terça-feira, 22 de março de 2016

#524 1986 TROLL O MUNDO DO ESPANTO (Troll, EUA)


Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Ed Naha
Produção: Albert Band; Debra Dion (Produtora Associada); Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Noah Hathaway, Michael Moriarty, Shelley Hack, Jenny Beck, Phil Fondacaro, June Lockhart, Sonny Bono, Julia Louis-Dreyfus

O universo fantástico de criaturas míticas como guerreiros, princesas, trolls, fadas, duendes e por aí vai, já rendeu diversos filmes sensacionais que encantaram gerações e continuam fazendo (como exemplos recentes a trilogia de Senhor dos Anéis, O Hobbit e até o seriado da HBO, Game of Thrones). Mas em compensação, esse mesmo mundo mágico é pano de fundo para uma das MAIORES PORCARIAS TRASH já feitas: Troll – O Mundo do Espanto. No Brasil, ganhou o título de Torok: O Duende. Já deve ter se deparado com a monstruosidade fílmica de John Carl Buecher (ou então com sua abominável trasheira suprassuma continuação, Troll 2 de Claudio Fragasso, mas isso fica para outro post). Esse filme é tão ruim, que chega a ser péssimo. Mas claro que para um absurdo desses ter ganhado vida, o nome por trás só poderia ser de Charles Band e sua inigualável Empire Pictures. Band foi um dos campeões do trash que surgiu produzindo o classic Armadilha Para Turistas e daí pra frente nos brindou com pérolas como Re-Animator – A Hora dos Mortos-VivosDo Além, Ghoulies, Monster – A Ressurreição do Mal, Bonecos da Morte, O Monstro Canibal e muitas outras películas desse calibre. Mas definitivamente acho que Troll – O Mundo do Espanto é o pior exemplar de terror/ fantasia da Empire, porque não há sequer um único motivo para se dispor a perder 90 minutos da sua vida vendo isso, a não ser que você seja um doente ou esteja escrevendo algum blog para outros doentes lerem. Logo no primeiro frame você já solta um: “vixe, aí vem bomba” com aqueles desenhos de contos de fada, princesas, príncipes e duendes. E não melhora em nada até seu término. A família Potter, cujo patriarca é o HARRY POTTER (que se mudou de Hogwarts para o subúrbio de São Francisco? – não, é o personagem de Michael Moriarty) está de casa nova com sua esposa Anne (Shelley Hack), seu filho mais velho, Harry Potter Jr. (Noah Hathaway) e a garota loirinha Wendy (Jenny Beck). No porão/ lavanderia do prédio a menina descobre que um feioso Troll que usa um anel da tropa dos Lanterna Verde mora por lá e toma posse do corpo da guria. Claro que um Troll só poderia fazer trollagens e tocar o terror no prédio repleto de vizinhos estereotipados, com o intuito de transformar seus apartamentos em uma espécie de floresta encantada repleta de duendes malignos, orcs, elfos, ninfas e outras criaturas. Só que ele não sabe que no último andar mora uma espécie de bruxa, Eunice St. Claire (June Lockhart), única com poderes e conhecimento mágico para rivalizar com a insidiosa criaturinha peluda e nariguda. Até rola uma rixa pessoal porque na verdade, o tal Troll antes era Torok, um poderoso mago, que era seu amado, que consumido pela busca do poder começou uma guerra entre o mundo mágico e dos humanos. Torok foi transformado em um Troll como punição e passou a eternidade querendo novamente causar essa ruptura e fundir os dois mundos sendo seu governante supremo. Eunice ensina algumas dicas de magia para Harry Potter Jr. (RÁ) e ele é o único que pode salvar sua irmã e nossa realidade. A história já é mambembe e infantilizada, mas os efeitos especiais, caro fã do horror, são os mais toscos possíveis. Enquanto o tosco Troll parece uma versão anã do Lula (vivido por Phil Fondacaro, que também aparece sem maquiagem como o portador de nanismo Malcolm Mallory, quem faz amizade com Wendy/Torok) cada um dos outros seres de stop motion que vão surgindo dos apartamentos transformados em floresta da Disney de baixo orçamento conseguem ser piores que o anterior. Isso sem contar o cogumelo cantante e cheio de expressões que vive com Eunice. Entre as presenças ilustres no elenco de Troll – O Mundo do Espanto (e o que diabos quer dizer esse subtítulo? – que obviamente foi colocado durante a “espantomania” em que vários lançamentos ganhavam esse adjetivo) estão Sonny Bono (ex-da Cher e coisa e tal) e Julia-Louis Dreyfus, em seu primeiro papel no cinema, que mais tarde brilharia como a Elaine de Seinfield. Para queimar o filme de qualquer um. O mais legal dessa história toda é que em 2011, Buecher puto com o sucesso do bruxinho da J.K. Rowling que “roubou” o nome de seu personagem (que vejam só, enfrenta criaturas de um mundo mágico), anunciou um remake que teria o título “Troll: The Rise of Harry Potter”, só pra trollar mesmo. Claro que não foi para frente. A trasheira sem fim, a precariedade dos efeitos visuais somadas às interpretações caricatas dá todo o tom de humor involuntário a Troll – O Mundo do Espanto. É aquele famoso exemplar do “terrir” dos anos 80, mas que até se leva a sério em alguns momentos, mas não tem o menor cacife para isso. Vale só por aquele velho e maldito saudosismo e para aqueles que curtem mesmo uma porcaria da brava.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/17/524-troll-o-mundo-do-espanto-1986/

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