Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Ed Naha
Produção: Albert Band; Debra Dion (Produtora
Associada); Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Noah Hathaway,
Michael Moriarty, Shelley Hack, Jenny Beck, Phil Fondacaro, June Lockhart,
Sonny Bono, Julia Louis-Dreyfus
O universo fantástico de criaturas míticas como
guerreiros, princesas, trolls, fadas, duendes e por aí vai, já rendeu diversos
filmes sensacionais que encantaram gerações e continuam fazendo (como exemplos
recentes a trilogia de Senhor dos Anéis, O Hobbit e até o
seriado da HBO, Game of Thrones). Mas em compensação, esse mesmo mundo
mágico é pano de fundo para uma das MAIORES PORCARIAS TRASH já feitas: Troll – O Mundo do Espanto. No Brasil, ganhou o título
de Torok: O Duende. Já deve ter se deparado com a monstruosidade fílmica
de John Carl Buecher (ou então com sua abominável trasheira suprassuma
continuação, Troll 2 de Claudio Fragasso, mas isso fica para outro
post). Esse filme é tão ruim, que chega a ser péssimo. Mas claro que para um
absurdo desses ter ganhado vida, o nome por trás só poderia ser de Charles Band
e sua inigualável Empire Pictures. Band foi um dos campeões
do trash que surgiu produzindo o classic Armadilha Para Turistas e daí pra frente nos
brindou com pérolas como Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos, Do Além, Ghoulies, Monster – A Ressurreição do Mal, Bonecos da Morte, O
Monstro Canibal e muitas outras películas desse calibre. Mas
definitivamente acho que Troll – O Mundo do Espanto é o pior exemplar
de terror/ fantasia da Empire, porque não há sequer um único motivo para se
dispor a perder 90 minutos da sua vida vendo isso, a não ser que você seja um
doente ou esteja escrevendo algum blog para outros doentes lerem. Logo no
primeiro frame você já solta um: “vixe, aí vem bomba” com aqueles desenhos de
contos de fada, princesas, príncipes e duendes. E não melhora em nada até seu
término. A família Potter, cujo patriarca é o HARRY POTTER (que se mudou de
Hogwarts para o subúrbio de São Francisco? – não, é o personagem de Michael
Moriarty) está de casa nova com sua esposa Anne (Shelley Hack), seu filho mais
velho, Harry Potter Jr. (Noah Hathaway) e a garota
loirinha Wendy (Jenny Beck). No porão/ lavanderia do prédio a menina descobre que um feioso Troll que
usa um anel da tropa dos Lanterna Verde mora por lá e toma posse do corpo da
guria. Claro que um Troll só poderia fazer trollagens e tocar o terror no
prédio repleto de vizinhos estereotipados, com o intuito de transformar seus
apartamentos em uma espécie de floresta encantada repleta de duendes malignos,
orcs, elfos, ninfas e outras criaturas. Só que ele não sabe que no último andar
mora uma espécie de bruxa, Eunice St. Claire (June Lockhart), única com poderes
e conhecimento mágico para rivalizar com a insidiosa criaturinha peluda e
nariguda. Até rola uma rixa pessoal porque na verdade, o tal Troll antes era
Torok, um poderoso mago, que era seu amado, que consumido pela busca do poder
começou uma guerra entre o mundo mágico e dos humanos. Torok foi transformado
em um Troll como punição e passou a eternidade querendo novamente causar essa
ruptura e fundir os dois mundos sendo seu governante supremo. Eunice ensina
algumas dicas de magia para Harry Potter Jr. (RÁ) e ele é o único que pode
salvar sua irmã e nossa realidade. A história já é mambembe e infantilizada,
mas os efeitos especiais, caro fã do horror, são os mais toscos possíveis. Enquanto
o tosco Troll parece uma versão anã do Lula (vivido por Phil Fondacaro, que
também aparece sem maquiagem como o portador de nanismo Malcolm Mallory, quem
faz amizade com Wendy/Torok) cada um dos outros seres de stop
motion que vão surgindo dos apartamentos transformados em floresta da
Disney de baixo orçamento conseguem ser piores que o anterior. Isso sem contar
o cogumelo cantante e cheio de expressões que vive com Eunice. Entre as
presenças ilustres no elenco de Troll – O Mundo do Espanto (e o que
diabos quer dizer esse subtítulo? – que obviamente foi colocado durante a
“espantomania” em que vários lançamentos ganhavam esse adjetivo) estão Sonny
Bono (ex-da Cher e coisa e tal) e Julia-Louis Dreyfus, em seu primeiro papel no
cinema, que mais tarde brilharia como a Elaine de Seinfield. Para queimar o
filme de qualquer um. O mais legal dessa história toda é que em 2011, Buecher
puto com o sucesso do bruxinho da J.K. Rowling que “roubou” o nome de seu
personagem (que vejam só, enfrenta criaturas de um mundo mágico), anunciou um
remake que teria o título “Troll: The Rise of Harry Potter”, só pra trollar
mesmo. Claro que não foi para frente. A trasheira sem fim, a precariedade dos
efeitos visuais somadas às interpretações caricatas dá todo o tom de humor
involuntário a Troll – O Mundo do Espanto. É aquele famoso exemplar do
“terrir” dos anos 80, mas que até se leva a sério em alguns momentos, mas não
tem o menor cacife para isso. Vale só por aquele velho e maldito saudosismo e
para aqueles que curtem mesmo uma porcaria da brava.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/17/524-troll-o-mundo-do-espanto-1986/
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