Diretor: Fred Walton
Roteiro: Danilo Bach
Produção: Frank Mancuso Jr.
Elenco: Jay Baker, Pat Barlow, Lloyd Berry, Deborah
Foreman, Deborah Goodrich, Tom Heaton, Amy Steel
Ah, o que os anos 80 não fizeram conosco… Ter
crescido naquela década maravilhosa rendeu a mim e a uma cambada de gente da
minha geração um sentimento nostálgico e saudosista fortíssimo sobre certos
filmes que vistos posteriormente mostram-se uma verdadeira draga. Esse é o caso
de A Noite das Brincadeiras Mortais. Mas eu lembro bem ainda no
limiar do nascimento do meu senso crítico cinematográfico que a primeira vez
que vi A Noite das Brincadeiras
Mortais, eu já não havia gostado de seu final. Então já vou
começar logo neste segundo parágrafo com o
ALERTA DE SPOILER, então
nem continue lendo o texto se não viu ao filme.
Eu não queria que aquelas mortes fossem de mentira,
tal qual o “Primeiro de Abril” que o título original alardeia. Eu era um
rapazola fã confesso do Jason, do Freddy e do Michael Myers e queria ver gente
sendo trucidada de verdade! Até hoje me lembro do desapontamento pujante quando
em seu final todo mundo está vivo e não passava de uma pegadinha. Hoje em dia minha
opinião é exatamente o contrário. Ainda bem que pelo menos existiu esse plot
twist no final da fita, porque senão seria um dos filmes mais sem
graça que já teria assistido. Afinal só tem mortes off screen na
bagaça. Beira o patético. Tudo bem que depois há a fatídica sequência de corpos
sendo encontrados assim como algumas cabeças de borrachas decepadas (não que a
maquiagem coopere muito também), mas nada que sirva de mérito. Fora isso, A Noite das Brincadeiras Mortais é
mais um slasher safado do período produzido exatamente por
Frank Mancuso Jr. para a Paramount Pictures, que tentava desesperadamente levar
mais jovens para o cinema e arrecadar mais alguns tostões explorando a fórmula
que ajudara a popularizar na série Sexta-Feira 13. Até a loirinha sobrevivente
de Sexta-Feira 13: Parte 2, Amy Steel, está no elenco de
abestalhados que você torce para serem mortos o mais rápido possível. A trama
logo no início começa querendo despistar o incauto espectador mostrando uma
espécie de trauma familiar entre duas irmãs durante uma festa de aniversário, o
que poderia motivar alguma psicose vindoura. Logo em seguida um grupo de jovens
adultos prestes a se formar na faculdade (pelo menos não são sujeitos de 20 e
tantos anos emulando adolescentes no high school) são convidados pela anfitriã Muffy (Deborah
Foreman) a passar um final de semana em seu casarão numa ilha isolada. Depois
de um acidente terrível de barco, onde um dos ajudantes do capitão perde um
olho, um a um eles começam a desaparecer e são encontrados mortos futuramente. Primeiro
as suspeitas caem sobre o sujeito que perdeu o olho e quer vingança (como se
ele fosse sair tão rápido do hospital, voltar para a ilha e cegueta de um olho
fosse caçar um por um, ahan). Depois as pistas são deixadas no decorrer da
trama para dar a ideia de que Muffy possui uma irmã gêmea má, Buffy que seria a
assassina. Nada se sustenta, o ritmo de suspense é canhestro, os personagens
são uns bobocas que não acrescentam a menor empatia do público, como disse não
há uma única morte sendo executada em frente às câmeras, não tem nenhum
peitinho de fora, sexo ou uso de drogas, até que em seu final, os dois únicos
sobreviventes, Kit (papel da Amy Steel escolada em sobreviver do Jason
anteriormente) e seu namorado Rob (Ken Olandt) descobrem que foram vítimas de
uma peça pregada por Muffy e seu irmão Skip (Griffin O’Neal), que para não
perderem a casa onde cresceram e arcar com seus custos, resolveram abrir uma
hospedaria com gincanas de suspense à la Agatha Christie e seus amigos foram
cobaias. Todos ali representavam um papel, incluindo o suposto policial, o
piloto do barco e o sujeito que perdera o olho, que na verdade é um maquiador.
Pífio. O que vale mesmo como disse é o saudosismo que remete.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/11/519-a-noite-das-brincadeiras-mortais-1986/
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