sexta-feira, 4 de março de 2016

#501 1985 SEXTA-FEIRA 13 5: UM NOVO RECOMEÇO (Friday the 13th: A New Beginning, EUA)


Direção: Danny Steinmann
Roteiro: Martin Kitrosser, David Cohen, Danny Steinmann
Produção:Timothy Silver, Frank Mancuso Jr. (Produtor Executivo)
Elenco: Melanie Kinnaman, John Shepherd, Shavar Ross, Richard Young, Marco St. John, Juliette Cummins, Dick Wieand

Sério, o que falar sobre Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo? Todo mundo que é fã da cinesérie sabe que desde que o acampamento Crystal Lake se transformou no Acampamento Sangrento no primeiro filme lançado em 1980, a franquia passou por altos e baixos. Essa quinta parte é o mais fundo do poço que ele conseguiu chegar? Olhe, não sei mesmo, afinal as partes oito e nove são realmente de doer o âmago. Mas não há nada, absolutamente nada, que trabalhe minimamente a favor para tirar esse aqui da lista dos piores. Bom, talvez a ideia tenha sido louvável. Ou não, porque Jason Voorhees é Jason Voorhees. Como o subtítulo entrega, a ideia era dar um novo começo para Sexta-Feira 13. Afinal, se bem lembramos e ainda temos um pouco de juízo (apesar de adorarmos ser enganados por três coisas nessa vida: por Hollywood, pelos políticos e pela CBF), Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final lançado no ano anterior era para ser o, hã, capítulo final, com o assassino da máscara de hóquei sendo estraçalhado por Tommy Jarvis em seu desfecho. Era essa a ideia do produtor Frank Mancuso Jr. Mas, não era a ideia de seu pai, figurão da Paramount na época, Frank G. Mancuso. No auge da febre slasher, se o público queria continuar vendo esses filmes, vamos meter goela abaixo até espremer a última gota do bagaço. Só que Jason criou uma horda de fãs e espectadores fiéis que acompanharam as chacinas do psicopata nos últimos anos. E isso fez com que Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo, se mostrasse um tiro no pé. Agora se na receita juntarmos um prazo apertadíssimo de filmagem, roteiro escrito às pressas por seis mãos por conta da brilhante decisão do patrão, orçamento menor que seu filme anterior, um diretor preguiçoso, atores do mais baixo calibre e ainda uma mutilação da MPAA para conseguir uma censura R cortando nada menos que DEZESSEIS cenas de matança e sexo, teremos aí o fracasso completo. Bom, a ideia inicial era explorar a volta do personagem Tommy Jarvis (agora mais velho, vivido pelo péssimo John Shepherd) como o substituto de Jason, afetado por ser testemunha da violência desmedida quando criança e atormentado por pesadelos constantes e alucinações com aquele que matou.  Só que ao invés de explorar isso, o roteiro repleto de falhas de continuidade resolve caminhar por outro caminho tortuoso e apresentar uma historiazinha das mais medíocres. Após um prólogo com o jovem Tommy (participação especial de Corey Feldman que volta apenas nesses primeiros minutos do filme por estar no meio das gravações de Os Goonies) vendo Jason saindo de seu túmulo (com máscara e tudo) e trucidando dois sujeitos que foram perturbar seu descanso eterno, ele acorda em uma ambulância em direção a uma instituição psiquiátrica que nunca existiria no mundo real. Coordenada pelo psiquiatra Dr. Matt Letter (Richard Young) e sua assistente, Pam Roberts (Melanie Kinnaman), ambos são adeptos a um, hã, que palavra posso usar aqui? Estilo alternativo de tratamento, onde malucos potencialmente sociopatas ficam livres em uma fazenda, sem enfermeiro, sem seguranças, com direito de ir e vir, sair trepando na propriedade dos outros e ainda lhes dão MACHADOS nas mãos para cortar lenha. E é aí que a “trama” (entre aspas mesmo) se dá início, quando Vic (Mark Venturini) um sujeito obviamente com sérios problemas de raiva está cortando lenha e começa a ser importunado pelo gordinho mala Joey (Dominick Brascia) e não dá outra, o bobão é retalhado pelo maluco e seu machado em um acesso de fúria. Vic é preso e dois paramédicos são chamados para levar o corpo do gordinho embora. Bom, já começo meu ALERTA DE SPOILER aqui, então esteja avisado. Com um close estúpido da expressão do enfermeiro Roy, TODO MUNDO já manja que ele será o assassino. Na verdade, no final o xerife explica (de uma forma bem mequetrefe) que Joey era filho do tal paramédico. Daí um parafuso soltou na cachola do cara e ele começa a se inspirar nas mortes praticadas por Jason para meter uma máscara de hóquei no rosto e sair por aí ceifando a vida de gente a torto e a direito, de forma completamente aleatória, sem nenhum motivo específico (porque ele não matou só o Vic que deu cabo de seu filho, que ele mesmo tinha vergonha e escondia de toda a sociedade?). E então como o negócio era matar a esmo,Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo tem nada menos do que VINTE E DOIS assassinatos na sua contagem de cadáveres. Em entrevistas com o diretor fracassado (que sumiu depois dessa bomba) Danny Steinmann, ele foi instruído a seguir duas regrinhas durante o filme: deveria mostrar uma morte (ou então algum jump scare qualquer) a cada SETE ou OITO minutos de cena. O grande problema é que quando um filme é tão ruim, esperamos que as mortes, o sangue, e vai, o sexo, compense. Aí quando ele é todo cortado pela censura e só temos mortes off screen (ainda mais depois da violentíssima e explícita quarta parte com direito a maquiagem de Tom Savini) e umas cenas de nudez ridículas, aí não dá mesmo para salvar nada. A segunda instrução era transformar Tommy em Jason. Mais uma missão em que ele falhou miseravelmente, pois apesar da leve, assim beeeeem de leve, impressão que remete ao primeiro Sexta-Feira 13, em que não sabemos a identidade do assassino e fica aquela dúvida de quem está cometendo os crimes e tudo mais, nunca dá na pinta que poderia ser o traumatizado Tommy. E o pior ainda é que o filme foi tão execrado e a reação de público e crítica tão ruim, que o bom final, com Tommy vestindo a máscara, pirando o cabeção de vez e assassinando a mocinha sobrevivente, herdando o facão, foi completamente ignorado na sexta parte que traz o vilão clássico de volta, ainda com contornos sobrenaturais e com Tommy como o mocinho da vez. Ou seja, trocando em miúdos: Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo não presta para nada. Não tem Jason, não tem mortes gráficas, não tem putaria, e não foi um novo começo. Próximo, por favor?
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/08/16/501-sexta-feira-13-parte-5-um-novo-comeco-1985/

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