quarta-feira, 9 de março de 2016

#510 1986 ESPÍRITO ASSASSINO (Witchboard, EUA)


Direção: Kevin Tenney
Roteiro: Kevin Tenney
Produção: Gerald Geoffray; Donna Reynolds, Bolton Sullivan, Roland Carroll, Patricia Bando Josten (Produtores Associados); Ron Mitchell (Supervisor de Produção); Walter Josten (Produtor Executivo)
Elenco:Todd Allen, Tawny Kitaen, Stephen Nichols, Kathleen Wilhoite, Burke Byrnes

Mais um dos filmes que foram exibidos no prolífico Cine Trash da Band, o programa que estragou ou salvou uma geração inteira. Espírito Assassino foi o primeiro filme do diretor Kevin Tenney, que mais tarde dirigiria um clássico oitentista, A Noite dos Demônios. Espírito Assassino explora um tema sempre muito legal e bastante utilizado nos filmes de terror: a famigerada tábua Ouija, que aqui no Brasil tem suas variantes como a “a brincadeira do copo” ou a terrível e fantasmagórica “brincadeira do compasso” que a molecada jogava na escola e ficava cagando de medo depois. Hoje deve ter um app Ouija para se invocar espíritos no tablet, se pá. Pois bem, a premissa perigosa de se usar uma tábua Ouija em festinhas é quase sempre o mesmo em todas as produções de horror, e desta vez não é diferente. Durante um géri géri, a belíssima ruiva Linda Brewster (Tawny Kitaen) participa de uma sessão espírita com seu ex-namorado, o almofadinha Brandon Sinclair (Stephen Nichols), especialista no assunto, contatando o fantasma desencarnado de um garotinho chamado David. Acontece que o atual namorado da moça, o bronco Jim Morar (Todd Allen), ex-melhor amigo de Brandon, começa a tirar um sarro e aparentemente, emputece o espírito. No dia seguinte, Linda descobre que Brandon esqueceu a Ouija em sua casa depois da festa e é aí que ela começa a tentar contatar David do além sozinha, o que é perigosíssimo, pois sempre deve ser feito em duas pessoas. Então uma série de assassinatos começa a rondar a vida de Jim e o comportamento de sua namorada torna-se errático e agressivo. Primeiro ambos pensam que são hormônios em descontrole uma vez que ela descobre estar grávida. Mas ao perceber que ela não devolveu a tábua e está faltando às aulas, misturado com os sintomas dessa mudança de conduta, Brandon acredita que ela está sendo usada como um receptáculo para um espírito maligno possui-la e voltar à vida. Jim não cai na conversa e os dois machões vão discutir pelo amor da moça, pelas escolhas fracassadas de Jim, em como eram melhores amigos na adolescência e um rabo de saia fez com que brigassem, inveja, ciúmes e tudo que esse tipo de situação representa, até Jim ceder e aceitar a ajuda de uma médium estranhíssima, Zarabeth (Kathleen Wilhoite) para tentar exorcizar o espírito (e vale até fazer troça com O Exorcista de William Friedkin, afinal, Regan é possuída pelo Pazuzu exatamente ao brincar com uma tábua Ouija). A psíquica também é assassinada (toma uma golpe com o martelo de Jim que sumira – mesma arma usada para cortar a corda que segurava blocos de concreto que mataram seu amigo na construção) e empalada, e aí Jim percebe que a coisa é séria, principalmente quando o espírito assassino do título toma conta do corpo de Linda brevemente, tentando matá-lo. Seguindo a boa e velha cartilha do gênero, Jim e Brandon partem para o local da morte de David para tentar descobrir quem é esse encosto e como detê-lo.  Ah, tem também a figura de um policial, o tenente Dewhurst (Burke Byrnes), completamente desnecessário a trama, que tenta incriminar o nosso herói. Claro que nesse ínterim há tempo para reviravoltas, um pouco de sentimentalismo barato, um drama canhestro do personagem principal, uma morte inesperada, explicações meia boca e o grande ápice do filme, quando a ruivinha aparece pelada tomando banho. 
ALERTA DE SPOILER, pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Jim descobre que na verdade o espírito que tenta possuir sua amada é do serial killer chegado em um machado: Carlos Malfeitor. Ao possuir Linda, rola um embate psicológico e físico com o espírito zombeteiro, e depois de Jim tomar umas bordoadas e ser lançado janela abaixo, pouco antes pega a arma de Dewhurst que invade o apartamento na hora H e atira na tábua (mas é para pensarmos que atirou na namorada), mandando o maligno ser espectral de volta para o limbo. Ainda rola uma trollagem do diretor em uma cena que parece ser de um velório, supondo que Jim poderia ter morrido na queda da janela, mas é na verdade um casamento e eles viverão felizes para sempre. Espírito Assassino não é um primor de filme e nem o melhor terror já feito. Mas é um bom entretenimento descompromissado, tem uma história bacana com esse viés sobrenatural/ possessão que peca exatamente em seu desenrolar final e até umas mortes bacanas. Vale para lembrar aqueles que assistiram no saudoso Cine Trash e também pela beldade ruiva chamada Tawny Kitaen com aquele seu cabelão à la anos 80.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/08/29/510-espirito-assassino-1986/

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