin (baseado na obra de Diana Henstell)
Produção: Robert M. Sherman, Robert L. Crawford (Co-Produtor), Patrick Kelley (Produtor Executivo)
Elenco: Matthew Labyorteaux, Kristy Swanson, Michael Sharrett, Anne Twomey, Anne Ramsey, Richard Marcus

Quando se fala no filme A Maldição de Samantha, qual a imagem que lhe vem a cabeça? Para mim, claro que é a exagerada cena da velha tendo a cabeça explodida por uma bola de basquete. E o filme poderia se resumir nessa única cena, ser um curta, porque o resto é uma bomba sem tamanho (não que essa cena não seja). O pior de tudo é que A Maldição de Samantha é o começo da decadência da carreira de Wes Craven pós A Hora do Pesadelo. Após uma bem sucedida trinca do diretor, que conta com os excelentes Aniversário Macabro e Quadrilha de Sádicos anteriormente, Craven só faria porcarias e voltaria apenas a fazer um filme que prestasse em 1996, com Pânico. Baseado no livro “Friend” de Diana Henstell, é uma daquelas histórias que só mesmo os anos 80 poderia nos proporcionar. Naquela época a galera não tinha muita noção de robótica e inteligência artificial, e por mais original que seja a premissa do filme, ela não tem nenhum fundamento científico (não que isso seja problema para o gênero) e apesar de ser uma fita completamente despretensiosa (até a página dois) a única coisa que consegue se propor é provocar risadas. O jovem gênio Paul Conway (Matthew Labyorteaux) se muda para um subúrbio pacato no interior dos EUA, pois conseguiu uma bolsa de estudos na universidade local. A maior criação de Paul é o insuportável robô BB, completamente autossuficiente e dotado de inteligência, força sobre-humana, vontade própria e uma voz robótica que enche o saco (eu já teria o desativado faz tempo). O robô amarelo lembra uma mistura do Wall-E (para situar aos mais novos) com Número Cinco (ou Johnny Five), de Um Robô em Curto Circuito. Paul rapidamente faz amizade com Tom Toomey (Michael Sharrett), filho do zelador do hospital da universidade e com Samantha Pringle (Kristy Swanson – A Buffy, A Caça Vampiros original), a vizinha adolescente loira, linda e livre, que logo começa a dar bola para o rapaz nerd. O problema é que Sam tem um pai escroto, molestador e alcoólatra, que abusa da filha, e aparentemente foi o responsável pela morte de sua esposa. Outra personagem central na trama é Elvira Parker, interpretada por Anne Ramsey, especialista no papel de velhas rabugentas (ela viveu a Mama Fratelli em Os Goonies e Momma em Jogue a Mamãe do Trem). Elvira é uma sociopata que vive reclusa em uma casa com portão eletrificado e adora ameaçar os garotos da vizinhança com uma espingarda. Certo dia, Paul, Tom, Sam e BB estão jogando basquete e a bola vai acidentalmente parar na casa da velha que não a devolve para os jovens. História vai, história vem e na noite de Halloween, o grupo de amigos resolvem utilizar BB para invadir a casa da velha e tentar recuperar sua bola de basquete. Só que Elvira os pega com a boca na botija e com toda sua delicadeza, atira em BB, sobrando apenas sucata do outrora robô. Ah, vale lembrar que o robô já havia demonstrado certo trejeito psicopata, principalmente quando salva os garotos do bullying de uma gangue de motoqueiros e ao encarar a própria Elvira. Desolado, Paul nem tem tempo de se recuperar pelo luto do amigo cibernético, quando Samantha é acidentalmente morta pelo seu pai descontrolado, ao chegar tarde em casa, rolando a escada abaixo e sofrendo traumatismo craniano. Internada já com morte cerebral, a vida de Samantha está por um fio. Quando é decidido desligar os aparelhos é que Paul tem a mais genial ideia de todas. Resolve, com a ajuda de Tom, que “pegaria emprestado” as chaves do pai zelador, roubar o corpo de Samantha do hospital, e fazer uma cirurgia implantando o chip de BB no cérebro da garota e trazê-la de volta a vida. Gênio! Claro que dois moleques conseguem levar o cadáver sem levantar nenhuma suspeita, e a cirurgia é realizada com sucesso na garagem. Paul esconde Sam primeiramente em seu quarto e depois no porão. Mas algo dá errado (jura?), e Sam volta como um ciborgue vingativo (não entendo o porquê da “Maldição” do título no Brasil, mas tudo bem). Primeiro ela pratica a vingança contra seu pai, carbonizando-o na fornalha industrial que ele possui no porão da sua casa (???!!!). Depois é a vez da memória de BB utilizar o corpo de Samantha para se vingar da velha Elvira Parker, na fatídica cena da bola de basquete, arremessada contra a cabeça da senhora com tamanha violência, que ela explode como se tivesse sido alvejada por um tiro de bazuca. E Paul não toma tento de jeito nenhum, sempre ingenuamente achando que a garota do nada ia voltar a ser a velha Samantha, esquecer esse ódio mortal e instinto assassino, e eles viverão felizes para sempre com sua namorada utópica e ter lindos androidezinhos no futuro. Ah vá! Outra coisa que nunca me sai da cabeça é como o corpo de Samantha não começou a apodrecer, já que ela está morta, apenas com as funções motoras do cérebro ligadas por conta do chip implantado na sua cachola e a inteligência artificial de BB. Mas enfim… Pior ainda quando Samantha começa a imitar o robô com aquele “beebee” enlouquecedor, mantendo as mãos fechadas para imitar as “garras” do mesmo, e vira e mexe, nos momentos de maior fúria, aparece com uma maquiagem preta borrada nos olhos, que faria Daryl Hanna morrer de inveja. O final pelo menos é pessimista, mas preste atenção o quão ridícula é a última cena. E não deixe de ouvir a patética música que toca ao subir os créditos do filme. O filme é ridículo e MUITO RUIM. Claro que vale a diversão de todas as situações inverossímeis e toscas demais. Mas mesmo com esse texto espinafrando-o, assista ao filme. A diversão é garantida, e isso independente da idade.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/03/513-a-maldicao-de-samantha-1986/

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