Direção: Kevin Tenney
Roteiro: Kevin Tenney
Produção: Gerald Geoffray; Donna Reynolds, Bolton Sullivan, Roland Carroll,
Patricia Bando Josten (Produtores Associados); Ron Mitchell (Supervisor de
Produção); Walter Josten (Produtor Executivo)
Elenco:Todd Allen, Tawny Kitaen, Stephen Nichols, Kathleen
Wilhoite, Burke Byrnes
Mais um dos filmes que foram exibidos no prolífico
Cine Trash da Band, o programa que estragou ou salvou uma geração
inteira. Espírito Assassino foi o primeiro filme do
diretor Kevin Tenney, que mais tarde dirigiria um clássico oitentista, A Noite dos Demônios. Espírito Assassino explora um
tema sempre muito legal e bastante utilizado nos filmes de terror: a famigerada
tábua Ouija, que aqui no Brasil tem suas variantes como a “a brincadeira do
copo” ou a terrível e fantasmagórica “brincadeira do compasso” que a molecada
jogava na escola e ficava cagando de medo depois. Hoje deve ter um app Ouija para se invocar
espíritos no tablet, se pá. Pois bem, a premissa perigosa de se usar uma tábua
Ouija em festinhas é quase sempre o mesmo em todas as produções de horror, e
desta vez não é diferente. Durante um géri géri, a belíssima ruiva Linda Brewster (Tawny Kitaen)
participa de uma sessão espírita com seu ex-namorado, o almofadinha Brandon
Sinclair (Stephen Nichols), especialista no assunto, contatando o fantasma
desencarnado de um garotinho chamado David. Acontece que o atual namorado da
moça, o bronco Jim Morar (Todd Allen), ex-melhor amigo de Brandon, começa a
tirar um sarro e aparentemente, emputece o espírito. No dia seguinte, Linda
descobre que Brandon esqueceu a Ouija em sua casa depois da festa e é aí que
ela começa a tentar contatar David do além sozinha, o que é perigosíssimo, pois
sempre deve ser feito em duas pessoas. Então uma série de assassinatos começa a
rondar a vida de Jim e o comportamento de sua namorada torna-se errático e
agressivo. Primeiro ambos pensam que são hormônios em descontrole uma vez que
ela descobre estar grávida. Mas ao perceber que ela não devolveu a tábua e está
faltando às aulas, misturado com os sintomas dessa mudança de conduta, Brandon
acredita que ela está sendo usada como um receptáculo para um espírito maligno
possui-la e voltar à vida. Jim não cai na conversa e os dois machões vão
discutir pelo amor da moça, pelas escolhas fracassadas de Jim, em como eram
melhores amigos na adolescência e um rabo de saia fez com que brigassem,
inveja, ciúmes e tudo que esse tipo de situação representa, até Jim ceder e
aceitar a ajuda de uma médium estranhíssima, Zarabeth (Kathleen Wilhoite) para
tentar exorcizar o espírito (e vale até fazer troça com O Exorcista de William Friedkin,
afinal, Regan é possuída pelo Pazuzu exatamente ao brincar com uma tábua
Ouija). A psíquica também é assassinada (toma uma golpe com o martelo de Jim
que sumira – mesma arma usada para cortar a corda que segurava blocos de
concreto que mataram seu amigo na construção) e empalada, e aí Jim percebe que
a coisa é séria, principalmente quando o espírito assassino do título toma
conta do corpo de Linda brevemente, tentando matá-lo. Seguindo a boa e velha
cartilha do gênero, Jim e Brandon partem para o local da morte de David para
tentar descobrir quem é esse encosto e como detê-lo. Ah, tem também a
figura de um policial, o tenente Dewhurst (Burke Byrnes), completamente
desnecessário a trama, que tenta incriminar o nosso herói. Claro que nesse
ínterim há tempo para reviravoltas, um pouco de sentimentalismo barato, um
drama canhestro do personagem principal, uma morte inesperada, explicações meia
boca e o grande ápice do filme, quando a ruivinha aparece pelada tomando
banho.
ALERTA DE SPOILER, pule
para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Jim descobre que na verdade o espírito que tenta
possuir sua amada é do serial
killer chegado em um machado: Carlos Malfeitor. Ao possuir Linda,
rola um embate psicológico e físico com o espírito zombeteiro, e depois de Jim
tomar umas bordoadas e ser lançado janela abaixo, pouco antes pega a arma de
Dewhurst que invade o apartamento na hora H e atira na tábua (mas é para
pensarmos que atirou na namorada), mandando o maligno ser espectral de volta
para o limbo. Ainda rola uma trollagem do diretor em uma cena que parece ser de
um velório, supondo que Jim poderia ter morrido na queda da janela, mas é na
verdade um casamento e eles viverão felizes para sempre. Espírito Assassino não é um
primor de filme e nem o melhor terror já feito. Mas é um bom entretenimento
descompromissado, tem uma história bacana com esse viés sobrenatural/ possessão
que peca exatamente em seu desenrolar final e até umas mortes bacanas. Vale
para lembrar aqueles que assistiram no saudoso Cine Trash e também pela beldade
ruiva chamada Tawny Kitaen com aquele seu cabelão à la anos 80.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/08/29/510-espirito-assassino-1986/
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