sábado, 19 de março de 2016

#519 1986 A NOITE DAS BRINCADEIRAS MORTAIS (April Fool’s Day, EUA)


Diretor: Fred Walton
Roteiro: Danilo Bach
Produção: Frank Mancuso Jr.
Elenco: Jay Baker, Pat Barlow, Lloyd Berry, Deborah Foreman, Deborah Goodrich, Tom Heaton, Amy Steel

Ah, o que os anos 80 não fizeram conosco… Ter crescido naquela década maravilhosa rendeu a mim e a uma cambada de gente da minha geração um sentimento nostálgico e saudosista fortíssimo sobre certos filmes que vistos posteriormente mostram-se uma verdadeira draga. Esse é o caso de A Noite das Brincadeiras Mortais. Mas eu lembro bem ainda no limiar do nascimento do meu senso crítico cinematográfico que a primeira vez que vi A Noite das Brincadeiras Mortais,  eu já não havia gostado de seu final. Então já vou começar logo neste segundo parágrafo com o 
ALERTA DE SPOILER, então nem continue lendo o texto se não viu ao filme.
Eu não queria que aquelas mortes fossem de mentira, tal qual o “Primeiro de Abril” que o título original alardeia. Eu era um rapazola fã confesso do Jason, do Freddy e do Michael Myers e queria ver gente sendo trucidada de verdade! Até hoje me lembro do desapontamento pujante quando em seu final todo mundo está vivo e não passava de uma pegadinha. Hoje em dia minha opinião é exatamente o contrário. Ainda bem que pelo menos existiu esse plot twist no final da fita, porque senão seria um dos filmes mais sem graça que já teria assistido. Afinal só tem mortes off screen na bagaça. Beira o patético. Tudo bem que depois há a fatídica sequência de corpos sendo encontrados assim como algumas cabeças de borrachas decepadas (não que a maquiagem coopere muito também), mas nada que sirva de mérito. Fora isso, A Noite das Brincadeiras Mortais é mais um slasher safado do período produzido exatamente por Frank Mancuso Jr. para a Paramount Pictures, que tentava desesperadamente levar mais jovens para o cinema e arrecadar mais alguns tostões explorando a fórmula que ajudara a popularizar na série Sexta-Feira 13. Até a loirinha sobrevivente de Sexta-Feira 13: Parte 2, Amy Steel, está no elenco de abestalhados que você torce para serem mortos o mais rápido possível. A trama logo no início começa querendo despistar o incauto espectador mostrando uma espécie de trauma familiar entre duas irmãs durante uma festa de aniversário, o que poderia motivar alguma psicose vindoura. Logo em seguida um grupo de jovens adultos prestes a se formar na faculdade (pelo menos não são sujeitos de 20 e tantos anos emulando adolescentes no high school) são convidados pela anfitriã Muffy (Deborah Foreman) a passar um final de semana em seu casarão numa ilha isolada. Depois de um acidente terrível de barco, onde um dos ajudantes do capitão perde um olho, um a um eles começam a desaparecer e são encontrados mortos futuramente. Primeiro as suspeitas caem sobre o sujeito que perdeu o olho e quer vingança (como se ele fosse sair tão rápido do hospital, voltar para a ilha e cegueta de um olho fosse caçar um por um, ahan). Depois as pistas são deixadas no decorrer da trama para dar a ideia de que Muffy possui uma irmã gêmea má, Buffy que seria a assassina. Nada se sustenta, o ritmo de suspense é canhestro, os personagens são uns bobocas que não acrescentam a menor empatia do público, como disse não há uma única morte sendo executada em frente às câmeras, não tem nenhum peitinho de fora, sexo ou uso de drogas, até que em seu final, os dois únicos sobreviventes, Kit (papel da Amy Steel escolada em sobreviver do Jason anteriormente) e seu namorado Rob (Ken Olandt) descobrem que foram vítimas de uma peça pregada por Muffy e seu irmão Skip (Griffin O’Neal), que para não perderem a casa onde cresceram e arcar com seus custos, resolveram abrir uma hospedaria com gincanas de suspense à la Agatha Christie e seus amigos foram cobaias. Todos ali representavam um papel, incluindo o suposto policial, o piloto do barco e o sujeito que perdera o olho, que na verdade é um maquiador. Pífio. O que vale mesmo como disse é o saudosismo que remete. 
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/09/11/519-a-noite-das-brincadeiras-mortais-1986/

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